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Ciencias Sociais

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Por:   •  7/11/2014  •  1.244 Palavras (5 Páginas)  •  150 Visualizações

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1- INTRODUÇÃO

Segundo Iamamoto, a Questão Social pode ser definida como: O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade.

Essa estruturação do perfil de profissão emergente teve a igreja católica como principal fio condutor responsável pelo ideário e formação dos primeiros profissionais.

No início dos anos 40, o Serviço Social e seu pensamento de fonte da doutrina social da Igreja e seus ideais Franco-belgas, avançam para um desenvolvimento técnico ao entrar em contato com o Serviço Social norte-americano – permeado pelo caráter conservador da teoria social positivista.

Esta busca pelo Serviço Social norte americano e a teoria positivista advém da necessidade de cumprir com as demandas crescentes, de trabalhadores empobrecidos, por bens e serviços. Estes trabalhadores desempregados, fruto do processo de desenvolvimento e acumulação do capital, começam exigir e pressionar o Estado por ações assistenciais. Assim, criam-se instituições assistenciais estatais para intervenção do Estado no processo de reprodução das relações sociais, regulando assim tanto a viabilização do processo de acumulação quanto o atendimento das necessidades sociais das classes subalternas.

2- DESENVOLVIMENTO

Na América Latina a emergência do Serviço Social está relacionada ao modo como cada país absorveu o processo de industrialização, que desencadeou no surgimento de novas classes sociais, necessárias às relações de produção embasadas na exploração e alienação do trabalhador (CASTRO, 2003). Segundo Iamamoto, o Serviço Social surge no início da década de1930 através do movimento de “reação católica”, e “é respaldado em uma vasta rede de organizações difusoras de um projeto de recristalização da ordem burguesa, sob o imperativo ético do comunitarismo cristão, exorcizando essa ordem de seu conteúdo liberal”. (IAMAMOTO, 2004).

Nos anos 40 e 50 o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana. Marcado pelo tecnicismo, pela psicanálise, pela sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial. Neste período há o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de Comunidade, além do desenvolvimento das peculiares abordagens individuais e grupais. Nos anos 60 e 70 há um movimento de renovação na profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O Serviço Social se laiciza e passa a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade. Estabelece interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos “de esquerda”, sobretudo do sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto. Com os “ventos democráticos” dos anos 80, inaugura-se o debate da Ética no Serviço Social, buscando-se romper com a ética da neutralidade e com o tradicionalismo filosófico fundado na ética neotomista e no humanismo cristão. Assume-se claramente no Código de Ética Profissional, aprovado em 1986, a ideia de “compromisso com a classe trabalhadora”.

Nos anos 90, se verificam no âmbito do Serviço Social os efeitos do neoliberalismo, da flexibilização da economia e reestruturação no mundo do trabalho, da minimização do Estado e da retração dos direitos sociais. O Serviço Social amplia os campos de atuação, passando a atuar no chamado terceiro setor, nos Conselhos de Direitos e ocupa funções de assessoria entre outros. Nos anos 2000 essa nova conjuntura provoca novas disputas em torno da questão social e do papel a ser cumprido pelas políticas sociais. Reduz-se a capacidade de mobilização em torno de projetos coletivos, o que gera novos desafios para a luta pela consolidação dos direitos da população usuária dos serviços prestados pelos assistentes sociais. Esses elementos apontam para a necessidade de fortalecer o projeto ético-político profissional, que vem sendo construído pela categoria há mais de três décadas.

Ao longo da história o assistente social vem desempenhando importante papel como agente profissional responsável pela execução de políticas públicas, portanto vale ressaltar que na atualidade esse profissional vem conquistando lugar de destaque na formulação, execução e gestão de políticas sociais. No que diz respeito ao Serviço Social na contemporaneidade, é resultado de um processo histórico, mais precisamente das transformações societárias, que consequentemente procedem na emergência de novas demandas para o Serviço Social bem como na necessidade de redimensionar a formação profissional, o que para Iamamoto (2009) significa “[...] extrapolar o Serviço Social para melhor apreendê-lo na história da sociedade da qual ele é parte e expressão”.

Com relação ao viés do fazer profissional, Iamamoto aponta como um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente: [...] desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo (IAMAMOTO, 2009). O desempenho do Assistente Social justifica-se integralmente em uma sociedade onde a questão social reflete-se na vida

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