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ASPECTOS SOCIAIS E POLÍTICOS DA EPIDEMIA DE HIV/AIDS

Por:   •  5/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.048 Palavras (5 Páginas)  •  271 Visualizações

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ASPECTOS SOCIAIS E POLÍTICOS DA EPIDEMIA DE HIV/AIDS

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         Quando se visualiza a forma como as patologias se disseminam pelas comunidades, um crente há de questionar se Deus não é racista, ou preconceituoso de alguma forma, já que parece que certos grupos são mais afetados por certas doenças graves, como a AIDS.  Com respeito às formas pacíficas e conciliadoras de fé, esse crente ignora que os padrões infecciosos são predeterminados por construções sociais bastante humanas, de forma que são determinados geograficamente, no caso da AIDS no Brasil, os grupos de maior risco, sendo tal decorrente de carência de informações a respeito da disseminação do HIV, de carência de prevenção e até de carência na distribuição de preservativos e outros. Sem se negar a tendência infecciosa dos grupos de risco e uma necessidade de intervenção ali, há de se atentar ao processo de construção histórica da infecção, de forma a se questionar a respeito dos estratos da sociedade em que ela possa estar concentrada, de modo a, ao se contrapor e comparar o desenvolvimento histórico da epidemia HIV/AIDS com os locais em que tende a infectar, se compreender as políticas de saúde pública mais ou menos centralizadas de combate a esse vírus,  e assim se indagar criticamente a respeito da formas de dominação utilizadas por certos grupos políticos fortalecidos sobre o corpo humano para legitimar sua hegemonia.

         Há uma tendência de infecção pelo HIV em certos estratos sociais. Quando se analisa a própria condição interna de grupos sociais marginalizados, sobretudo aqueles que se localizam na periferia das cidades e que geralmente apresentam uma maior representatividade de negros, se percebe fatores de risco. Já que se frequenta menos a escola e que os pais são menos escolarizados nesses locais, há um menor contato com informações a respeito do HIV, de forma que muitos se sentem demasiados distantes dessa realidade para se preocupar com o uso de preservativos. Muitos também alegam não usar preservativos por razões financeiras, de forma que a falta de uma pequena quantia pode ser responsável por grandes danos. Também, muitos ignoram a gravidade da doença, de forma que, devido aos tratamentos que se usa hoje, pensam que não deveriam se preocupar com a doença; também se diz a respeito dos muitos anos que a doença pode permanecer em latência, e, somado isso a uma baixa expectativa de vida, também é fator que leva ao descaso de muitos. Um contexto um tanto preocupante, e que pode levar a pensar na necessidade de políticas específicas para essas regiões.

         O HIV começou primeiramente, no Brasil, a se manifestar nas camadas mais ricas da sociedade, já que essas mantinham contato com estrangeiros em suas relações.  A partir daqui, há divergências, decorrentes, sobretudo, de diferentes interpretações dos dados, dos dados utilizados e da padronização dos dados: a doença teria ou não teria se disseminado pelas camadas mais baixas? Em que setores dessas camadas a epidemia HIV/AIDS teria se alojado com mais força? Onde ela mostra seu maior crescimento?  Considerando as disputas entre os cientistas e os frutos decorrentes delas, aparentemente o branco ainda é o maior afetado, e o crescimento é maior entre os pardos (e muito baixo entre os negros).

Sob a luz das informações citadas supra, se deve analisar a imagem dos programas contra HIV/AIDS praticados nas periferias da sociedade. Quase sempre, um negro é utilizado como veículo da mensagem. Ele próprio se torna uma mensagem implícita, como se, mais uma vez, aqueles "escolhidos" ao sofrimento, à escravidão, à pobreza, agora fossem escolhidos à doença. Mas não. Dessa vez, o negro não deveria ser exposto, já que ele não é o principal acometido por essa enfermidade, sendo exposta a razão preconceituosa e política por trás dessa pretensa tentativa de equidade.

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