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Como analisar a visão crítica dos estudos sobre Gênero e sexualidade onde gêneros e sexualidades construídos e assimilados em bases instáveis

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Por:   •  28/7/2014  •  Artigo  •  1.291 Palavras (6 Páginas)  •  299 Visualizações

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Como analisar a visão crítica dos estudos sobre Gênero e sexualidade onde gêneros e sexualidades construídos e assimilados em bases instáveis? Qual a consequência desse entendimento?

Segundo Durkheim, à principio não há sujeito. Levando esse entendimento da sociologia para os estudos de gênero e sexualidade, podemos dizer que, no princípio, não há um homem ou uma mulher. Logo, uma pessoa não nasce com o gênero determinado. O corpo não justifica o gênero, ele é uma construção, assim como a sexualidade. A influência da biologia é extremamente pequena em relação á da cultura. Assim, ao nascer um corpo de fêmea ou macho pode assumir qualquer uma das configurações possíveis de gêneros dependendo de suas experiências sociais, podendo haver um corpo de homem que será futuramente uma mulher e vice versa. Isso mostra que é um erro a afirmação de homossexuais de terem nascido com aquele gênero. Assim, ninguém nasce com um gênero, e o gênero nem sempre corresponde ao corpo. Também é um equivoco tratar a homossexualidade como escolha, pois sua constituição de gênero não foi fruto de escolhas e sim de experiências, essa afirmação serve ao argumento de que se eles escolheram essa opção então eles que arquem com as consequências . Não há uma orientação sexual, esse argumento só serve para reforçar o equívoco de achar que o LGBT é portador de algo. Não há uma opção, nem uma orientação sexual, o que há é o corpo e seus prazeres. Como o gênero é determinado apenas nas relações entre os sujeitos, então ele é inconstante. Uma vez que o gênero é construído, ele pode ser desconstruído e reinventado a qualquer momento dependendo de suas experiências e dentro das possibilidades limitadas de configurações. O sexo também é uma construção, ou seja, o corpo sexual é uma construção. Assim, o sexo não corresponde ao corpo anatômico, á crença na correspondência remete ao determinismo biológico que há muito tempo já foi superado e também na crença de que a sexualidade deve ter como finalidade a reprodução. As configurações de gênero foram construídas a partir dos dados biológicos, do corpo masculino e feminino, associando esses dados a certas características que pertencem ao cultural, mas que parecem pertencer a natureza, fazendo com que uma característica fosse associada a somente a um dos tipos de corpos anatômicos e sua característica oposta associada ao corpo anatômico oposto, no caso macho ou fêmea. Os gêneros serão construídos a partir de associações desses dados. Por exemplo, a força, o seco, o externo passou a ser associado ao masculino e consequentemente os seus possíveis opostos, no caso a delicadeza, o úmido e o interno, foram associados ao feminino. Assim os dados de gênero e corpo que são vistos como pares e opostos vão ser os componentes de um alfabeto universal que vai formar as frases culturais. Esses dados opostos funcionam como uma grade para a construção do mundo. Um corpo de fêmea ou macho pode assumir qualquer uma das possíveis opções de gênero e suas características. Esse entendimento desconstruiu a crença de anormalidade da sexualidade diferente da heterossexual, vistas primeiramente como uma patologia a ser tratada por profissionais da saúde, e posteriormente, até mesmo por homossexuais, como uma escolha. Tanto homossexuais como heterossexuais. são iguais no sentido de que não há algo psicologicamente, fisiologicamente, anatomicamente que diferencie os corpos sexuados. Aliás, podemos afirmar que não é possível ser, mas estar sendo um homossexual, heterossexual ou bissexual. já que qualquer sexualidade é reversível. Talvez essa explicação tenha contribuído para que gays e lésbicas ou qualquer “portador” de outra identidade sexual diferente da “normal heterossexualidade” tivessem mais confiança de se export perante a sociedade, se sentindo mais confortáveis para assumir sua verdadeira identidade sexual. Colocar o gênero como uma construção vai contra a crença que o gênero corresponde ao corpo.

