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Cultura: Um Conceito Antropológico

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Por:   •  6/7/2014  •  1.956 Palavras (8 Páginas)  •  850 Visualizações

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LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. In:____. Da natureza da cultura. 14. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. p. 17- 63.

A primeira parte do livro nomeada: Da natura da cultura; traz como objetivo o desenvolvimento do conceito de cultura a partir das manifestações iluministas até os autores modernos. E é a cerca deste, que este fichamento será desenvolvido.

1. O DETERMINISMO BIOLÓGICO

Este tópico trata sobre a importância ou não, das diferenças genéticas como fator determinantes sobre as diferenças culturais. O autor até utiliza de uma citação para embasar as ideias antropológicas sobre o assunto.

Não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o inicio em situação conveniente de aprendizado. (LARAIA, 2001, p. 17 apud KEESING).

Ou seja, o ser humano adquire conhecimento cultural não pelo fator genético herdado, mas sim pela convivência no meio em que cresce. Logo, assim como o próprio texto mostra, não é o fator genético que determina, por exemplo, a educação de uma criança, e sim o meio, e consequentemente, a cultura a qual ela é exposta.

Ainda, o autor utiliza de dois parágrafos de uma declaração, feita por vários especialistas, reunidos em Paris, em 1950:

...

10. “Os dados científicos de que dispomos atualmente não confirmam a teoria segundo a qual as diferenças genéticas hereditárias constituem um fator de importância primordial entre as causas das diferenças que se manifestam entre as culturas e as obras das civilizações dos diversos povos ou grupos étnicos. [...] Os fatores que tiveram um papel preponderante na evolução do homem são a sua faculdade de aprender e a sua plasticidade. [...]”

15.

b) “[...] As pesquisas cientificas revelam que o nível das aptidões mentais é quase o mesmo em todos os grupos étnicos.”

...

Utilizando este segundo, pode-se atentar que, mesmo sendo uma das principais teorias do racismo, as diferenças intelectuais não é determinada pela etnia, pode ainda se acrescentar a essa afirmativa, a sexualidade. A esta última, relacionando-a a divisão de trabalho, não é coerente determiná-la pela racionalidade biológica e sim pela cultura, pois o que em um lugar é um trabalho totalmente masculino, em outro este mesmo exercício pode ser inteiramente feminino.

Portanto, o comportamento humano não é determinado pela herança genética, mas pelo aprendizado da cultura a qual está inserido, este processo é denominado endoculturação.

2. O DETERMINISMO GEOGRÁFICO

De acordo com o texto desde a antiguidade, o determinismo geográfico considera que a diversidade cultural é condicionada pelo ambiente físico. Porém, a partir de 1920, antropólogos como Boas, Wissler, Kroeber, e outros, refutaram este determinismo expondo a limitação na influencia geográfica sobre os fatores culturais, adicionando a possibilidade de existir diversidade cultural dentro de um mesmo ambiente físico. Para explanar isso, o autor usa como exemplos os lapões e os esquimós, os índios Pueblos e Navajos, e xinguanos e os Kayabi; povos que entre si vivem na mesma região com os mesmos recursos naturais, mas que possuem hábitos, totalmente, diferentes.

Logo, não é admissível afirmar a diversidade humana como provinda de forças naturais, e suas limitações, sobre o homem. Mas sim à sua capacidade de reagir e romper essas limitações buscando, consequentemente, o desenvolvimento dessa habilidade dentro da sua própria cultura.

3. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO CONCEITO DE CULTURA

O autor traz, primeiramente, dois termos do século XVIII. Primeiro é o termo germânico Kultur, que simboliza todos os aspectos espirituais de uma comunidade, já o segundo o francês Civilization, que se refere às realizações materiais de um povo. Esses dois termos foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) como termo inglês Culture, que é “todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”.

Apesar de Tylor ter sido o primeiro a conceituar cultura como hoje é abordado. John Locke (1632-1704) trouxe a ideia de cultura muito antes em 1960, ao demonstrar que “a mente humana não é mais do que uma caixa vazia por ocasião do nascimento, dotada apenas da capacidade ilimitada de obter conhecimento”, através do processo de endoculturação. Pode-se explanar isso com o ser humano sendo um ser feito para receber conhecimento, este proveniente da cultura a qual este ser participa e age, tudo após o nascimento e não adquirido biologicamente.

No texto ainda é citado Marvin Harris (1969): “Nenhuma ordem social é baseada em verdades inatas, uma mudança no ambiente resulta numa mudança no comportamento.”. Logo, o comportamento é baseado na cultura, não é inato ao ser. Jacques Turgot (1727-1781): “[...] o homem é capaz de assegurar a retenção de suas idéias eruditas, comunicá-las para outros homens e transmiti-las para os seus descendentes como uma herança sempre crescente.” Muitas outras definições foram demonstradas, porém, é compreendido que mesmo após tantas ideias até hoje não há acordo entre os antropólogos sobre o conceito de cultura, e é esta reconstrução conceitual o principal objeto antropológico atualmente.

4. O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CULTURA

Neste tópico o autor parte da definição de Tylor sobre cultura, se aprofundando mais nas suas ideias, por exemplo, Tylor tratando a cultura como “objeto de um estudo sistemático, tratando-se de um fenômeno natural que possui causas e regularidades, permitindo um estudo objetivo e uma analise, proporcionando a formulação de leis sobre o processo cultural e a evolução”. No século XIX, Tylor se defronta com a ideia da natureza sagrada do homem:

Mas outros obstáculos para a investigação das leis da natureza humana surgem das considerações metafisicas e teológicas. A noção popular do livre-arbítrio humano envolve não somente a liberdade de agir de acordo com motivações, mas também o poder de quebrar a continuidade e de agir sem causa [...] Podemos rapidamente escapar das regiões da filosofia transcendental e da teologia, para iniciar uma esperançosa

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