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A Importância Do Ensino Sociológico No Ensino Médio E Seu Alinhamento Com Os Quatro Pilares Da Educação De Jacques Delors

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Por:   •  6/4/2014  •  2.403 Palavras (10 Páginas)  •  632 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Este artigo tem a pretensão de demonstrar a importância do estudo da Sociologia, como disciplina do Ensino Médio, para a formação integral do educando, tendo por base Os Quatro Pilares da Educação escritos por Jacques Delors. Como economista, ex-ministro de economia e finanças da França e ex-presidente da Comissão Européia, Jacques Delors, homem de origem humilde que conseguiu se diplomar em Economia na Sorbonne, em Paris, adquiriu papel importante no contexto mundial da Educação quando em 1994, durante a terceira seção da Comissão Européia lançou o que chamou de Os Quatro Pilares da Educação. Neste relatório, lançado no Brasil em 1999 em forma de livro e com o título de Educação: Um Tesouro a Descobrir, pela Editora Cortez, Delors propõe quatro norteadores para uma educação que absorva a imensa diversidade de situações que o mundo vive hoje. Estas orientações acabaram sendo propostas pela Unesco como norteadoras para o Ensino Médio. Reunindo conceitos simples como compreensão, saber agir, cooperação e desenvolvimento do indivíduo, Delors ajuda a organizar uma Educação que tem como proposta preparar o ser humano para um futuro sustentável. A partir das conclusões obtidas através de observação e prática docente e com embasamento nos conhecimentos adquiridos durante o curso de Ciências Sociais da Universidade Luterana do Brasil, e literatura específica desenvolveu-se o presente trabalho.

Conforme Delors, para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a Educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: Aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; Aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; Aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente Aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes.

1. Aprender a conhecer:

O conhecimento é múltiplo e evolui infinitamente. Segundo Paulo Freire, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a própria produção ou construção do conhecimento. Dentro de uma proposta de construção do conhecimento da perspectiva da escola significativa para o processo ensino-aprendizagem, Ausubel citado por Carretero (2002) diz que o conhecimento que se transmite, em qualquer situação de aprendizagem, deve estar estruturado não só em si mesmo, mas deve considerar o conhecimento que o aprendiz já possui, isto é, em qualquer nível educativo, é necessário levar em consideração o que o aprendiz já sabe sobre o que vamos lhe ensinar, posto que o novo conhecimento se assentará sobre o antigo. Esta informação nos leva ao conceito de “subsunçor” que é uma idéia, uma proposição, já existente na estrutura cognitiva, capaz de servir de “ancoradouro” a uma nova informação de modo que essa informação adquira, assim, significado para o sujeito, isto é, que ele tenha condições de atribuir significados a essa informação” (Moreira 1999:11).

Com muita freqüência, os educadores estruturam os conteúdos do ensino considerando exclusivamente o ponto de vista da disciplina, por exemplo, por que alguns temas ou questões precedem a outros, como se todos eles apresentassem a mesma dificuldade para o aprendiz. A colaboração fundamental desta escola para o educador consistiu na concepção de que a aprendizagem deve ser uma atividade significativa para a pessoa que aprende, e tal significação está diretamente relacionada com a existência de relações entre o conhecimento novo e o que o aprendiz já possui.

Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo é entendido em referência ao contexto social, histórico e cultural em que ocorre. Para ele, a origem dos processos mentais superiores – pensamento, linguagem, comportamento voluntário – está nos processos sociais, pois o desenvolvimento cognitivo consiste na transformação de relações sociais em funções mentais. Esse processo ocorre, primeiro, em nível social e, depois, em nível individual; primeiro, entre as pessoas (interpessoal) e, depois, no interior do indivíduo (intrapessoal). Podemos verificar a importância que o ensino da Sociologia e o desenvolvimento da percepção sociológica e sua vocação para descortinar os níveis de realidade e rasgar os véus das representações sociais e compreendê-las sob uma nova ótica, tem na formação dos subsunçores dos educandos e no conseqüente desenvolvimento de uma nova atitude cognitiva.

Considerando o conhecimento como uma construção a partir de subsunçores, vemos a importância do ensino da Sociologia e do desenvolvimento do espírito crítico no Ensino Médio como suporte para o desenvolvimento do ser humano durante toda a sua vida, dentro da perspectiva de aprender a conhecer proposto pela Unesco como uma das diretrizes para a Educação no século XXI. Exemplificando, podemos citar Carvalho:

“ Somente com o devido distanciamento de nossa própria sociedade e por meio de um olhar comparativo podemos perceber que nossa visão de mundo é mais uma entre tantas outras igualmente legítimas, resultantes do fato de que outros homens, de distintos lugares e tempos, organizam-se e vivem de maneiras diferentes das nossas. Tanto quanto essa percepção nos permite, num duplo movimento, compreender nossa própria realidade pela descoberta inusitada de aspectos e relações antes insuspeitas. E assim chegamos à compreensão do quanto há de dependência onde vemos liberdade, do quanto há de diferença onde pensamos homogeneidade e do quanto há de hierarquia quando insistimos em ver igualdade.” ( Sociologia e Ensino em Debate, 2004, p 127)

Aprender a conhecer, eis o processo filosófico. O processo onde o ser humano toma conhecimento de algo que o faz saber, mas saber o quê: Saber que ele é? Saber o porquê ele existe? E são perguntas como essas que faz aquele que é amante do saber ir em busca da resposta, investigar a verdade, às vezes essa verdade, não é o que ele esperava, trazendo-lhe decepções, mas a persistência e a certeza da verdade o encorajam a continuar. O que dizer portanto da importância de fazer desabrochar o pensamento filosófico na juventude e o quanto as inquietações inerentes a este fato podem contribuir para o processo de aprendizagem e descobrimento do ser e do mundo que o cerca. Este mundo globalizado em que vivemos, suas interações com o indivíduo, as consequências, da informação que nos bombardeia mais e mais e torna o conhecimento e o proceso de aprendizagem e atualização constante o patrimônio mais importante do indivíduo de hoje.

A escola

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