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DIVERSIDADE E AS RELAÇÕES SOCIAIS BRASILEIRAS: Perfeição Social No Desenvolvimento Inclusivo

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Por:   •  17/9/2013  •  1.861 Palavras (8 Páginas)  •  1.067 Visualizações

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DIVERSIDADE E AS RELAÇÕES SOCIAIS BRASILEIRAS:

Perfeição Social no Desenvolvimento Inclusivo

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

2 DIVERSIDADE E AS RELAÇÕES SOCIAIS BRASILEIRAS 4

3 DESENVOLVIMENTO INCLUSIVO: PERFEIÇÃO SOCIAL 6

4 CONCIDERAÇÕES FINAIS 7

5 REFERÊNCIAS 8

1 INTRODUÇÃO

As diferenças na sociedade brasileira contemporânea permeiam por caminhos obscuros. Ser diverso do que é considerada normalidade pela sociedade denota que sua cidadania, de certa forma, é usurpada pela diferença. É o que se apresenta ao longo da história.

Durante um longo período de tempo, preconceitos esconderam do mundo real a história. Certamente se buscarmos com minúcia, encontraremos uma das mais violentas histórias de rejeição quanto a certas diferenças na sociedade mundial. Na transição do capitalismo mercantil para o industrial trouxe consigo a comercialização de seres humanos. O aparecimento do tráfego negreiro e a colonização criaram muitos estereótipos raciais de desprezo e incompreensão surgindo expressões como “brancos”, “negros” e “amarelos” como forma de estratificar a sociedade em colonizadores, intitulados superiores e os colonizados, africanos ou índios, levados a lutar contra a servidão econômica e psicológica. Esses povos eram transformados em mercadorias, condenados ao trabalho forçado simbolizando para os dominadores uma característica de inferioridade, rebaixando-os a uma etnologia depreciativa.

As diferenças de gênero participaram da estrutura da sociedade brasileira revelando graus de intolerância. Numa sociedade dominada pelos homens e o patriarcalismo, diversos e inúmeros são as barreiras à participação das mulheres nos campos da vida social, profissional e política colaborando para as discriminações e expressões de violência produzidas não apenas para estes grupos, mas para a sociedade como um todo.

O mundo belo esteticamente apresenta uma fragilidade ética chegando a ser um mal, pois somos alvos de projeções e realização de sonhos nossos e de outros.

O presente trabalho converge de forma crítica às diversidades socioculturais e o desenvolvimento inclusivo como forma de alcance de uma perfeição social, como a sociedade capitalista e consumista ajustar-se as estéticas consideradas perfeitas. Nessa linha, percebe-se que as diferenças culturais e socioeconômicas constituem como um dos importantes fatores de exclusão em que vive a grande parcela população.

2 DIVERSIDADES E AS RELAÇÕES SOCIAIS BRASILEIRAS

Podemos interpretar que as diferenças sociais brasileiras acontecem em função das diversidades como faixa etária, sexo, grupos étnicos e linguísticos, profissões, classes e grupos de status, mas esta está ligada, nas relações sociais modernas, a um desequilíbrio como uma hierarquização tendo como características principais as relações de poder, riqueza, prestígio social.

Na sociedade do século XXI, aprendemos tenramente a valorizar a riqueza financeira, carreira profissional de sucesso, influência social e a aparência do corpo, e nos é imposto como forma de padrão de beleza ideal gerando exigências e cobranças muitas vezes não alcançadas criando transtornos psicológicos. Quando procuramos construir um ideal de perfeição, nos deparamos com a impossibilidade e chegando a esta compreensão, caímos em desânimo, baixa autoestima, apatia, depressão porque a sociedade, família e nós mesmos exigimos nada menos do que a perfeição. Vive-se constantemente em busca de algo inatingível. A simbologia da bailarina ensina que devemos ser perfeitos em tudo e realizar tudo com perfeição. Temos que ter bons modos, gestos, corpo, mente saúde. Mas será que a “beleza ideal humana” realmente existe? Os meios midiáticos nos ditam a moda, o luxo, o consumo, o estilo, o alimento e ideias de beleza o tempo todo: em revistas, jornais, televisão, cinema, outdoors, vê-se homens e mulheres de corpos esculturais e rostos perfeitos. Esse padrão inatingível de beleza é vendido como imagem ideal da perfeição penetrando no inconsciente coletivo e aprisionando as pessoas dentro de si mesmas sendo as maiores vítimas: mulheres e adolescentes.

No culto ao corpo, o consumismo capitalista nos orienta sobre o que fazer para tornar-nos um modelo perfeito que obedece ao que se espera no mundo social. Próteses químicas (silicone), esteroides, botox, dietas radicais, exercícios físicos intensos, cirurgias plásticas, dentárias, clareamentos, procedimentos capilares, medicamentos, suplementos. Em nosso século há a supervalorização da magreza difundindo práticas como controle do peso, dietas, SPA´s, academias todos pensados como estratégias de intervenção no corpo para mantê-lo sobre controle, ou seja, sob os padrões da beleza e juventude ligados a ideia de sucesso e felicidade. Somos afetados pela divulgação de informações de que devemos encontrar as recentes soluções para todos os males, vendidas nas drogarias, nos shoppings, nas lotéricas, na internet ou parceladas em prestações. Todo discurso sobre saúde e estética acaba convergindo para uma obrigação diária gerando sentimento de culpa naqueles que não podem realizá-lo, pois estão acima do peso, calvos, deficientes, negros, pobres ou fora do padrão estético social. Não é muito mais saudável se aceitar e tentar ser o melhor que se pode ser?

