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A SOCIOLOGIA-ESSENCIAL NA FORMAÇÃO DE JOVENS CRÍTICOS

Por:   •  1/7/2018  •  Artigo  •  3.372 Palavras (14 Páginas)  •  176 Visualizações

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A SOCIOLOGIA, ESSENCIAL NA FORMAÇÃO DE JOVENS CRÍTICOS

Introdução

O ser humano é um ser social, vive em sociedade e para a sociedade, nesse sentido, ele é influenciado na educação e no seu modo de viver em todos os aspectos da vida. Dessa forma, a Sociologia tem um papel fundamental de formar o cidadão crítico, nesse contexto o pensamento sociológico é relevante na formação da criança e do jovem.

As diversas relações sociais promovem o progresso do ser humano, progresso que depende também da educação, isto é, da escola que ele recebeu as informações necessárias para o seu desenvolvimento social e profissional.

No campo de formação de pessoas críticas e conscientes de sua importância na  e construção de uma sociedade mais justa e igualitária, é indispensável o conhecimento promovido pela disciplina de Sociologia. Dessa forma procurei apresentar a relação crucial existente entre educação e sociedade, que ambos são responsáveis pelo desenvolvimento do ser humano, exercendo influências tanto a educação na sociedade, quanto a sociedade na educação.

Moraes foi feliz a enfatizar à importante contribuição da Sociologia na vida dos jovens tornando-os críticos e investigativos, dizendo:

É  contribuição  das  Ciências  Sociais,  como  a  disciplina  Sociologia  para  o  nível médio

propiciar aos jovens o exame de situações que fazem parte  do seu  dia  a  dia,  imbuídos  de

uma postura crítica e atitude investigativa. É sua tarefa desnaturalizar os fenômenos  sociais,

mediante o  compromisso  de  examinar  a realidade  para  além  de  sua  aparência imediata,

informada  pelas  regras inconscientes da cultura e do senso comum.  Despertar  no  aluno  a

sensibilidade para perceber o mundo à sua volta como resultado da atividade humana  e,  por

isso mesmo,  passível  de  ser modificado,  deve  ser  a  tarefa  de  todo  professor.

                                                                                   (MORAES, GUIMARÃES, 2010, p. 48)  

        No entanto já existem pesquisas e experiências defendendo que a Sociologia é essencial na educação de crianças também, ou seja, ela ajuda na formação de crianças. Para isso existe um Projeto de Lei para obrigar o ensino da referida disciplina no Ensino Fundamental.

        O ensino promove a transformação social, especificamente o ensino de Sociologia, que  estuda a sociedade e suas regras de funcionamento, por isso ela é capaz de abrir novas possibilidades no processo de mudança na sociedade através do conhecimento adquirido pelo estudante.

        


Educação e sociedade

                A educação é uma relação social e este processo educativo está inserido na sociedade e todas as contradições da sociedade ingressam no processo educacional. Se essa sociedade é desigual e preconceituosa tem as opressões e contradições das mais variadas formas, isso penetra nas relações entre professor, aluno, diretor, pais e o conhecimento que está no meio de tudo isso. Mas, nesse contexto, é necessário pensar em qualquer proposta de mudança na educação, então tem que começar pela condição material do professor. Para o professor conseguir fazer um trabalho mais completo, profundo e efetivo, ele precisa ter uma condição de vida suficientemente boa, quer dizer, o professor precisa comprar livros, precisa de tempo para estudar e conversar com seus alunos. Ele quando entra numa sala de aula para lidar com uma série de crianças, precisa estar absolutamente descansado e todas estas qualidades só existem se ele tiver uma condição de material suficientemente boa.

                É na educação que há uma contribuição expressiva para o desenvolvimento da sociedade que busca na educação, principalmente um genuíno sentido para seu crescimento cultural e social. Dessa forma existe uma relação entre ambos de cooperação, isto é, entre a sociedade, que se moderniza com o crescimento da educação, e a educação que está atenta para incorporar da melhor forma possível o que está em sua volta.

Hoje na era da informação e da modernidade, pode-se refletir sobre quão importante são as mudanças que contribuem para o bem da sociedade. Que papel a escola pode desenvolver na era da informação?

