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Advogado Hoje

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Por:   •  24/9/2014  •  2.462 Palavras (10 Páginas)  •  196 Visualizações

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Muitos advogados me perguntam se há vantagem em montar uma efetiva sociedade de advogados.

O receio da maioria é, certamente, o custo gerado por isso, seja por conta da tributação, seja por conta da anuidade extra na OAB. Há também certo receio de a sociedade não dar certo, do ponto de vista da quebra do “affectio societatis”.

Enquanto isso advogados advogam sozinhos, ou executam acordos ou parcerias de “rateio de custos” do local onde montam seus escritórios (cada um atendendo numa sala e mantendo uma secretária comum), ou até mesmo de parceiros para encaminhar serviços de áreas em que não atua (visando trilhar o esquema de “ganha - ganha”).

Respondendo estas indagações, acredito que é preciso inicialmente definir o seguinte: Quero ficar sozinho? Quero crescer em tamanho e rentabilidade? Estou disposto a ter um ambiente profissional onde não somente a minha opinião terá valor decisório? Isso por que uma sociedade de advogados é um caminho para alcançar outros objetivos que o advogado sozinho não alcançaria, onde haverá dificuldades e facilidades, ônus e bônus. Por outro lado, não se tenha em mente que o sucesso na advocacia é ter um escritório grande, uma sociedade com funcionários, associados, estagiários etc. É uma escolha. E nem todos estão atrelados a esta opção, por simples opção.

Muitos pensam em parcerias. Alguns pensam em divisão de custos do mesmo espaço. Pode até dar certo. O que acho estranho é que são sonhos, objetivos e modos de atuar distintos, cujas forças nem sempre se somam, podendo se anular. Quando houver um parceiro ou oportunidade melhor do que você é capaz de ofertar, talvez seu parceiro simplesmente diga "fui". Na sociedade, o roteiro é outro.

Fui convidado pela OAB SP (36ª Subseção da OAB SP - São José dos Campos) para ministrar a seguinte palestra: “Gerenciamento de sociedade de advogados: equilíbrio e vantagem na remuneração e nos custos”.

Foi por isso que todos os aspectos que apontei nos parágrafos acima vieram à tona. Percebo que realmente não é uma decisão fácil optar, escolher ou caminhar no sentido de constituir uma sociedade de advogados. Não se esqueçam que o nosso livro de “Gestão para Advogados” da Editora Saraiva possui um capítulo específico sobre “Como montar seu escritório de advocacia” e “Como escolher o seu sócio ideal” – talvez seja o primeiro passo para quem assim decida.

E, com essas provocações, estou aqui para escrever sobre isso, sobre o tema daquela palestra, para responder aos advogados interessados: quais as vantagens em termos de custo e remuneração que esperamos ao constituir uma sociedade de advogados. Logicamente este é o centro da questão ao se pensar em abrir qualquer frente de negócio: avaliar o custo e avaliar a rentabilidade. Então, será que compensa montar uma sociedade de advogados? Se você busca alcançar esse perfil para seu escritório, acredito que sim, que compensa. Vejamos alguns motivos.

1 – Visão geral: uma sociedade de advogados ganha na oferta e na força de trabalho e, portanto, na rentabilidade.

Um advogado sozinho consegue ofertar determinado volume X de serviços ao mercado. Logicamente, sozinho, possui uma possibilidade Y de executar serviços e, por fim, possui uma capacidade Z de efetiva força de trabalho. Estes são seus limitadores da sua rentabilidade, pois de nada adiante ter uma oferta vasta de serviços se não tenho como executá-los com minha força de trabalho. É muito provável, inclusive, que para aumentar o volume você tenha que atuar em áreas que não domina tanto, bem como terá comprometida não somente a qualidade do trabalho, mas também a velocidade de entrega. Ou seja, ou você opta em ficar pequeno e manter alinhada a fórmula “Volume x Execução x Força de Trabalho”, sabendo exatamente a rentabilidade possível para manter a qualidade, ou você precisa crescer.

Então, não é possível crescer sozinho, sem riscos para o seu escritório e para a sua fama profissional. Portanto, eis um divisor de águas entre escolher “crescer ou não crescer”.

Agora, com uma sociedade de advogados naturalmente haverá uma soma de esforços naqueles fatores. Com o aumento da oferta de serviços, seguido de maior possibilidade de execução e maior força de trabalho, não há dúvida, haverá mais custo, porém haverá certamente uma maior rentabilidade.

Sem dizer, como dica prática, que ao aumentar a força de trabalho posso direcioná-la a serviços que não prestaria se não estivesse crescido. Um exemplo típico é, no momento em que se está crescendo, utilizar a força de trabalho para tarefas rentáveis. Imagine que sozinho você precise de um estagiário, e com uma sociedade vocês precisem de três estagiários. No começo pode ser que essa força de trabalho esteja ociosa, então, é preciso direcionar isso para algo novo e rentável, como, por exemplo, a atividade de correspondente, de advocacia de apoio. De repente, além de ter estagiários ou associados trabalhando para o interesse direto do escritório, sua equipe pode gerar uma renda diversificada que talvez até pague seus custos. Em resumo, quando você tinha um estagiário você o pagava, agora que tem três, eles se pagam com as atividades extras executadas.

2 – Visão geral: a sociedade gera uma inevitável ferramenta de marketing ao demonstrar abrangência, agilidade, especialidade e qualidade diferenciada, que não se atinge quando se está sozinho.

Não se esqueça, montar uma sociedade não é melhor, nem pior do que advogar sozinho, é uma opção e depende de onde você pretende levar sua advocacia. Porém, é certo que alguns clientes se sentirão atraídos por uma sociedade ao verificarem que há mais de um advogado para atender uma demanda, com reflexos na capacidade técnica, no tempo de execução e nas áreas de atuação, por exemplo.

E ainda, isso fortalecerá as justificativas da formação do seu preço, pois será fácil demonstrar ao cliente quando da oferta dos serviços que você entregará muito mais justamente por que tem um grupo, uma equipe, uma sociedade. Moral da história, do ponto de vista do cliente: “Pague por um, mas leve vários advogados para te atender, um para cada assunto”. Isso agrega valor automaticamente. Diante disso você poderá dizer para qualquer cliente que seu escritório trata de tal assunto, que é possível executar no tempo que ele precisa, demonstrando proteção e gerando confiança na hora de vender o serviço.

3 – Visão geral: a soma de esforços entre os sócios na mesma direção

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