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A confusão entre geopolítica política e geopolítica

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Por:   •  15/5/2014  •  Artigo  •  564 Palavras (3 Páginas)  •  185 Visualizações

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É freqüente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na verdade são imbricadas, se sobrepoem em grande parte, mas não se identificam totalmente. Existe uma história de cada um desses saberes que mostra suas origens, suas especificidades, embora em alguns momentos eles tenham se mesclado, se identificado.

A expressão geografia política existe há séculos. Há inúmeros livros dos séculos XVII, XVIII e XIX com esse título. Mas considera-se que geografia política moderna, pelo menos tal como a entendemos hoje -- isto é, como um estudo geográfico da política, ou como o estudo das relações entre espaço e poder -- nasceu com a obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade, não criou o rótulo "geografia política"; ela apenas redefiniu o seu conteúdo, apontando para o que seria um verdadeiro estudo geográfico da política, uma concepção de política que muito deve à leitura de Maquiavel. Antes dele era comum encontrar em obras com esse título a descrição dos rios ou montanhas de tal ou qual Estado - ou seja, qualquer fenômeno ligado ao Estado (o ser político por excelência) era tido como assunto de geografia política. Ratzel mostrou que o estudo da geografia política só vai se preocupar com o meio ambiente - as características "naturais" do território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar, etc.) - desde que isso tenha relações com a vida política. Ele procurou estabelecer uma série de temas pertinentes à geografia política, que continuam a ser atuais (embora outros tenham surgido posteriormente): o que é o Estado e quais as suas relações com o território, soberania e território, o que é política territorial (uma expressão criada por ele), a questão das fronteiras, o que significa uma grande potência mundial, etc.

Em síntese, esse geógrafo alemão não foi o primeiro autor a empregar esse rótulo, geografia política, nem mesmo o primeiro a escrever sobre o assunto - a questão do espaço geográfico na política. Essa análise a respeito da dimensão geográfica ou espacial da política é bastante antiga. Podemos encontrá-la em Aristóteles, em Maquiavel, em Montesquieu e em inúmeros outros filósolos da antiguidade, da Idade Média ou da época moderna. Mas normalmente essa preocupação com a dimensão espacial da política -- tal como, por exemplo, a respeito do tamanho e da localização do território de uma cidade-Estado, em Aristóteles; ou sobre a localização e a defesa da fortaleza do príncipe, em Maquiavel; ou a ênfase na importância da geografia (física e principalmente humana) para a compreensão do "espírito das Leis" de cada Estado, em Montesquieu -- era algo que surgia en passant, como um aspecto meio secundário da realidade, pois o essencial era entender a natureza do Estado ou das Leis, os tipos de governo ou as maneiras de alcançar e exercer eficazmente o poder. Com Ratzel inicia-se um estudo sistemático da dimensão geográfica da política, no qual a espacialidade ou a territorialidade do Estado era o principal objeto de preocupações. E com Ratzel a própria expressão "geografia política", que era comumente empregada nos estudos enciclopédicos dos séculos XVII, XVIII e mesmo XIX (as informações sobre tal ou qual Estado:

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