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Contexto de Surgimento da CEPAL

Por:   •  17/5/2016  •  Artigo  •  620 Palavras (3 Páginas)  •  461 Visualizações

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Economia Política

UFPel

por Luan da R. Funari


Contexto de surgimento da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe

        A CEPAL aflora em um mundo com uma economia extremamente desestabilizada principalmente pelas duas grandes guerras mundiais, com a consequência de uma  produção Europeia não sendo mais suficiente nem mesmo para seu âmbito interno, além de uma grande depressão econômica deflagrada em 1929 no então favorecido Estados Unidos da América, crise esta que deixou evidente grandes falhas tanto “naturais” quanto provocadas por excessos e descontrole de um modelo econômico de mercado predominante no ocidente. No mundo, criava-se um quase consenso de que consequências como a fome, a falta de recursos básicos, conflitos e governos autoritários que ofereciam soluções drásticas  tais eram geradas pelas contradições de alguns fundamentos capitalistas.

        Europa e EUA, apesar do avançado desenvolvimento em que se encontravam não alcançavam mais estabilidade e seus modelos de fraca relação entre economia e Estado não pareciam mais poder ser tomados como exemplos a serem seguidos dogmaticamente. Diante disto, via-se como solução a prática do modelo teórico Keynesiano, que procurava rimar em uma economia planificada pelo Estado o desenvolvimento econômico e a estabilidade social. Desta forma, muitas nações subdesenvolvidas em desenvolvimento passaram a legitimar sua busca por independência dos ainda impérios coloniais e corrigir distorções que impediam o desenvolvimento econômico e social, através da responsabilização de seus Estados por medidas de proteção do mercado interno, planos de investimento e direcionamento de atividades econômicas de acordo com as necessidades. No entanto, tal modelo em vista da instabilidade político-ideológica que penetrava nos Estados e a persistência da agravação de importantes problemas sociais, se mostrava, como se dava, insuficiente para países subdesenvolvidos, de caráter agrário e que no máximo eram exportadores de matéria prima.
        Haviam para além, consequências de falhas tanto dos modelos capitalistas clássico, neoclássico e keynesiano puros em realidades muito particulares na “periferia cultural” e econômica do mercado e sua divisão internacional do trabalho, conhecida como “terceiro mundo”. Na América latina de então, assim como na maior parte dos países subdesenvolvidos, a parte mais substancial da população e sua produção era rural, de baixa produtividade e conexão comercial interna e externa por falta de estruturas produtivas e viárias, além de praticamente não possuir a assistência jurídica e serviços básicos de educação e saúde.
        Partindo da observação deste desenrolar histórico, surge o conceito-método ‘histórico-estrutural’, que expressa a necessidade de novas teorias e práticas para países, regiões e suas especifidades, sendo tal visão em base Keynesiana desenvolvimentista a orientadora das ideias da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. No Brasil, o presidente Juscelino Kubitschek apoiou-se no aconselhamento da CEPAL para ter formulado o “Plano de Metas”, maior política desenvolvimentista da história do Brasil, visando a redução da necessidade de importações através produção nacional e forte industrialização e viação, expandindo as atividades econômicas, a população e o desenvolvimento para o interior do país. Talvez, devido à recusa do governo JK a algumas metas antes aconselhadas, como a reforma agrária, por exemplo, o Brasil teve reduzida - mas não  o quanto poderia - a sua grande desigualdade social.

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