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A Uberização do Trabalho

Por:   •  15/6/2019  •  Resenha  •  1.534 Palavras (7 Páginas)  •  248 Visualizações

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Resenha do texto: Capitalismo em tempos de uberização: do emprego ao trabalho

Aluno: João de Oliveira Passos

Professora: Lelita Oliveira Benoit

Disciplina: Fundamentos histórico-ontológico

O homem ao longo de sua existência vem alterando a natureza para suprir suas necessidades, desde início o homem criou técnicas e ferramentas para facilitar a realização de suas atividades imediatas, á principio não existia a necessidade de acumular bens, produzia artefatos de barro ou madeira, cultivava o alimento ou retirava da natureza apenas o necessário para sua existência, isto podemos chamar de trabalho, pois não havia a exploração destas atividades, com o passar dos tempos surge o trabalho remunerado, ou seja, o homem começa a vender sua força de trabalho para a produção dos artefatos e no cultivo de roças e na criação de gado dentre outras atividades.

Diversas e profundas transformações aconteceram no mundo do trabalho, a época da primeira revolução industrial onde um contingente enorme de trabalhadores foi retirado do campo e trazidos para as cidades a fim de trabalharem nas fabricas que surgiam, a invenção das maquinas á vapor aumentaram consideravelmente a produção e mudou grandemente a vida das pessoas, anterior a isto os trabalhadores no campo viviam conforme as condições do tempo não tinham um determinado horário para executarem suas atividades, agora eram regidos por horários, tarefas e regras a serem cumpridas e assim surge o emprego uma relação contratual onde de um lado os detentores dos meios de produção organizam e pagam pelos trabalhos realizados, e de outro lado os trabalhadores recebem através dos salários apenas o necessário para sobreviverem.

Não sendo detentor dos meios de produção o trabalhador vende sua força de trabalho, o trabalho por sua vez socializa o homem, mas também enriquece os donos dos meios de produção, neste cenário de exploração da mão de obra e enriquecimento dos patrões, depois de algum tempo começam a surgir às lutas sociais para impor regras e limites ao patronato e conquistar alguns direitos como férias, aposentadorias, licenças, melhorias nos locais de trabalho, segurança, saúde dentre outras, mas a ameaça de desemprego era enorme dentro das fabricas, o convívio das massas de trabalhadores ocupando os mesmos espaços e vivendo os mesmos problemas faz surgir os primeiros sindicatos e partidos políticos saídos das classes trabalhadoras, os trabalhadores começam á se organizarem e os patrões com medo das possíveis revoltas começam a investir em sistemas de controles como os capatazes e controles de tempos nos trabalhos realizados e por outro lado se valiam através do Estado do poder policial caso os levantes fossem para fora das fábricas, o Estado assume políticas de moradia, saúde, educação e saneamento para acalmar as reinvindicações dos trabalhadores.

O Estado também foi responsável pela formação das massas desempregadas preparando-as de forma a se submeterem aos interesses do capital, isto se deu através de processos educativos preparados pelos patronatos.

Outro ponto importante e conflituoso diz respeito às horas trabalhadas e as horas ditas livres que deveriam ser utilizadas para o convívio em família em atividades como esporte, cultura lazer e viagens, estas atividades se perdem ao longo dos tempos, pois com um contingente cada vez maior de desempregados e o medo do desemprego o patronato acaba por cooptar ainda mais a força de trabalho aumentando suas jornadas com horas extras, plantões e escalas fazendo com que o trabalhador fique mais tempo dentro das fábricas vendendo suas horas livres para garantir melhorias nos salários e garantir seu emprego, podemos também notar que o trabalhador não conhece todo o processo de produção de um determinado produto ele fica restrito a apenas uma parte da produção, não se faz, mais necessário o uso de sua criatividade para executar seu trabalho e ele não mais se reconhece no trabalho realizado, ele faz parte agora de uma engrenagem onde cada um faz uma parte do produto.

A tecnologia por sua vez criada pelo próprio trabalhador tem um papel importante em suas vidas, apresentadas como uma solução para diminuir o uso da força e promover um tempo livre maior e suavizar os afazeres nas fábricas e nos campos, ela acaba sendo utilizada para aumentar os lucros dos capitalistas gerando mais desemprego.

A riqueza gerada pelo trabalho e pelas tecnologias inseridas nas atividades laborais das sociedades capitalistas gera riqueza, riqueza esta extraída da exploração da mais valia, enquanto a classe trabalhadora necessita vender suas forças de trabalho para poderem sobreviver às novas tecnologias fazem com que mais riquezas se concentrem nas mãos de uma minoria de capitalistas, viver do ócio isso só será possível para os donos do capital seja ele produtivo ou especulativo.

Direito ao trabalho numa sociedade capitalista é nulo o que existe é a venda da força de trabalho, podemos notar que o emprego regido por um contrato assegura algumas condições e direitos que tem que ser cumpridas pelo patronato, para fugir destas obrigações o patronato busca formas diferenciadas de se organizar, dentre estas medidas podemos citar algumas como transferir uma determinada etapa da produção para fora da empresa terceirizando para uma empresa menor e assim deixar de pagar os encargos trabalhistas, assim passa as obrigatoriedades com os encargos para as empresas terceirizadas, geralmente nestas empresas notamos uma alta rotatividade de mão de obra, falta de segurança no local de trabalho e longas jornadas com um alto nível de horas extras, pode também mudar sua empresa para outros locais dentro ou fora do país sempre buscando fugir dos encargos citados, tudo isso facilitado nestes países por uma legislação trabalhista ineficaz e sindicatos desorganizados e com excesso de mão de obra muito barata.

 As dificuldades da classe trabalhadora aumentam a cada dia, novas leis trabalhistas que retiram direitos conquistados e que dificultam o acesso à justiça trabalhista e protegem os patrões tem um nítido sentido de enfraquecer as lutas dos trabalhadores, o Estado por sua vez, faz cumprir estas leis de retiradas de direitos das classes trabalhadoras e até mesmo dificultando as mobilizações e greves, por outro lado os patrões acabam por acumular mais capital com o apoio do Estado que prepara e promove as condições para a expansão capitalista, o Estado capitalista assegura através da politica leis de sujeição que tende a adequar a classe trabalhadora conforme suas necessidades.

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