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A Ideia de Progresso

Por:   •  14/9/2022  •  Resenha  •  832 Palavras (4 Páginas)  •  112 Visualizações

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Dissertação sobre a história da ideia de progresso, do século IV a.C. até o século XXI d.C.

Progresso. Estabelecer um sentido único a palavra se mostra um enorme desafio. Progresso é um conceito eminentemente ocidental (LE GOFF, 1990, p. 205), ligado a um juízo de valor geralmente positivo, embora relativo, visto que sociedades diferentes valorizam de formas diferentes as coisas, sem falar que esses valores também se alteram ao longo do tempo.  No entanto, há uma característica linear comum na ideia de progresso, a ideia de se sair de um estado supostamente imperfeito, inferior, primitivo, atrasado, sentido a um estado de perfeição, superioridade, modernidade, avanço, embora a ciência tenha provado que essa ideia de progresso linear, aplicada inclusive à natureza, se mostra equivocada. Uma abordagem cronológica sobre a ideia de progresso, conforme Le Goff, se daria em 4 fases distintas.

Os primeiros indícios da ideia de progresso se dão na Antiguidade e Idade Média, sendo que no século V, na sociedade grega, há o surgimento de um sentimento baseado numa ideia de uma civilização progressiva, corroborado por um progresso de invenções técnicas, embora logo em seguida, importantes escolas filosóficas combatam tal ideia, baseando em um conflito moral (LE GOFF, 1990, p. 207). Na Antiguidade há um entendimento de uma história cíclica, um eterno retorno. Já na Idade Média, a abordagem é linear e escatológica, se sustentando na concepção teológica cristã de história, algo que dificultava uma ideia clara de progresso, visto que o destino da sociedade, na concepção cristã, era o seu fim, contrariando a ideia positiva do progresso. Isso perdurou pela Idade Média, basicamente a moral cristã apontava como o caminho a ser seguido a busca pela salvação, relegando ao limbo qualquer progresso material, algo que é desencorajado e mal visto, o que acaba por dar suporte ao sistema feudal existente, disposto apenas a proporcionar a subsistência humana.

Grandes mudanças ocorrem entre os séculos XVI-XVII, quando então nasce propriamente a ideia de progresso. Impulsionada pelos intelectuais da época, ganha consistência tendo como base os avanços técnico científicos alcançados. Tudo isso é reforçado pelas invenções, pelo surgimento da imprensa, passando pelo nascimento da ciência moderna, que estabeleceu bases de conhecimento que acelerariam as transformações no mundo. Temos então uma grande mudança na forma do pensamento, passando pelo Renascentismo, o Iluminismo, culminando com a Revolução Francesa, que transformou sobremaneira a sociedade ocidental. Essa ideia de progresso que germinou no campo da ciência, se expande para diversas outras áreas do conhecimento nesse período, como a filosofia, a história e a economia política (LE GOFF, 1990, p. 213). Nesse percurso a ideia de progresso se converte de cíclica para linear, o que estabelece as bases da ideia de progresso vigente até os dias de hoje.

A fase do triunfo do progresso, que se inicia em 1788, ano da Revolução Francesa, vai até 1930. A ideia de progresso se expande mais ainda, não mais apenas sendo aplicada a área técnica, mas também a área econômica, moral, social, com abrangência mais ampla sobre a civilização, atrelada a grandes transformações na sociedade, como a Revolução Industrial e até mesmo a 1ª Guerra Mundial. No entanto, é importante observar que esses marcos se concentram na Europa, sendo essa então autoproclamada como exemplo do progresso (LE GOFF, 1990, p. 227), o modelo a ser almejado por todo o resto do mundo.

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