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Artigo de opinião a cerca do tema “Direito e Linguagem: Vidas Secas”

Por:   •  25/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  537 Palavras (3 Páginas)  •  734 Visualizações

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Artigo de opinião a cerca do tema “Direito e Linguagem: Vidas Secas”.

A LINGUAGEM COMO PRINCIPAL FORMA DE ACESSO À JUSTIÇA

        A linguagem tem o objetivo de comunicar algo, indo muito além de símbolos gráficos e podendo se concretizar também, e não somente, através de sinais sonoros, gestos ou expressão corporal. Daí a importância de uma boa comunicação para o exercício de direitos e deveres do cidadão, que, como é possível obervar na obra “Vidas Secas”, não são sequer conhecedores de seus direitos por não compreenderem a linguagem, não dominarem a fala e muito menos a escrita.

        Na obra de Graciliano Ramos as personagens estão inseridas num contexto social de extrema desigualdade e miséria, sem direitos básicos como moradia própria e principalmente alimento. O autor traz aos leitores a animalização do homem: o que diferencia os seres humanos de animais é o fato de serem racionais, porém quando esses indivíduos não possuem, em várias cenas, nem mesmo água para sua subsistência, são renegados a condição de meros animais, pois para que o homem possa lutar pelos seus direitos, é necessário, primeiramente, que ele tenha seu próprio alimento.

        Outro aspecto importante e relacionado ao Direito a ser abordado é a questão da dignidade da pessoa humana. Esse conceito é inerente a cada indivíduo, que deve ser respeitado por seus iguais e pelo Estado, e ampara o ser para que possa buscar seus direitos. Na situação descrita na obra torna-se possível avaliar que as pessoas ali presentes não conhecem nem mesmo a fala, tendo grande dificuldade em expressar suas emoções, admiram quem possui o mérito, a exemplo de Seu Tomás da Bolandeira que não precisava usar de força ou autoridade para conquistar o que desejava, bastava pedir, pois dominava a fala e a escrita. Aqui se percebe a importância da linguagem para a realização da comunicação de forma efetiva, pois unicamente por meio dela é possível praticar a dignidade da pessoa humana e exercer plena cidadania.

        A Constituição Federal de 1937, época em que o livro foi escrito, já trazia alguns direitos para o povo, que mesmo assim esteve desamparado. Atualmente, a Constituição que vigora é a de 1988, que assegura direitos como igualdade, liberdade, propriedade, educação, saúde e assistência aos desamparados. Ainda assim, inúmeras pessoas, não só nos sertões e em virtude de secas ou cheias, mas em todo o mundo sofrem com a extrema miséria e desigualdade social, onde se encontram desprovidos de direitos por não conhecerem a palavra e não terem acesso à educação.

        Ante o exposto, é possível analisar que é somente por meio da linguagem, seja ela escrita, falada ou expressada, que se torna possível que cada um lute por seus direitos e principalmente por alimento e dignidade. Ainda existem inúmeras pessoas sem auxílio real do governo e que são carentes de legitimidade, que precisam e merecem ser ouvidas, somente assim será possível que exerçam sua real cidadania de forma justa e igualitária, sendo necessário que elementos como educação e saúde estejam a seu alcance para a concretização desses objetivos.

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