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A Matriz Marxista E Suas Influências Sobre A Realidade Atual

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Por:   •  7/8/2014  •  2.297 Palavras (10 Páginas)  •  550 Visualizações

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A matriz Marxista e suas influências sobre a realidade atual

Na semana passada fizemos um estudo sobre a matriz Liberal, cujo pensamento, baseado no Jusnaturalismo, centrava no indivíduo a origem do Direito e da ordem política legítima. Para os liberais todos são iguais por natureza e portadores de direitos naturais aos quais os indivíduos não podem abdicar - os direitos à liberdade e à propriedade - e rejeitaram a história como fonte do conhecimento da natureza e dos fundamentos de uma ordem legítima e apegaram-se estritamente à razão.

Nesta semana o estudo é sobre a matriz Marxista, baseada no pensamento de Karl Marx. Enquanto que para os liberais a história era negada, para Marx a história passa a ser o objeto central de sua reflexão, inspirado pela dialética hegeliana. Marx fez uma crítica do idealismo de Hegel da economia política inglesa, dialogando com ambas as correntes de pensamento da época, e para ele a história não seria simplesmente uma sucessão temporal de fatos e de diferentes formas de organização social da produção, dominação e representação do mundo, mas teria um motor que seria a luta de classes, que conduziria a uma determinada finalidade. O movimento da história não seria aleatório ou indeterminado, nem contínuo, mas ocorreria através de contradições. Segundo Marx, .esse movimento da História não ocorreria no plano das idéias, mas no plano material das relações de produção. Esse método de estudo Marx chamou de materialismo dialético.

Para o pensamento marxista, as classes sociais podem ser identificadas e definidas por sua inserção no processo produtivo, e em cada período histórico "as classes fundamentais de uma sociedade seriam aquelas diretamente ligadas ao modo de produção dominante" (COELHO, 2009). Isso levou Marx a estudar os modos de produção anteriores ou estranhos ao capitalismo. Segundo os estudos de Marx relacionados a esses modos de produção, a classe dominante dispunha de meios legais para coagir a classe dominada a trabalhar em seu benefício. Com o capitalismo, cujas classes fundamentais eram a burguesia (proprietária de todos os meios de produção) e o proletariado (dono apenas da força de trabalho), isto não ocorreria.

Os trabalhadores (proletariado) agora eram formalmente livres e negociavam sua força de trabalho à burguesia através de contratos salariais. De acordo com o pensamento marxista, na realidade "a igualdade formal entre burgueses e proletários perante o Estado e no mercado estaria a mascarar, de fato, a dominação e exploração dos primeiros sobre os segundos. Destituídos de todas as posses, aos proletários só restaria vender a sua força de trabalho à burguesia para sobreviver, não havendo, portanto, verdadeiramente liberdade e escolha para aqueles que nada possuíam" (COELHO, 2009). Com esse estabelecimento de idéias, Marx desmascara a ótica liberal dos capitalistas, a da igualdade e liberdade dos homens fundada nas leis da natureza, para demonstrar que na realidade existia uma prevalência dos interesses econômicos da burguesia.

A todas essa relações sociais que parecem tão naturais no capitalismo, Marx chamou de fetichismo da mercadoria. Quando o capitalismo transforma todos os fatores de produção (dinheiro, terra, mão de obra, etc.) em mercadoria de troca, estabelece que as relações sociais oriundas das relações de produção, essencialmente humanas, são relações entre coisas, em mercadoria, em fetiche, o que ficou muito bem explicado no texto do Carcanholo.

Abrindo um parênteses, lembro de um vídeo a que assisti em uma das disciplinas da graduação, onde era apresentado o valor de uma determinada marca. No vídeo era explicado o seguinte: imagine um determinado produto, um porta níquel, por exemplo, feito todo em couro, costurado à mão por habilidoso artesão, com excelente acabamento, vendido a R$ 15,00 na oficina do mesmo (artesão). Talvez até achássemos caro, regateássemos o preço. Agora, imaginemos o mesmo produto, fabricado pelo mesmo artesão, na mesma oficina, com o mesmo acabamento, mas que é terceirizado para uma marca famosa, recebendo a mais apenas uma etiqueta, uma marcação no couro e uma embalagem escritos Louis Vuitton, vendido não mais na oficina do artesão, mas em uma loja de luxo a R$ 1.300,00 (identifiquei o mesmo nos slides da CATWALK). Esse valor "irreal" que o produto toma é um exemplo claro desse fetichismo descrito por Marx e explicado por Carcanholo, onde o poder que a mercadoria (no caso, o porta-níquel) exerce sobre quem irá comprá-lo não está na materialidade do produto em si, mas na marca que é algo etéreo.

Avançando no estudo do capitalismo Marx foi além de Adam Smith, que já havia identificado o trabalho humano como principal fonte geradora de riqueza de uma sociedade, o que também é percebido no vídeo "A origem da Riqueza", parte do material de estudo. Para Marx, a força de trabalho era responsável por toda criação de valor, até mesmo do capital.

Marx ainda desenvolveria um conceito fundamental, a idéia de “mais valia”, onde a acumulação de riquezas é fruto não do trabalho em si, mas pelo valor produzido não pago aos trabalhadores. Para os capitalistas, era primordial extrair constantemente mais-valia dos trabalhadores, para que se pudesse reinvestir mais na produção e consequentemente gerar mais riqueza. Como os trabalhadores geravam um custo, houve um investimento maior em maquinário e tecnologia, acarretando menor investimento em trabalho humano. Para Marx essa lógica acarretaria duas principais consequências, dentre outras:

• acumulação de capital, onde as empresas mais produtivas eliminariam do mercado as menos produtivas, gerando a longo prazo o oligopólio e finalmente o monopólio;

• diminuição do número de trabalhadores e aumento do número de desempregados.

É necessário lembrar que a classe trabalhadora estava inserida no mercado também como consumidora, e estas duas tendências levaria ao fim do próprio capitalismo, já que este tem como condição necessária à sua sobrevivência o mercado, que desapareceria caso houvesse monopólio, e a mais-valia, extraída de uma mão-de-obra agora cada vez mais reduzida.

Seguindo este pensamento, Marx propôs dois caminhos para a humanidade:

• o da barbárie que resultaria da acumulação de capital e riqueza nas mãos de poucos, com dissolvimento das demais classes sociais em apenas duas, a dos burgueses proprietários e a dos proletários, com aumento significativo da miséria;

• o do socialismo, que não ocorreria naturalmente, mas através de uma organização do proletariado em força política, que tomaria o poder e que agiria

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