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AS MULHERES NA POLITICA

Por:   •  1/9/2021  •  Ensaio  •  1.164 Palavras (5 Páginas)  •  76 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - IFCH

 FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: QUESTÕES DE ANTOPOLOGIA

DOCENTE: PROF. DRA. LUÍSA DANTAS

DISCENTES: CLAUDIA DOS SANTOS

DAYNARA CALANDRINE

EMMINY SANTOS

JHONATA PEREIRA

 

MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA: O conservadorismo patriarcal e reflexões sobre igualdade de gênero.

Belém

2021

RESUMO

Mulheres na política brasileira: o conservadorismo patriarcal e reflexões sobre igualdade de gênero

Em 31 de outubro de 2010 um feito histórico marca democraticamente a eleição  de  Dilma Vana Rousseff ao cargo de presidente do Brasil, a primeira mulher a ocupar a chefia do poder executivo, apoiada nos discursos de emancipação da mulher na política e com a crescente ideia de alcançar a  igualdade de gênero, os cidadãos consagram por seus votos a primeira oportunidade de que a gestão do país seja feita por uma mulher.  

Ainda que naquele ano os brasileiros tenham escolhido Dilma para presidente, por um longo tempo, as mulheres e outras minorias são excluídas dos cargos de poder, não chegando a disputar os espaços. O conservadorismo na política brasileira prega veladamente que os cargos políticos existem para a atuação masculina, ainda que financiem mulheres em suas trajetórias políticas, desde que elas sigam o roteiro pré-estabelecido por estes.  

As desigualdades estão engendradas nas diversas esferas sociais, na política brasileira, o conservadorismo patriarcal toma forma acelerada, apresentando enorme retrocesso frente as pautas de igualdade de gênero, o que controversamente tomou bojo nas manifestações de junho de 2013, que vieram por todo Brasil como simbolismo de mudança e renovação política, essa “avalanche popular por mudança” abriu as portas para a ascensão do conservadorismo e colocou o impeachment de Dilma Rousseff na lista de feitos históricos da política brasileira.  

A eleição de Dilma foi um marco importante para a mulher porque antes dela, com a nossa recente redemocratização, dados da câmara legislativa brasileira apontam que de 1982 a 2014, a ocupação de cargos no legislativo por mulheres teve lento crescimento de 9%, em trinta anos, poucas chegavam a ocupar cargos públicos. Mesmo com os avanços modernos, suas organizações sociais, a imagem da mulher na sociedade conservadora patriarcal é de que sua vida pertence ao privado. A representatividade feminina em cargos legislativos (mulheres latino-americanas) em senados e câmaras são apenas de 27%. Mas também, segundo a pesquisa feita no ano de 2016 pela revista Gênero Número, sobre Mulheres na Política, apenas 35% das pautas e projetos sobre os direitos femininos são de autorias de deputadas, porém elas nunca foram mais de 10% na câmara.

Ainda sobre as eleições do ano de 2016, ressalta-se que 25% das Câmaras de Vereadores elegeram apenas homens, e de 13% das mulheres que foram eleitas, apenas 5% eram negras. Apesar de atualmente, as discussões sobre as mulheres no poder terem aumentado e ganhado mais visibilidade, e as suas pautas terem sido passadas ao redor de todo o Brasil em período de eleições, no ano de 2020, em 20 cidades que mulheres estavam concorrendo a prefeitura, apenas sete foram eleitas, ou seja, este fato de mulheres serem minorias no executivo ainda se faz presente.

Nesta perspectiva, enquanto duas mulheres lideravam as pesquisas de votos nas suas cidades, Manuela D’ Ávila (Porto Alegre -RS) e Marilia Arraes (Recife - PE), ambas foram alvo de violência política e fake news, e apesar de suas campanhas bem estruturadas e suas falas concretas, não conseguiram ser eleitas e perderam para homens que usaram de sua fala apenas ataques contra partidos e contra a mulher na política.

Resta a clara violência política, moral e social que as mulheres sofrem ao se lançarem no competitivo cenário político brasileiro, este foi o caso da vereadora e socióloga Marielle Franco, vítima de cruel assassinato. A vereadora foi eleita em 2016, era uma mulher negra, LGBT+, crescida nas favelas do Rio de Janeiro, defendia os direitos humanos, o feminismo, e era contra a intervenção da polícia nas favelas do Rio de Janeiro, denunciava a Policia Militar em casos de abuso de poder contra os moradores de comunidades carentes entre outros grandes feitos de Marielle. Sua história e sua morte foi um estopim para vários protestos no Brasil, pois até o momento não acharam o culpado pelo seu assassinato. Marielle Franco ficou para história das lutas das minorias e é um símbolo de resistência.  

A luta feminina é incentivada pela equidade de gêneros, porém interpretada como superioridade ou como uma guerra de gênero, a escritora Lélia Gonzalez, em seu livro Primavera para Rosas Negras, fala - “Uma componente da Executiva declarou que a revolução só pode se dar através da radicalização da luta entre homens e mulheres. Vale notar que esse tipo de tradição ideológica que é deformadora e dicotômica: a do macho opressor e da fêmea oprimida.” (2018, p. 364). Lélia Gonzalez, foi direta em dizer que essa dialética acaba deslegitimando o movimento emancipatório das mulheres, o colocando somente como um combate ao macho opressor, o debate é muito maior que isso, é a base para a requisição dos direitos das mulheres nas estruturas sociais. A escrita deste capítulo que se remete a mulheres pretas em partidos de poder, se faz um debate preciso e atual, pois é evidente que grande parte dos pertencentes a câmaras e outras posições políticas são homens brancos cis, a menor parte são mulheres brancas e a porcentagem ainda menor de mulheres pretas pertencentes ao poder.

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