Porque esses estudos focam na desnaturalização da realidade na crítica da normatização?

Podemos perceber que o nosso sistema de leis, nossas normas, preceitos jurídicos, religiosos, morais ou educacionais estar todo heterossexualizado, eles tratam os LGBTs como seres inexistentes, tendo os homossexuais dificuldades em ter que se enquadrar em alguma categoria de gênero ou de comportamento na qual ele não se identifica para poder fazer parte desses sistemas e normas. Na nossa sociedade a heterossexualidade é tida como a sexualidade normal na crença de que a sexualidade de ter como única finalidade a reprodução, então é normal que pessoas com opções sexuais diferentes do comum se sintam cada vez mais excluídos e o preconceito começar pela família que vê o homossexual como irreconhecível, esses preconceitos geram tensões ocasionando uma série de crimes contra estes ,problemas deixam de ser do individuo e passam a ser da sociedade, é cada vez mais comum crimes contra homossexuais. Acredito que o que esta ocasionando uma série de crimes contra os mesmos seja a exclusão deles da esfera pública, fazendo com que o agressor acredite que não vai sofrer as mesmas sanções penais que sofreriam se estivesse praticado contra um heterossexual, como se o homossexual não tivesse os mesmos direitos que um heterossexual. Uma pessoa não deve ser excluída somente por apresentar outra orientação sexual Nossas instituições estão organizadas segundo a sexualidade heterossexual, então fugir desse padrão gera uma série de conflitos aos que não se enquadram. Fomos educados desde pequenos para sermos heterossexuais, para casarmos e constituirmos família, o casamento é um fato social e exerce coerção sobre os indivíduos então é natural que casais do mesmo sexo queiram se casar, mas em alguns países a legislação não permite; então ele fica excluído dessa instituição, pois ele não apresenta as condições mínimas exigidas para ter o direito a vir a constituir uma família, pois vivemos numa sociedade conservadora que define limites bem estreitos de comportamentos normais e aceitáveis, então ser diferente não tem a aceitação que deveria se ter. Então eles vivem situações cotidianas que não os inclui e os convida a voltarem a ter que esconder sua opção de genero, a toda hora eles estão se deparando com situações que não os tratam como realmente são. Essa situação aliada ao desprezo da família contribui para que ocorra o isolamento deste gênero, fazendo com que eles sintam que são os únicos a terem que enfrentar esse tipo de problema, impedindo que eles se juntem para lutarem pelos seus direitos. As pessoas enxergam os gêneros que não seguem o padrão como um defeito, é comum afirmações “Ela é uma boa profissional, apesar de ser lésbica”. Então essa exclusão de homossexuais, parte do entendimento equivocado de que existe neles algo de diferente do heterossexual, uma substancia segundo a qual eles seriam portadores. O estudo construtivista enxerga pessoas com diferenças de gênero como seres normais, e sua sexualidade como produto de seus relacionamentos e consequentemente pertencendo ao campo do social. A crença de que o gênero é determinado por cromossomos e que acompanha o corpo desde o nascimento faz com que o portador de um gênero não correspondente ao seu corpo, seja tido por anormal. As características físicas são utilizadas como uma justificativa das diferenças, na nossa sociedade, mas essas características físicas são apenas um indicativo ou sinal, o gênero de um corpo de homem provavelmente será masculino, mas essa marca não é garantia. O conceito de naturalização do gênero vai contra o de construção. A naturalização do gênero faz com que a sexualidade diferente da heterossexual seja vista como anormal, pois o individuo supostamente tem uma sexualidade incompatível com sua genética, ou seja, com a sua natureza. Mas partindo-se do entendimento de que o gênero é uma construção perceberemos que não há nada de estranho em qualquer sexualidade. esses passaram a ocupar os centros universitários nas áreas de humanas. Eles podem nos ajudar não apenas no entendimento da sexualidade, mas também da nossa cultura, das instituições e do poder.

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