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RESENHA DO LIVRO CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO” DE ROQUE DE BARROS LARAIA

Por:   •  1/6/2018  •  Resenha  •  3.016 Palavras (13 Páginas)  •  1.259 Visualizações

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CAIO NOJIRI

GUSTAVO ROCHA

INACIO FELIPE
JÉSSICA OLIVEIRA
LUCAS CARVALHO

MIKE DOUGLAS

RESUMO DO LIVRO “CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO” DE ROQUE DE BARROS LARAIA

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

SÃO PAULO

2018


CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLOGICO - PARTE 1

Capítulo 1. O determinismo biológico

O autor inicia o livro discorrendo sobre o quão antigas e corriqueiras são as teorias que atribuem capacidades específicas inatas para determinadas raças e sobre como os antropólogos já estão convencidos do contrário. Segundo Felix Keesing, por exemplo, não existe correlação entre a genética e a distribuição dos comportamentos culturais; exemplificando, qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação favorável de aprendizado.

Há no capítulo o relato de um debate ocorrido em 1950, logo após as barbáries do terror nazista, onde especialistas se reuniram e debateram muitos pontos a respeito de cultura. Em resumo, dentro do que foi debatido, dois pontos principais que merecem menção foram:

1) Os fatores que tiveram papel preponderante na evolução do homem são a sua faculdade de aprender e a sua plasticidade;

2) As pesquisas científicas revelaram que o nível das aptidões era quase o mesmo em todos os grupos étnicos.

O primeiro capítulo da obra é concluído afirmando que somos diferentes anatomicamente e biologicamente. Mas, que isso não nos limita quanto à qualquer atividade, sendo tudo determinado culturalmente (endoculturação).

Capítulo 2. O determinismo geográfico

O segundo capítulo do livro parte da ideia de que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural das "raças" ou dos grupos humanos. Um exemplo deste pensamento, citado pelo próprio Laraia, é o do Huntington, que em seu livro "Civilization and Climate" (1915), formula uma relação entre a latitude e os centros de civilização, considerando o clima como um fator importante na dinâmica do progresso.

Porém, o capítulo avança demonstrando como a antropologia moderna quebra essa visão, apresentando pensamentos de antropólogos como Boas, Wissler, Kroeber, de que não é possível admitir que o ambiente físico determine os resultados culturais das raças ou grupos humanos, uma vez que é possível encontrar grupos com culturas distintas numa mesma região geográfica. Laraia dá alguns exemplos disso traçando e evidenciando elementos culturais de alguns povos, como esquimós e lapões, que vivem em ambientes geográfico muito semelhantes, caracterizados por um inverno rigoroso, dispondo da mesma flora e fauna, mas que têm respostas culturais distintas.

Conclui-se que a distinção cultural entre os homens não se dá pelas limitações determinadas pelo meio ambiente ou sua biologia.

Capítulo 3. Antecedentes históricos do conceito de cultura

O autor começa o terceiro capítulo discorrendo sobre a unificação de dois conceitos (Kultur e Civilization) em um só por Edward Tylor, sendo este o primeiro estudioso a defini-lo, e que mesmo um século depois não existia um razoável acordo entre antropólogos a respeito do conceito.

O capítulo relata que, em 1817, Tylor definiu cultura como “todo comportamento aprendido, tudo que não depende de uma transmissão genética”. Porém, em 1917, Kroeber rompe os laços de cultura e biológico com seu artigo “O Superorgânico” e, após isso, vem Lineu que derruba o homem de seu pedestal. Tais processos, iniciados por Tylor e continuados por Kroeber, afastaram dois domínios, cultural e natural. O capítulo segue nos apresentando o que chamaram de “anjo caído”, o homem que se difere dos demais animais por dois motivos: comunicação oral e a capacidade de fabricar instrumentos e ferramentas que facilitam sua adaptação biológica aos demais habitats. E são tais capacidades que confirmam que o homem é o único ser que pode produzir cultura.


Capítulo 4. Desenvolvimento do conceito de cultura

Laraia nos conta que o conceito de cultura foi definido pela primeira vez por Edward Tylor, que, como em muitos outros campos científicos da época, tinha uma perspectiva etnocêntrica sobre cultura, muito influenciada pelo Darwinismo Social e o evolucionismo tão em alta na época. Ou seja, em seu princípio, o campo da antropologia cultural tinha uma visão de forma equiparada às ciências naturais daquela época, acreditando-se que haviam leis e características de ordem natural, organizadas e embasadas em alicerces elementares da genética.

Seguindo o desenvolvimento do conceito de cultura, o autor nos mostra essa visão eurocêntrica e evolucionista sendo confrontada por Alfred Kroeber, que tinha a visão do ser humano como o único ser capaz de criar seu processo evolutivo e a superar o orgânico, daí a idéia do “superorgânico” de Kroeber. O texto relata, de forma bem embasada, que através do superorgânico o homem foi capaz de perpetuar a espécie ao longo dos séculos e transformar toda a terra em seu habitat. O autor ainda evidencia a idéia de Kroeber de que cada cultura tem “gênios” capazes de produzir de acordo com suas possibilidades e necessidades.

Nessas circunstâncias, Laraia passa a questionar temas como os instintos humanos e conclui o capítulo ressaltando a importância do processo de comunicação como base para o desenvolvimento da cultura.

Capítulo 5. Ideia sobre a origem da cultura

O quinto capítulo da obra apresenta teorias de diversos pensadores e antropólogos sobre a origem da cultura, como Claude Lévi-Strauss que pensou no surgimento da cultura no momento em que o homem criou a primeira regra, como por exemplo, a proibição do incesto; Leslie White considera que a passagem do estado animal para o humano se deu a partir do momento em que o cérebro foi capaz de gerar e identificar os “símbolos”; Kroeber com o pensamento de que a cultura surgiu de um “salto”, que seria a alteração orgânica nos primatas, fazendo-os aprender e ensinar.

Entre outras, Laraia apresenta a teoria do ponto crítico, que aborda o surgimento da cultura em um processo contínuo e lento, contrária à ideia de que a natureza age por salto. Entretanto, essa última teoria gera dúvidas. O capítulo segue exemplificando o caso do antropólogo Clifford Geertz, que ao analisar os Australopithecus Africanus notou que mesmo com o cérebro um terço menor que o nosso e com uma estatura média de 1,20m, eles eram capazes de fabricar instrumentos e caçar pequenos animais, que são alguns elementos de cultura. Assim, Geertz conclui que, antes mesmo de seu desenvolvimento orgânico ser concluído, o ser humano já apresentava desenvolvimento cultural.

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