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Antropologia e Diferença: Quilombola e Indígenas na Luta pelo Reconhecimento do seu Lugar no Brasil dos (Des)iguais.

Por:   •  21/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  893 Palavras (4 Páginas)  •  935 Visualizações

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CAPÍTULO 6

Antropologia e Diferença: Quilombola e Indígenas na Luta pelo Reconhecimento do seu Lugar no Brasil dos (Des)iguais.

A profunda desigualdade social é a grande marca da sociedade contemporânea que foi disseminada através da colonização do território brasileiro. Dentre elas, destaca-se a discriminação para com indígenas e descendentes de escravos. No que tange aos índios, cabe lembrar que sua população foi severamente reduzida, seja em função de doenças desconhecidas por eles ou da superioridade bélica portuguesa. Isso acarretou em uma considerável perda da diversidade cultural existente. À maioria dos sobreviventes foi imposta uma política assimilacionista, integrando-os à sociedade em construção. Com essa dizimação, somada aos interesses da Coroa lusitana e dos traficantes de escravos, a mão-de-obra africana foi introduzida no Brasil, sendo seus descendentes os mais prejudicados socialmente nos dias de hoje.

Segundo Hasnbalg (1979, p.29) afirma em sua obra que

[...] o escravismo foi uma experiência historia crucial para os negros nas Américas. Além de seu significado econômico, a importância da relação senhor-escravo, como relação em que as clivagens de classe e raça coincidiam quase perfeitamente, reside nas formas em que se moldou a tradição cultural e os padrões de organização social do grupo racial subordinado.

Os escravos, quando fugiam de seus donos, compunham os chamados quilombos. Em dialetos africanos, essa palavra significa união, habitação ou reunião de acampamentos. O Conselho Ultramarino Português de 1740 definiu quilombo como “toda habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte desprovida, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”. Indica, também, uma reação guerreira a uma situação opressiva.

Na tradição popular no Brasil há muitas variações no significado da palavra quilombo, ora associado a um lugar “quilombo era um estabelecimento singular”, ora a um povo que vive neste lugar “as várias etnias que o compõem”, ou a manifestações populares, “festas de rua”, ou ao local de uma prática condenada pela sociedade “lugar público onde se instala uma casa de prostitutas”, ou a um conflito uma “grande confusão”, ou a uma relação social “uma união”, ou ainda a um sistema econômico “localização fronteiriça, com relevo e condições climáticas comuns na maioria dos casos”. A vastidão de significados, como concluem vários estudiosos da questão, favorece o seu uso para expressar uma grande quantidade de experiências, um verdadeiro aparato simbólico a representar tudo o que diz respeito à história das Américas.

Em termos jurídicos, foi utilizada para designar uma localidade que abrigava negros fugidos. Atualmente, o UnB pressupõe a existência de 2228 comunidades remanescentes de quilombos, embora o número possa ultrapassar 5000 locais. Entretanto, apenas 32 agrupamentos estão regularizados pelo INCRA, mesmo a Constituição garantindo a propriedade definitiva por parte dos descendentes de escravos. Eles são caracterizados por autodefinição da própria comunidade, cabendo ao INCRA os demais procedimentos. Os quilombolas precisam apresentar ancestralidade africana, o que os faria vítimas de certa opressão história. Ainda é importante salientar que o território, para as comunidades em questão, possui um importante peso em suas caracterizações identitárias e culturais.

A partir da data de 1888 deu-se a libertação dos escravos, a partir de então não houve garantia das mínimas condições de subsistência, trazendo resultados desastrosos. A abolição da escravatura deixou a massa de libertos numa condição extremamente vulnerável, interferindo negativamente na formação socioeconômica da população negra do Brasil.

Segundo CARVALHO (2002, p.53) em decorrência de tais fatos.

 

[...] é a parcela menos educada da população, com os empregos menos qualificados, os menores salários, os piores índices de acessão social. Nem mesmo o objetivo dos defensores da razão nacional de formar uma população homogênea, sem grandes diferenças sociais, foi atingindo. A população negra teve que enfrentar sozinha o desafio da acessão social, e frequentemente precisou fazê-lo por rotas originais, como o esporte, a música e a dança. Esporte, sobretudo o futebol, música, sobretudo o samba, e dança, sobretudo o carnaval, foram as principais canais de acessão dos negros até recentemente.

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