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A Política Brasileira

Por:   •  16/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.413 Palavras (6 Páginas)  •  106 Visualizações

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POLÍTICA BRASILEIRA

Não tem como fazer uma boa ciência Social sem recorrer aos clássicos que são originais (nacionais) e deram respostas corretas diante dos fatos que iam ocorrendo, mas para cada ciência, os clássicos têm um significado, por exemplo, os clássicos das ciências não-brutas têm maior importância do que nas ciências brutas, pois nestas são facilmente contrariados pelos seus sucessores, nas ciências brutas, há uma maior autoridade, já que existe um consenso formado com maior facilidade para enterrar os clássicos, pois testam e comprovam a sua ineficácia. Nas ciências não-brutas ao contrário, ocorre menos consenso mais divergências, é mais difícil de provar uma teoria, visto as diferentes formas de interpretações dos clássicos. As Ciências Sociais recorrem aos clássicos, pois não tem uma noção de progresso definida como nas ciências brutas Entre os profissionais da Ciência Social sempre houve certa descrença em relação aos clássicos. Um clássico é o resultado do primitivo esforço da exploração humana que goza de status privilegiado frente à exploração contemporânea. Por possuir esse status privilegiado pode-se através do estudo dos clássicos aprender e estabelecer critérios básicos na área de estudo. Nas ciências naturais sabe-se que as realizações estarão ultrapassadas com o passar do tempo, toda contribuição científica exige ser ultrapassada ou superada, mas nas ciências sociais, porém uma teoria sociológica pode não se tornar ultrapassada. Do ponto de vista da Ciência Social os textos antigos devem ser tratados de maneira utilitária, devem-se converter os textos clássicos em fontes de dados e/ou teorias não-verificadas, ou seja, transformá-los em meios para posterior acumulação de conhecimento. A ausência de clássicos na ciência natural provém da natureza empírica e cumulativa, nesse ponto as duas ciências se aproximam, até onde uma disciplina for empírica, ela será cumulativa, e sendo cumulativa, não produzirá clássicos. Ao contrário, o autor, defende o fato de uma disciplina possuir clássicos não depender de seu empirismo e sim do consenso, no interior da disciplina, quanto às coisas não-empíricas. Nas ciências naturais os clássicos estão ausentes, pois em geral se volta a atenção para as dimensões empíricas dessa ciência. As dimensões não-empíricas acham-se camufladas. Os clássicos, ao contrário, implicam uma postura privilegiada para as teorias antigas. Considera-se que eles, e não apenas as teorias modernas. Gozem de status esclarecedor para as Ciências Sociais, os textos clássicos costumam ser considerados como capazes de suprir igualmente dados relevantes. As ciências naturais por sua vez possuem modelos e não clássicos. Nas ciências sociais é preciso recorrer aos clássicos para ganhar autoridade.

Os positivistas acreditavam que as pesquisas empíricas geram um conhecimento, logo, estudar os clássicos é perda de tempo, visto que estes promovem discussões apenas de questões do passado e não do presente, além de possuir uma linguagem erudita e não originais, os positivistas ignoram também a idéia de interpretação dos clássicos. Os positivistas colocam em questão se há ou não uma relação entre ciência social e os clássicos, pois, porque uma disciplina que se diz orientada para o mundo empírico e para o acúmulo de conhecimento objetivo sobre ele precisaria recorrer a textos escritos por pessoas que já morreram para os empiristas o que quer que tenha sido importante nesses textos já deveria ter sido desde antes verificado e incorporado à teoria contemporânea, ou refutado e excluído.

Há várias maneiras de se conceber a importância ou não dos textos clássicos e esta implica visões gerais determinadas não apenas sobre as Ciências Sociais, mas também em relação à própria vida social. Uma vertente “contextualista” afirma ser necessário recuperar a intencionalidade dos autores clássicos considerando a reconstituição minuciosa do contexto original em que eles viviam. Outra vertente “analítica”, afirma, por sua vez que a validade em retomar aqueles textos deve-se levar em conta as próprias questões do presente. Nesse sentido, entende-se por perspectiva contextualista que esta desempenha um papel especialmente metodológico na pesquisa de interpretações do Brasil em não um fim em si mesmo, ao menos quando se trata de identificar a capacidade de interpretação teórica às Ciências Sociais contemporâneas que eles ainda possam ter, ou seja, o fim é “analítico”, no sentido de uma reinvidicação da comunicação entre teóricos contemporâneos e pesquisa sobre o significado de textos mais antigos, os meios para atingi-la passam, necessariamente, por alguma contextualização ou avaliação desses textos em termos hist´roicos. Voltar ao passado e aos clássicos da Sociologia brasileira nos permite ganhar perspectivas mais integradas e consistentes da dimensão de processo social, eles nos dão base para todas as pesquisas dos mais diversos tipos que podem ser feitas. O pensamento social brasileiro, junto aos clássicos nacionais, representa uma espécie de repertório interpretativo a que os pesquisadores podem recorrer para buscar motivação e ganhar perspectivas, tanto em termos históricos como teóricos, nas diferentes áreas que compõem as Ciências Sociais contemporâneas. Isso porque, eles constituem um espaço social de comunicação entre presente, passado e futuro que pode nos ajudar a compreender melhor o processo social que o nosso presente ainda oculta. Os clássicos nacionais os abre uma área imensa de opções, não se limitam a dar base apenas em estudos específicos, eels abrangem diversos temas e se fazem presentes em todos os meios em que se produzem Ciências Sociais.

Em 1964 ocorreu um marco das Ciências Sociais no Brasil, o Regime Militar, atingiu os núcleos intelectuais, essas ciências por sua tradição normativa e militante, foram severamente afetadas por aposentadorias compulsórias e cassações, mas foi nesse regime que as Ciências Sociais de destacaram, pois desenvolveu nos anos autoritários muito de sua forma e substância atuais, porém antes desse marco, os intelectuais realizavam trabalhos individuais, sem apoio universitário. Já na república, Bolivar Lamounier, indica a presença de uma grande reflexão sobre a história nacional e o conjunto de autores que fazia tais reflexões, apresenta uma forte aproximação entre disposição analítica e projeção normativa. Os aspectos de natureza política e institucional aparecem, pois, no livro de Nunes Leal como imersos em um conjunto de injunções históricas e sociológicas. Será essa a marca das principais obras de reflexão política produzidas no país até 1964. Não apenas os marcadores da profissionalização far-se-ão mais salientes acompanhados da recusa progressiva de envolvimento com narrativas históricas, sociológicas e culturais. Todo um padrão de associação entre análise e prescrição será, a partir de 1964, progressivamente abandonado. Esse e outros autores eram representativos da reflexão política brasileira e seu caráter indisfarçavelmente normativo. É como se o esclarecimento do que se apresenta como sendo caso, exigisse como complemento a indicação de como as coisas devem ser.

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