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A cidade de São Paulo e a questão do aborto

Por:   •  4/12/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.772 Palavras (12 Páginas)  •  168 Visualizações

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A subjetividade urbana: a opinião das paulistanas sobre o aborto e sua relação

com o espaço social.

Palavras chave: Subjetividade urbana, Território, Espaço, Mulher, Aborto, Cidade de

São Paulo

Introdução

Pensando a cidade enquanto síntese da sociedade, o presente projeto de pesquisa

inserido na temática da subjetividade e a cidade, centrará sua discussão na opinião das

moradoras do município de São Paulo acerca do aborto, a partir das implicações da relação

sócio-espacial, buscando explorar a função do território no comportamento destas mulheres.

Afinal, até onde o espaço social influencia na aquisição de um posicionamento político?

Como o Geógrafo Rogério Haesbart aponta em seus estudos, o território de maneira

geral, não importando sua acepção epistemológica, tem a ver com poder. Tanto no sentido de

dominação quanto em seu sentido simbólico. Para tanto e ainda de acordo com Haesbart, um

determinado local pode expressar uma manifestação de poder através de perspectivas distintas

que se desdobram em três direções: jurídico-políticas, culturais e econômicas.

Na perspectiva jurídico-política, o território é visto como um espaço delimitado e

controlado sobre o qual se exerce um determinado poder, especialmente o de caráter

estatal; na perspectiva cultural prioriza-se as dimensões simbólicas e mais

subjetivas, onde o território é visto fundamentalmente como produto da apropriação

feita através do imaginário e/ou identidade social sobre o espaço; e, por fim, na

perspectiva econômica, destaca-se o território como produto espacial do embate

entre classes sociais e da relação capital-trabalho (HAESBAERT apud SPOSITO,

2004,18).

Sob este prisma econômico e cultural, o professor Mauro Iasi retrata que a cidade é a

forma reificada da organização das relações sociais de produção cuja materialização política e

espacial fornece a base da produção e reprodução do capital (2013, p.41). Portanto, é a

unidade que abriga e fomenta a maturação das contradições impostas pelo modo de produção

capitalista. Nesse sentido, é o próprio terreno da disputa política em suas mais variadas

vertentes. Henri Lefebvre complementa este tipo de reflexão ao desenvolver uma teoria

dialética sócio-espacial em que retrata que o espaço tanto expressa as relações sociais quanto

reage diretamente sobre elas.

Por conseguinte, dado que a urbe se insere enquanto espaço de disputa ideológica,

abrigando tanto possibilidades de emancipação quanto perpetuação e manutenção de um

determinado status quo, o aborto assume um caráter político frente ao dinamismo dos

conflitos sociais que emergem das contradições da vida urbana.

Como Maria Tereza Verardo mostra em seus estudos sobre a questão do aborto,

enquanto setores conservadores da sociedade colocam-se a favor da vida do feto e de sua

independência em relação à mulher que o está gestando, adeptos da descriminalização dessa

prática retomam a ideia do direito ao corpo e o defendem com o argumento de que o feto não

nascido não pode ter mais direitos do que a mulher que o gesta. Por este motivo, tal estudo

busca contribuir para o debate que se faz sobre o aborto bem como verificar se há alguma

relação entre a aceitação ou rejeição que as paulistanas fazem deste conceito a partir da

função social do espaço que é atribuída à cidade de São Paulo.

Para abordar estes apontamentos, optar-se-á pela metodologia quantitativa através da

utilização de um survey, por se entender que este método será o mais qualificado para a coleta

de dados e consequentemente contribuirá para uma análise mais apurada do referido objeto

por tornar possível a construção de variáveis e tendências de comportamento, ampliando

assim, o horizonte da análise.

Justificativa e Problema de Investigação

A ideia da pesquisa aqui proposta surgiu de uma reunião em que os componentes do

grupo discutiam formas de mensurar atitudes e posicionamentos políticos das paulistanas a

partir da interação que estabelecem com o espaço social e o território que as permeiam. Nesse

sentido, a questão de discutir o aborto sob o prisma e o aporte teórico da sociologia urbana

tornou-se um ponto de concordância a ser estudado.

A prática do aborto induzido sempre foi uma realidade constante para inúmeras

mulheres ao decorrer dos tempos, através de discussões que envolvem diversas áreas como

questões morais, religiosas, científicas, entre outras, passou a ser recriminada socialmente e

em diversos países onde não foi reconhecido como um direito de escolha da mulher,

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