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Vida, trabalhos e as questões artísticos sociais                                  

Por:   •  20/9/2021  •  Artigo  •  2.938 Palavras (12 Páginas)  •  150 Visualizações

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Aluna: Luanna Karen de oliveira                                                                                  Mat: 140084584                                                                                                         Profa: Cristina Dunaeva                                                                                       Diciplina Arte e sociologia

                Chico da silva artista brasileiro

           Vida, trabalhos e as questões artísticos sociais

                                      Brasilia  2017

Introdução

Este artigo visa apresentar a obra e a vida do artista brasileiro Francisco Domingos da silva, desenhista, pintor, sapateiro, ajudante de marinheiro, Chico da silva, como ficou conhecido foi um grande precursor da arte naif no Brasil. tentaremos compreender sob uma perspectiva artística e sociológica a historia e a vida de Chico. Nascido na cidade do acre, filho de índio com mãe cearense, chega à fortaleza na década de 30. Tendo seu trabalho de muralista descoberto pelo critico pintor suíço Jean Pierre Chabloz em 1943. Chico passa a produzir telas sob orientação de Chabloz, que levadas ao circuito nacional e internacional despertam grande interesse da critica e admiração e do publico. Contudo tal aceitação não se deve ao seu talento somente, mas ao modernismo tardio, e o processo de automação do campo artístico cearense da época, e a ruptura com os padrões artísticos europeus e de ideias que se tecem nessa configuração, entre arte moderna e primitivismo, viabilizam a ascensão de trabalhos independentes de Chico no campo artístico cearense.

As manifestações artísticas são endêmicas em qualquer sociedade, e que na maior parte das vezes a importância dada é proporcional ao poder político e econômico dessa sociedade. E dentro desse contexto, o que vai ou não ser importante será apenas consequência da força geopolítica. A história de Chico é instigante, pois mostra como um homem simples, pobre, analfabeto pode construir um legado artístico único e original.  No decorrer de sua vida muitas questões sociais e artísticas nos colocam a prova.

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Um problema ainda colonial

 Em trechos do artigo de Pierre Chabloz publicado em 1942, na revista clima n. 8, sob o titulo “O Brasil e o problema pictural”, observamos sua posição sobre o a situação difícil do Brasil em relação à pintura. Uma dificuldade histórica que vem desde a colonização, que é a falta de uma pintura autêntica e tipicamente brasileira. Ele afirma entre outras coisas que o problema estava ligado a linearidade histórica do desenvolvimento das artes, e para que as obras de arte do Brasil se fizessem, era preciso um processo que começaria na fase primitiva e depois fosse evoluindo. E prossegue dizendo que no Brasil observava-se uma arte vitima de um produto de importação, direta ou indiretamente. Para Chabloz isso era o que impedia o Brasil de ter uma arte com consciência de si mesma, o fato do Brasil importar arte gerava uma cultura na qual se faziam enxertos prematuros, ou seja, injeções cujo efeito era imediato, mas também enganoso, que sabotavam as elaborações autônomas que possibilitaria a criação de uma arte tipicamente nacional. Um problema que até hoje é objeto de estudo pesquisa e debates, eu chamo de “colonização mental” o país deixou de ser colônia, mas nunca perdeu o costume e ainda se vê como colonizado. Contudo para termos uma pintura brasileira autêntica, teríamos que mudar a atitude de espírito dominante, o academicismo e o eurocentrismo.

 

 Uma vida que oscilou entre talento, sucesso e decadência, foi a vida e a obra de Chico da silva ou Francisco Domingos da silva, sua vida é no mínimo curiosa e contribui grandemente para a história da arte brasileira, mas nela, existe também uma realidade dilacerante de falta de apoio do governo e dos própios artistas em fornecer meios para que um grande talento, mesmo que pobre consiga oportunidades para desenvolver seus trabalhos. Chico foi um caso a parte, sendo vitima talvez do acaso, foi descoberto e lançado no mercado, mas não por iniciativa ou apoio das autoridades brasileiras, mas por Chabloz que praticamente o segurou pele mão para coloca-lo em evidencia.

Francisco da silva foi menino pobre e aborígene nasceu em (Alto Tejo, acre) mudou para o bairro de pirambu aos 10 anos, perdeu o pai muito cedo começou a trabalhar fazendo qualquer tipo de serviço.  Nos intervalos de suas caminhadas a procura de trabalho, parava em frente aos muros das casas dos pescadores e fazia desenhos de carvão, giz e lascas de tijolos, colorindo-os com folhas, e antes de ser descoberto era chamado de indiozinho débil mental pelos moradores e conhecidos. Semianalfabeto e autodidata, ele pintava sem regras com incrível habilidade, foi e esses painéis que chamaram a atenção de Jean Pierre Chabloz que procurava no Brasil uma arte sem influencias europeias, este passou a procura-lo, e depois de muito procurar, porque Chico corria quando ouvia dizer que estava sendo procurado com medo de ser algum dono de muro o qual ele grafitara. Enfim Chabloz o conhece, e fica admirado com a simplicidade do artista passando a incentiva-lo na pintura a guache, além de lhe fornecer o material para a produção dos trabalhos.

 Chico iniciava assim sua pintura a guache, e em 1945 expõe com Chabloz, Antonio Bandeira e Inimá de Paula na Galeria Askanasy no Rio de janeiro. E durante a década de 50 suas obras vão ser vistas em varias galerias da Europa, consequência de um artigo a seu respeito no Cahiers d’arte conceituada publicação francesa, que o considerou um pintor genuinamente primitivo, mas a fama e o dinheiro não lhe fizeram bem, Chico da silva passa a gastar com bebidas e mulheres e também a aproveitar a supervalorização de seus quadros passa produzir cada vez mais, e nesse afinco recorre a alguns ajudantes. Com a fama veio muitos aproveitadores e Chico da silva já estava cercado deles, que o exploravam pedindo autos volumes de telas a preços baixos. Foi denunciado por plágio na mesma época que é indicado para expor na XXXIII bienal de Veneza, em 66 onde recebe Menção Honrosa. Chabloz  projetou Chico da silva no cenário artístico internacional e sob suas orientações Chico progrediu sem ter alterado seu talento primitivista, mas Chabloz decepcionado com o rumo que a vida e a obra de Chico estava tomado, corta os laços com o amigo em 1969.

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