                Numa época em que se vê por todos os lados, a facilidade de obter algo que seja alvo de pesquisa ou informação, seja de revistas, jornais, internet, rádio, TV, a escola vem perdendo as forças de ser o que fornece as informações. Fica difícil executar com eficiência esse papel de estar presente numa sala de aula, onde o aluno, muitas vezes, é só ouvinte e nada mais. E a escola que tem o papel de orientar, estimular, aos poucos tem perdido um pouco a preferência que já houve em outras épocas. E se o papel da escola não é fornecer conhecimentos, então não haveria necessidade de ser frequentada pelos alunos.  

Freire afirma que a educação que o mundo precisa, é aquela que forma pessoas críticas, de raciocínio rápido, curiosas, perguntadoras, que desafia os alunos a pensar certo, de forma crítica, entre outros:

Me  parece  demasiado  obvio  que  a  educação  de  que  precisamos,  capaz  de formar pessoas críticas, de  raciocínio  rápido, com sentido do  risco, curiosas, indagadoras não pode ser a  que  exercita  a memorização mecânica  dos  educandos. A  que treina’  em lugar  de  formar.  Não  pode  ser  a  que  deposita  conteúdos  na  cabeça  ‘vazia’  dos educandos,  mas  a  que,  pelo  contrário,  os  desafia  a  pensar  certo.  Por  isso  é  a  que coloca  ao  educador  e  a  educadora  a  tarefa  de,  ensinando  conteúdos  ao  educando, ensina­lhes pensar criticamente.”  (Freire, 2000, p. 45)

As novas tecnologias têm provocado fortes transformações na sociedade e a educação tem de certa forma, progredido diante destas transformações. Os avanços na educação estão levando a sociedade a um nível considerado de conhecimento, conduzindo a mesma, as novas oportunidades com mais conhecimento às culturas.  

                Por outro lado, se vê a escola não como um lugar que fornece conhecimentos, mas um espaço que ajude a desenvolver as informações, a se relacionar e a criticar pessoas.  

É preciso saber realmente qual é o papel da escola no mundo globalizado. O tipo de relacionamento que ela tem para com a sociedade é bem antigo. Cada educador quer chamar a atenção e tentar se aprimorar da melhor maneira possível, porque hoje o professor está muito distante do papel que tinha há muitos anos atrás.

A escola pode até não dá um novo rumo às coisas, mas contribui para que haja melhoramentos socialmente. Há quem acredite que a escola ainda possa mudar a cara da sociedade, porque ela também tem o papel de educar, instruir e influenciar, não só a família pode fazer esse papel, mas o professor executa boa parte do que a família ensina em casa, uma vez que ele escuta, ensina, educa e trata os alunos como se fosse um filho seu.

Há uma grande preocupação não só da educação, mas também da sociedade de uma maneira geral, que clama por um ensino de qualidade, igualitário e que principalmente, promova o respeito às diferenças. No ensino de qualidade, pode-se considerar que o professor deve repensar a sua prática pedagógica, procurar oferecer aos alunos aulas dinâmicas, mais interessantes e agradáveis, já é um bom começo, visando à construção do conhecimento dos seus alunos.

Nem sempre a escola consegue atender todas as necessidades, e não tem sido fácil com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Relacionar o ensino aprendizagem com outras necessidades indispensáveis para a vida humana, não é tarefa fácil, mas é imprescindível que essa ação aconteça de forma eficaz.

 A sociologia ajuda na formação de crianças e jovens

        

                Estudar sociologia é significativo na formação de crianças e adolescentes e um dos ensinos certamente é fazer com que eles se relacionem bem com o próximo.

                A escola tem ajudado os jovens em vários aspectos a se inserir no meio social, e o ensino desta ciência promove formas de deixar o aluno integrado na sociedade, ou seja, ele passa a se conscientizar dos seus direitos e deveres, tornando-se um conhecedor das regras mais básicas para viver em sociedade.

                O ensino desta disciplina é necessário nos dias atuais, uma vez que o seu objeto de estudo é a sociedade. Infelizmente não há ainda no currículo escolar do ensino fundamental, a disciplina de sociologia, mas é imprescindível que noções mais básicas de cidadania sejam aplicadas em sala de aula nos anos iniciais.

