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Aristóteles

Por:   •  23/7/2015  •  Resenha  •  1.593 Palavras (7 Páginas)  •  247 Visualizações

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Ana Luisa Stussi Velloso de Andrade                RA: 557030

Bruna Dorico Rossitto                                   RA: 606626

nota: 7,0

Introdução a Ciência Psicológica

  1. De acordo com a concepção de Aristóteles, a realidade se encontra apenas na esfera sensível, não podendo ser dissociada de modo a apresentar uma abordagem apenas relativa ao sensível e à uma ordem intrínseca do ser que antecede as percepções físicas, como proposto por Platão. Para Aristóteles, os indivíduos são compostos de matéria (hylé) e forma (eidos) sendo estas indissociáveis. A matéria é, portanto, o que traz a individualidade do indivíduo, enquanto a forma é o modo como esta matéria se organiza. As formas abstratas do inteligível apontadas por Platão como a essência do ser são, para Aristóteles, apenas um modo como o intelecto abstrai as formas já existentes na esfera sensível para chegar a conceitos que ilustrem a realidade.

A matéria ainda, está em constante processo de transformação podendo tomar formas diferentes (atenção: a matéria não toma formas diferentes, apenas 'etapas' diferentes da mesma forma), isto é, se reorganizando de diferentes maneiras a partir de uma lógica regular. Para o início da compreensão acerca da maneira como a matéria adquire novas formas, Aristóteles propõe 4 causas às quais pode-se atribuir a existência de algo. A primeira causa, a causa formal faz referência à características essenciais que fazem com que uma coisa seja o que é. Apesar de admitir que a forma compreende características imutáveis e essenciais, diferentemente de Platão, Aristóteles acreditava que tais características partiam do mundo físico em direção à uma concepção na esfera inteligível, e não o contrário. No caso de algum objeto desenvolvido pelo homem, a causa formal de sua existência é a a idéia que ele tem em sua mente e quer reproduzir na matéria. A segunda causa, a causa material, diz respeito essencialmente à matéria, isso é, à natureza do material, como por exemplo bronze, ouro, prata, pedra, etc. A causa eficiente, ou motriz, é o conjunto de eventos e ações que levam uma determinada matéria a se organizar de alguma forma, como por exemplo as ações de um escultor ao esculpir uma escultura. A quarta e última causa, a causa final, corresponde à inserção que a matéria assumirá dentro de uma essência, por meio da qual poderá ser atribuída à finalidades específicas. (essa é a causa final no caso dos artefatos humanos; é necessário também explicar a causa final na natureza)

        Para Aristóteles, é natural da matéria o processo de transformação, a matéria se reorganiza em diferentes formas (não são formas diferentes, apenas etapas de desenvolvimento na direção da completude da mesma forma que, estava, desde o início, dada como potência) em busca de atingir uma forma ideal e eterna. As causas eficientes não podem ser pensadas como a causa profunda da mudança uma vez que, independentemente da causa eficiente, a matéria está inserida em uma lógica regular de mudanças específicas, por exemplo: uma criança se desenvolve e torna-se jovem, não pode se tornar um macaco ou uma árvore. A causa das mudanças se dá na medida em que as transformações ocorrem na busca de lograr uma identidade essencial, com uma finalidade específica, dessa forma a causa final pode ser considerada a razão pela qual as transformações ocorre, isto é, a busca de chegar à uma essência final (mas vocês não explicaram ainda qual é essa causa final na natureza). A causa final orienta as causas eficientes, e aponta a causa formal de uma matéria como finalidade do processo. Considerando essa constante busca por transformação e evolução da matéria, podemos entender a matéria está sempre inacabada, e essa falta de finalidade essencial traz uma tendência da matéria a evoluir, sendo essa a força que orienta as mudanças da matéria, a potência (frase confusa, incompreensível). A forma, deste modo, é a potencialidade para a atualização da matéria. Apesar das transformações que devem decorrer ao longo do tempo, a matéria continua inserida num contexto regular ao longo das diversas transformações, o ato. Por exemplo, uma faísca é fogo em ato, e em potência é uma chama.

        Conclui-se então, que a matéria é passiva, e nela há sempre a  potencialidade de transformação, através da atualização de sua forma. Processo este que só é possível através das causas eficientes.

  1. A noção de apetite, para Aristóteles, diz respeito à tendência dos indivíduos ou da matéria em alcançar novas formas (não são novas formas), mais perfeitas, sendo irracional e e inconsciente. A função locomotora-apetitiva é a função presente nos seres que possuem sensibilidade para que os indivíduos busquem a obtenção de prazer e fujam da dor, através do apetite que leva à buscas ou fugas.

A sensação de dor ou de prazer ativa diferentes tipos de movimentos no corpo e na psique. A o movimento de desejo no corpo pode ser traduzido como um impulso instantâneo inerente ao indivíduo em obter ou afastar-se de algo. O movimento do desejo expresso no corpo se gera originalmente na psique. A diferença do movimento do desejo expresso na psique, se dá a partir da consideração de que este é uma deliberação, ou seja, não é espontâneo e sim determinado pela razão. Na forma da psique, este movimento pode ser traduzido como vontade, sendo restrito ao ser humano por estar associado com processos racionais.

  1. A teoria de Aristóteles converge com a de Platão no sentido de que a razão deve orientar a busca e o movimento, a partir da concepção de que somente a razão pode atingir de forma confiável um conhecimento acerca do que se deve buscar.  O conceito de livre arbítrio se desenvolve para caracterizar a possibilidade da psique humana de desenvolver ou não algumas potencialidades. Para Aristóteles, diferentemente de Platão, a razão não consegue guiar por si só um movimento, e nem o desejo (e nem o desejo o quê? A razão não consegue guiar por si só também o desejo, ou o desejo também não consegue guiar por si só um movimento? O sentido não está claro), visto que estes são passíveis de resistência. Há um ’espaço psíquico’ entre essas duas potencialidades, e na conclusão deste embate uma das ações é atualizada. Deste modo, conclui-se que a psique humana é livre para escolher.
  2. Segundo Aristóteles, existe uma distinção no homem acerca da existência de três graus de funções de ser animado ou três graus/tipos de vida:

Vida vegetativa: É caracterizada pelos movimentos de nutrição e de reprodução, que todos os seres vivos realizam e que são inconscientes. Embora indispensável para a manutenção do homem, não constitui a forma essencial do ser humano, ou seja, a simples execução desses movimentos não fornece a uma vida o caráter de vida humana.

Vida sensitiva: É caracterizada pelo movimento da sensação, que já constitui algum grau de conhecimento. O conhecimento humano se inicia com o objeto presente. Porém, a vida sensível também ainda não é, segundo Aristóteles, uma vida essencialmente humana, pois está pautada no movimento da sensação onde se inscreve uma parte do desejo (os desejos no corpo).

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