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Conceito popular de burocracia

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Por:   •  23/1/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.385 Palavras (10 Páginas)  •  365 Visualizações

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3. CARA E COROA

“Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa ou organização onde o papelório se multiplica [...], impedindo as soluções rápidas ou eficientes.” (CHIAVENATO, 1993. p). Este conceito popular observado pela premissa de Weber está equivocado, pois o verdadeiro sentido da burocracia é a organização eficiente por excelência, ou seja, uma organização na qual o individuo procura oferecer respostas as suas necessidades, e para atingir a eficiência precisa-se do entendimento a cerca de suas características.

A característica do caráter legal das normas e regulamentos, diz respeito ao pré-estabelecimento de leis, normas e regulamentos, tentando prever todos os comportamentos possíveis dentro da organização, criando parâmetros sobre a maneira como esta deveria funcionar. Ou seja, a organização transforma-se em um mini-Estado, no qual é regido por uma legislação própria. De forma racional e coerente as normas e regras legitimam a capacidade de impor autoridade e disciplina buscando sempre atingir os objetivos organizacionais. Por serem escritos, delimitam qual a função a ser desempenhada por cada cargo, logo o cargo não pertence ao individuo, mas o individuo que pertence ao cargo, portanto a substituição de funcionário não influencia no desempenho de função. “Dessa forma, não só a alta administração mantém mais firmemente o controle [...], como também facilita o trabalho destes, que não precisa esta a cada momento medindo as conseqüências vantajosas e desvantajosas de um ato antes de agir” (MOTTA; BRESSER-PEREIRA, 2004, p.15). Com isso o funcionário tem conhecimento das tarefas especificas a serem desempenhadas. Mas, para cada situação vigente na organização será criada uma nova norma, causando uma maior extensão, na qual proporciona a má interpretação do corpo de normas e regras. Um exemplo disto é a constituição brasileira, à qual é repleta de emendas, que dificultam a compreensão e o conhecimento por parte da população de seus direitos.

“A administração de um cargo moderno se baseia em documentos escritos [...]”. (WEBER, 1982, p. 230). A partir desta afirmação, percebe-se que todas as ações e decisões realizadas na organização são registradas em forma de escrita, assim surge o caráter formal nas comunicações, isto é, a necessidade de comprovar os atos adequadamente através da documentação para que ocorra uma interpretação única e a organização atinja a eficiência. Com esta medida evitam-se distorções nas informações circuladas dentro da estrutura organizacional, além de não proporcionar o questionamento do subalterno sobre a veracidade das suas obrigações, ou seja, existe precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos seus deveres.

Devido à exigência de documentar todos os acontecimentos organizacionais, cria-se a maior e mais conhecida disfunção da burocracia, a famosa “papelada”, sendo tal termo muitas vezes confundido com a própria burocracia. Conforme essa característica é utilizada percebe-se uma distorção do desempenho real, pois sabemos que os arquivos são necessários para o funcionamento racional da burocracia, no entanto o problema é definir até qual nível esses documentos terão utilidade ou serão apenas uma forma de lentidão para o exercício burocrático. Segundo Merton (1970 apud. Motta e Bresser-Pereira 2004, p. 206), a burocracia parte da exigência de controle para o funcionamento satisfatório, assim ela propicia no funcionário uma pressão sobre seu comportamento, possibilitando-o ser disciplinado, prudente e metódico.

Logo haverá o surgimento da organização informal repreensiva ou defensiva sobre esse comportamento, agindo de modo conservador. O problema é que os burocratas não sabem mensurar o nível de documentação exigido prendendo-se e abusando das regras. Um exemplo prático para a disfunção nesse segmento seria o ato de adquirir um imóvel, no qual requer um extenso corpo de documentos. Já o mau uso desta atribuição corresponde à forma como esses registros são aplicados nos hospitais, onde os funcionários utilizam da extrema formalização para atender os enfermos deixando de lado o bem estar das pessoas e seguindo as normas.

“A burocracia é uma organização que se caracteriza por uma sistemática divisão do trabalho [...], ela é adequada aos objetivos a serem atingidos.” (CHIAVENATO, 1993, P. 283). Chiavenato refere-se a uma organização em que as funções delegadas aos indivíduos são estudadas racionalmente para atingir os fins. Na sistemática divisão do trabalho o funcionário especializado será uma engrenagem em conjunto com o resto da organização, tornando-se uma máquina com um único objetivo. Esta característica é necessária para maximizar a produtividade, e excessiva procura pela eficiência, além do mais, o objetivo da organização nasce na cúpula, logo é onde são definidas racionalmente as funções do indivíduo.

A respeito desta característica podemos enunciar a super-especialização como um problema, pois o funcionário ao desempenhar apenas uma função torna-se prisioneiro da mesma, não lhe cabendo outro tipo de ação sendo apenas aquelas pré-estabelecidas pelo seu chefe, ou seja, esta situação causa sérios desgastes físicos e mentais para o burocrata, além disso, esta medida proporciona a inibição de qualquer comportamento fora dos padrões estabelecidos, em particular, à criatividade, algo essencial na atualidade, vale ressaltar que a partir desta característica, o problema ocorrido em determinado departamento não pode ser solucionado por um funcionário, cujo não possua vinculo com este setor.

“As pessoas, enquanto elemento da organização limita-se a cumprir as suas tarefas, podendo sempre ser substituídas por outras - o sistema, como está formalizado, funcionará tanto com uma pessoa como com outra.” (WIKIPÉDIA, 2008). Na burocracia a impessoalidade demonstra ser constante, pois através desta característica há um funcionamento com máxima eficiência. Neste sistema não há espaço para tratamentos especiais ou preconceituosos, os funcionários ocupam seu cargo devido a sua capacidade e não por nomeações realizadas pelos chefes burocratas, suas relações tanto de subordinação como autoridade são justificadas pelos cargos ocupados, ou seja, nesta estrutura ninguém é conhecido por seus caracteres privados, mas sim pelo cargo no qual exerce na organização. Graças à impessoalidade presente na burocracia temos o direito de sermos tratado de maneira igualitária, porque perante a burocracia não existe diferença entre indivíduos com auto poder financeiro ou com baixo poder, ambos receberão o mesmo tratamento sem qualquer tipo de favorecimento,

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