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Analise Do Texto "Macho, Adulto, Branco"

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Por:   •  4/4/2014  •  508 Palavras (3 Páginas)  •  295 Visualizações

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A hipocrisia da igualdade

Rafael Alcadipani, em seu texto "Macho, adulto e branco", retrata o perfil das pessoas que ocupam cargos de chefia no Brasil. A presença maciça de homens brancos e heterossexuais em cargos de liderança é resultado de um longo processo histórico de segregação, discriminação e preconceito que atuam indistintamente em relação à etnia, gênero e orientação sexual.

Em um passado não muito distante, o machismo e a discriminação foram formas de convivência social amplamente defendidos e praticados. Cabia aos grupos marginalizados a aceitação da sua situação de exclusão e do desamparo frente às leis e à justiça vigentes.

Atualmente, no entanto, a ampliação das estruturas democráticas do nosso país, garante, pelo menos por meio da legislação existente, formas de inclusão e de punição das práticas discriminatórias. Politicamente, portanto, a discriminação não pode mais existir.

Mas existe uma ampla distância entre as práticas legais (conscientes) e o inconsciente coletivo, caracterizado pelas lentas mudanças das estruturas mentais. Por isso, o preconceito e a discriminação, embora politicamente incorretos, continuam a existir e frases do tipo “lugar de mulher é em casa, esquentando a barriga no fogão e esfriando no tanque”, “negro quando não faz sujeira na entrada, faz na saída”, continuam fortemente verdadeiras para grande parte da população brasileira, indiferente de classe, idade ou gênero.

E assim, por meios os mais diversos, às vezes mais visíveis e outros menos, a população brasileira e as suas instituições continuam perpetuando a diferenciação social sem grandes reflexões sobre o assunto.

Trabalhei em uma escola certa vez em que o número de homens representava somente cerca de 5% dos empregados, mas o diretor era um homem, quando a probabilidade maior era que fosse uma mulher. Ele ficou no cargo durante 12 anos. Da boca do diretor, ouvia-se frequentemente palavras de discriminação e preconceito, que subestimavam a capacidade e o poder femininos, mas que eram ditas em formas de piadas contadas livremente e das quais as funcionárias riam como se fosse algo normal.

Atualmente ouvimos frases preconceituosas rotineiramente. Mulher é o “sexo frágil”, deve ser tutelada, como poderá ser líder se não é responsável nem pela própria vida? Um “gay” não é “homem de verdade”, ou seja, não tem os atributos necessários para chefiar como força, virilidade, etc. Negros só fazem “besteiras” (palavra que nos remete à besta). No Brasil Colonial, os “homens bons”, isto é, portugueses donos de escravos e de terras, eram os únicos que podiam ocupar cargos políticos nas vilas e cidades. Mulheres cuidavam do lar, de preferência estavam sempre nos fundos da casa, restritas ao ambiente privado e longe das coisas públicas que cambiam aos homens, negros realizam trabalhos braçais, tidos de segundo categoria, e homossexuais, quando descobertos, eram punidos e julgados pelo seu “crime”.

E no Brasil do século XXI, estes mesmos mecanismos continuam atuantes, embora, sejam disfarçados pelas máscaras da igualdade de oportunidades, meritocracia, inteligência, determinação, que, na maioria das vezes são atributos manipulados. Como mudar tudo isso? Por meio da reflexão contínua, do debate político, da exigência de

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