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Comentando o contexto sócio-histórico do surgimento da psicologia social no Brasil e na América Latina

Projeto de pesquisa: Comentando o contexto sócio-histórico do surgimento da psicologia social no Brasil e na América Latina. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.397 Palavras (10 Páginas)  •  652 Visualizações

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1.Comente sobre o contexto sócio histórico do surgimento da Psicologia Comunitária no Brasil e na América latina

A Psicologia comunitária surge no golpe de 1964, momento em que, no mundo inteiro, passa a se questionar a nova “ordem social” imposta pelo capitalismo; As ciências que antes mantinham-se neutras as questões sociais emergentes, passaram a questionar seu papel frente as problemáticas de marginalização e exclusão social.

Nesse momento há uma mudança de paradigma: é colocada em questão a neutralidade dos pesquisadores empiristas que eram mais preocupados com os fenômenos intrapsíquicos e biológicos, em detrimento de uma atuação política e de compromisso social; entre estes profissionais da psicologia que até então se mantinham reféns de necessidades políticas e econômicas geradas pelo governo militar, com suas práticas voltadas apenas para a questão da saúde mental.

Com o surgimento dos movimentos sociais, começam a questionar suas atuações junto à maioria da população, e de qual maneira seria o seu papel na conscientização e organização desses grupos. Instaurando-se nesse momento a chamada “crise” da psicologia social.

A partir da compreensão de que na situação de desigualdade, social há sofrimento, medo, humilhação que afeta a subjetividade das pessoas, a psicologia não podia mais ignorar a realidade destas pessoas. Muitos profissionais sensibilizados com a situação passaram a atuar em prol dessa população. Dos consultórios e do ambiente institucionalizado, passam a direcionar suas práticas para a transformação social surgindo então a psicologia comunitária.

2.Explique quais foram os objetivos e as conclusões dos encontros de Psicologia Comunitária promovidas pela ABRAPSO em 1981 e 1988, ressaltando as duas linhas de intervenção seguidas pelos profissionais da época, bem como a sistematização teórico- pratica definida:

No encontro de 1981 – Linhas: saúde mental e Educação popular

A ABRAPSO apresentou duas linhas de atuação dentro da comunidade com objetivos diferentes:

Saúde Mental: ( Hélio Figueiredo): detectar os problemas da população; Aumentar o nível de consciência através da participação em grupo; Superar o individualismo para transformar a realidade;

Educação popular (Pedro c. Pontual e Paulo Moldes): Organização legitima dos trabalhadores por eles mesmos; aspectos organizativos e de tomada de consciência; Profissional como facilitador do processo; dinâmica dos grupos e autogestão.

Nesse momento ainda não ficou definido o real sentido da atuação do psicólogo: Se ele atuava no nível da prevenção e cura da doença mental ou a nível da educação e conscientização popular?

O que se pode observar ainda é uma visão do psicólogo que se define pelas técnicas que utiliza e não pelo conhecimento que ele tem do psiquismo humano, do indivíduo que se constrói na relação com os outros, no desenvolvimento de suas atividades, no movimento de sua consciência e na produção da sua identidade”. ( Lane,19p).

No encontro de 1988 – há uma procura de sistematização:

Qual a especificidade da prática da psicologia em comunidade? Há uma Reflexão sobre as técnicas e teorias para atuar nesses espaços;

Ponto constante na atuação dos profissionais: Práticas voltadas para a relação grupal.

Dinâmica de grupo, promoção do autocontrole nas diversas situações de vida, favorecendo a autonomia.

Visão histórica da psicologia comunitária no Brasil: Grupos como espaços privilegiados para uma análise teórico – prática dos avanços das consciências individuais envolvidas no processo.

Por fim, o psicólogo na comunidade trabalha fundamentalmente com a linguagem e representações com relações grupais – Vínculo essencial entre indivíduo e sociedade – e com as emoções e afetos próprios da subjetividade, para exercer sua ação em nível da consciência, da atividade e da identidade dos indivíduos que irão, algum dia, viver em verdadeira comunidade. ( Lane, 26p.)”.

3.Defina o que é comunidade. Explique como este conceito se relaciona com a história do pensamento social, destacando a concepção de Marx que a define como uma “utopia que remete ao futuro”.

A Comunidade rompe com a dicotomia clássica entre coletividade e individualidade, ser humano genérico e ser humano particular, apresentando-se como espaço privilegiado de passagem da universalidade ética humana à singularidade do gozo individual. Um movimento de recriação permanente da existência coletiva, fluir de experiências sociais vividas como realidades do eu e partilhadas intersubjetivamente, capaz de subsidiar formas coletivas de lutas pela libertação de cada um e pela igualdade de todos”(SAWAIA, )

Abrange todas as formas de relacionamento caracterizados por um grau elevado de intimidade pessoal, profundeza emocional, engajamento moral. Encontra seu fundamento no homem visto em sua totalidade e não neste ou naquele papel que possa desempenhar na ordem social. A comunidade é a fusão do sentimento e do pensamento, da tradição e da ligação intencional, da participação e da volição e o elemento que lhe dá vida é a dialética da individualidade e da coletividade. Apresenta uma dimensão temporal-espacial da cidadania, espaço relacionais de objetivação da sociedade democrática.

No séc XIX: O pensamento social é marcado pela nostalgia da vivência em comunidade. Surge dois movimentos Antagônicos que ocorrem simultaneamente e põe a comunidade no centro da questão: Os conservadores e os revolucionários ( Influencia das ideias iluministas).

séc. XX é considerada uma utopia para enfrentar os efeitos da globalização nas relações sociais, através do fortalecimento dos vínculos solidários em detrimento do individualismo fomentado pelo capitalismo;

O pensamento de Marx difere de forma significativa das implicações valorativas tradicionais que sustentam o contraste entre comunidade e sociedade. Ele apresenta uma concepção dialética de que uma sociedade não é harmoniosas, mas conflitiva, sendo que estes aspectos são determinados por problemas nas relações de produção . Sua ideia de comunidade não se refere à volta ao passado perdido ou a recuperação dos valores

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