                Já existem várias pesquisas e experiências vivenciadas que vem assegurando que a Sociologia no Ensino Fundamental pode colaborar para uma formação mais completa do aluno. Nesse sentido, há um Projeto de Lei de um deputado em São Paulo que propõe a inclusão obrigatoriamente da Sociologia no currículo do Ensino Fundamental em São Paulo que consequentemente vai abranger todo o país.

Durkheim defende que:        

“A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine.” (DURKHEIM,1952, p.44)

Segundo Durkheim, a educação é uma ação que causa e promove o desenvolvimento da vida social da criança, no que diz respeito ao seu intelecto e a moral.

                A sociologia está na existência humana. Ela tem o papel de emitir o bem estar, uma realização com o homem fazendo-o com que o ser tenha o comprometimento de zelo e atenda as necessidades do outro. Nos últimos anos, a educação vem passando por um processo de adequação significativa, embora muito se tenha a fazer para que haja uma assistência melhor, atendendo todas as classes.

                Os profissionais em educação sentem a necessidade de dar assistência a todos os tipos de pessoas e especificamente às crianças e adolescentes. A escola, por ser um espaço social que comporta centenas de pessoas, dentre elas algumas carentes de se relacionarem bem melhor com o seu próximo. São seres que precisam de cuidados e atenção redobrados, pelo fato de não estarem amadurecidas para conviver bem socialmente.

                Além de necessária, a Sociologia é uma resposta inteligente para atender as demandas do mundo contemporâneo. Na sala de aula deveria espelhar a necessidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera conflito, mas também estimula as habilidades morais para a convivência social.

A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios — sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento — que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela.”  (Émile Durkheim)

        A partir deste comentário, pode-se admitir que a educação é responsável pela construção do ser social no indivíduo, é a compreensão pelo indivíduo no que diz respeito as normas morais, religiosas e éticas.

De acordo com as ideias defendidas por Durkheim, sociólogo francês, a sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, através das regras, normas, costumes e leis. Estas regras e normas da sociedade influenciam as atitudes e o comportamento dos indivíduos, ou seja, o homem é produto do meio em que vive.

O ser humano como um ser social não deve ser tratado indiferentemente. Que todos sejam tratados adequadamente e sejam ensinados a respeitar, cuidar e amar, independentemente de sua classe social.  Sendo assim, há uma relação intrínseca entre a sociologia e a educação, e a conscientização dos direitos e deveres é que vai fazer a diferença na vida dos que se sentem excluídos na sociedade.

“A realidade social contraditória, histórica e produzida pela atividade humana é negada e é tomada como algo dado que justifica nossos valores, nossas crenças. (...) Trata-se de um movimento teórico de adaptação às mudanças sociais, sem questionar as razões dessas transformações. (...)

O conhecimento orientado pela existência humana cede lugar a instrumentalização pelo social naturalizado por meio das convenções que orientam a existência humana. (SILVA JÚNIOR, 2002, p.211-212).

                O indivíduo é um produto da sociedade e tem que se adaptar ao meio social. A partir disso ele começa a contribuir com a transformação da sociedade.

                Nenhuma pessoa consegue fazer nada sozinho. O ser humano sempre terá que depender e conviver com a coletividade. Nem sempre as pessoas conseguem se inserir e seguir os padrões sociais, outros, já se adaptam com mais facilidade, como é o caso de alguns estudantes quando ingressam na faculdade. A partir do momento que o indivíduo entra na universidade, ele passa a conviver com um grupo nada parecido com os que ele convivia. Passa por um processo de mudanças e começa a conhecer novas pessoas, novos costumes, novos hábitos, novas regras e aos poucos se adapta a esse novo grupo. Ocorre esse novo meio de vida passando por um processo de socialização.

O ensino promove a transformação social

O ensino numa educação, principalmente inclusiva, contribui diretamente na transformação da sociedade e do mundo. É na escola que se trabalha a educação formal do indivíduo, por isso que ela continua sendo uma entidade primordial na constituição do ser social.  O saber do professor que não é coerente com a realidade social do seu aluno, não vai  suscitar um ensino que venha provocar mudanças na vida social do aluno. Até mesmo algumas contradições que compreendem a própria formação do ser social do professor, influencia no âmbito histórico e social. É de responsabilidade do sistema de ensino e seus funcionários, promover a transformação através de uma educação contextualizada com a realidade social de seus alunos.

Segundo Vicent, a escola é um elemento estimulador de ideias que conduzem a eliminação da estrutura a qual ela surge, quando afirma que:

“A Escola é portadora de fermentos de transformação irredutíveis, que só podem levar a supressão da estrutura a qual ela aparece”.  (Vicent Petit 1982, p. 48)

A escola continua sendo uma instituição que tem legalidade, poder e confiança concedido pelas classes sociais, por isso tem força para contribuir para a transformação social.

“A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social;...”  (DURKHEIM,1952,p.44)

De acordo com Durkheim, em se tratando de educação, ele adota uma perspectiva transformadora, na medida em que a escola pode mudar hábitos, valores e costumes da sociedade através da educação.

A sociologia é a disciplina que se destaca quando se refere a um ensino que provoca transformação social, tendo em vista que seu ensino desenvolve o senso crítico no que diz respeito à sociedade e a autocrítica, desperta no aluno a curiosidade, ensina a compreender o funcionamento dos grupos, bem como a dinâmica de inclusão e exclusão, ensina o respeito ao diferente e assim, admitir culturas distintas. Também ensina o aluno a se desviar do senso comum, instruindo-o a construir opiniões de qualidade sobre o mundo e até mesmo sobre a própria vida.

Ainda a Sociologia, por seu aspecto reflexivo, é responsável pela análise reflexiva da realidade social, o que faz aperfeiçoar seus conhecimentos constantemente por intermédio de novos conhecimentos, é o que afirma Oliveira:

A  análise  reflexiva  da  realidade  social   leva-nos   a   um   processo   de   alteração

posicional   e   cognitiva   do   sujeito   educacional,   processo   que   nos   possibilita

vislumbrar  um  papel mais  ativo   do   agente   ante   a   estrutura   na   modernidade.

Desse modo,  o mesmo  poderia  reavaliar  suas   próprias   práticas   e   a   conjuntura

que  se  insere  sempre  à  luz  de   uma   nova   reflexão   e   um   novo   conjunto   de

conhecimentos. (OLIVEIRA, 2010, p. 59).

As práticas pedagógicas na educação devem estar voltadas para provocar  mudanças na sociedade, isso só será possível a partir do momento em que a escola ofereça ensino de qualidade. E que ela conscientize o jovem aluno que precisa com urgência de adquirir conhecimentos imprescindíveis que lhe ajudarão a ser um excelente profissional no mercado de trabalho. E ainda tem a possibilidade de crescer como pessoa e profissionalmente, aplicando no seu dia a dia os conhecimentos construídos durante as aulas de sociologia.

Cabe ao professor, na sua prática pedagógica, ser intermediador da transformação social, que é fundamental à sociedade, com o intuito de formar um indivíduo consciente de que faz parte do todo e nunca deve ser um alienado. Se a escola é para todos, sem discriminação ou preconceito, então deve ser formada com a participação de todos.

 

                

REFERÊNCIAS                                                                                

MORAES,  Amaury  Cesar  de  (Org.).  Coleção  Explorando  o  Ensino  de  Sociologia.  Brasília: MEC, 2010, p. 23-31.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São
Paulo, UNESP,2000.

Site: http://jornalggn.com.br/noticia/deputado-quer-aulas-de-sociologia-no-ensino-fundamental em 13/06/2016.

DURKHEIM, Émile. Definição de educação. In : Educação e sociologia. 3ª ed. Tradução de Lourenço Filho. São Paulo : Melhoramentos, 1952.

DURKHEIM, Emile. (1973). Educación y Sociología. Buenos Aires, Editorial Shapire

http://kdfrases.com/autor/%C3%A9mile-durkheim em 13/06/2016

SILVA JÚNIOR, J. dos R., Mudanças Estruturais no Capitalismo e a Política Educacional do Governo FHC: O Caso do Ensino Médio. IN: Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 23, nº 80, setembro de 2002, p. 203-234.

PETIT, VICENT, As contradições de “A Reprodução”. Cadernos de Pesquisa. São Paulo. nº 4.3. 1982, p. 48.

OLIVEIRA, Amurabi. Ensino de Sociologia: Desafios epistemológicos para o ensino médio. Revista Espaço Acadêmico, v. 10, n. 119, p. 115-121, 2011.  

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