Fomos culturalmente condicionados a sermos ou parecermos bonitos, fortes, para aceitação no meio. Dessa forma não aceitamos erros, fracassos, buscamos bens para mostrar que somos bons e possuímos importância. Nessa busca de adequação, fingimos o que não somos, nos endividamos, geramos conflitos familiares, pois vivenciamos algo alienado e nos tornamos vítimas das aparências.

A diversidade de étnicas com suas características naturais desaparecem, pois as mulheres fazem tratamentos nos salões de beleza. As roupas tornam-se semelhantes seguindo um padrão de roupa ideal. Homens e mulheres parecem todos padronizados, sem individualidade ou marca própria e se for diferente, poderá parecer estranho. Se a sociedade contemporânea valoriza somente o que é belo e perfeito instaura-se uma tendência natural nas pessoas de sentirem-se não aceitos por temerem ser criticadas.

Percebemos até este ponto que sofremos influências da filosofia, da arte, da cultura na determinação de padrões a serem seguidos ou impostos, sejam eles na política, economia e na estética. Há um paradigma nesse ponto, uma sociedade diversa com multiplicidade de expressões num mundo padronizado.

Uma das formas de minimizar as reações adversas é facilitando o conhecimento sobre o tema, compreendendo, pesquisando, respeitando as diferenças, reformulando a cultura e promovendo a inclusão.

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3 DESENVOLVIMENTO INCLUSIVO: PERFEIÇÃO SOCIAL

A diferença não necessariamente precisa implicar em desigualdade, intolerância ou violência. Socialmente, precisamos entender a diferença como especificidade como nos inspiram os movimentos de grupos minoritários. Diversidade é algo muito bom, quando colocamos várias pessoas de diferentes culturas, representações sociais em contato enriquecem as relações sociais. O que precisamos é lutar contra as desigualdades, pois são muito maléficas para qualquer sociedade.

Inclusão é a palavra chave para os processos de crescimento e desenvolvimento socioeconômico, político e cultural. Não é suficiente ficar no discurso e sim partir para a ação.

É preconceituoso generalizar comportamentos e rotular pessoas de acordo com aspecto físico, aparência, podendo incluir os feios, gordos, velhos. Sociedade que desenvolve inclusão tem seus cidadãos respeitados e valorizados por sua pessoa, capacidade e não por aspecto externos ou condição social. Entretanto para caminharmos na direção certa precisamos combater os tabus e discriminações mais escondidos. Precisamos despertar e ver as pessoas diferentes com naturalidade, pois elas estão lutando para interagir com o mundo ao seu redor.

Para trilharmos a estrada que leva a eliminação do preconceito necessitamos compreender que este campo envolve os mais diferentes fatores de ordem pessoal, educacional, social, cultural, política, econômica, entre outros. Para enfrentar a aversão que as pessoas têm do diferente é construir cidadãos conscientes através de uma educação que favoreça a reflexão e não alienação, com acesso aos serviços básicos de saúde, assistência, habitação, segurança, lazer, etc. estimulando a inclusão socioeducacional e desencorajando propagandas que fortaleçam o preconceito às diferenças.

Apesar dos avanços conquistados na inclusão como forma de atingir uma perfeição social, é necessário além de aceitar as pessoas diferentes e suas peculiaridades prover condições para elas desenvolverem-se em sua completude. O caminho para extirpar a intolerância social e as diferenças é o da educação que potencializa para a reflexão crítica, pois esta abrange não apenas instruir, mas visa os sentimentos e amolda comportamentos.

4 CONCIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo da produção textual de grupo foi realizar um estudo crítico sobre algumas das diferenças e diversidades socioculturais na sociedade brasileira, o que se compreende por perfeição e como se enquadra para atingi-la.

Observando todas as peculiaridades apresentadas na população brasileira, como ela inclui ou não os indivíduos e como se amolda aos padrões consumistas e estéticos em vigor é importante que seja discutido e refletido nos espaços (comunitários, conselhos, escolas, universidades, rodas de conversa) sobre os conceitos e conflitos na busca de uma reorganização cultural. Fomentar debates, fóruns, seminários, congressos, metodologias educacionais nas escolas para abordar os temas como forma de compreensão e equilíbrio evitando rejeições, sentimentos de culpa, inadequações, aperfeiçoando a valorização das diversidades principalmente entre as crianças e jovens. O papel da juventude na transformação da sociedade é imprescindível, pois na história política do país nos revela o poder dos movimentos sociais como força de mudança e protagonista de novos costumes.

A perfeição é fortemente condicionada pelos contextos e estruturas culturais, pelos meios materiais e simbólicos que modelam o indivíduo, os seus padrões de vida e as subjetividades que marcam seu destino social (riqueza, patrimônio cultural, capital, educacional, redes sociais, etc.). Socialmente aquilo que se vê nem sempre coincide com aquilo que se pensa ser, mas o que se pensa ser é que define e modela as atitudes e comportamentos em sociedade.

Diante de tal fato se faz imperativo desenvolver senso crítico sobre os temas sociais para culminar numa evolução positiva diminuindo as exclusões, preconceitos e percebendo as identidades culturais diversas presentes relativizando-as. Assim as demarcações sociais limitadoras deixam de ter valor podendo se criar novos contornos sociais diminuindo os abismos entre os grupos e promovendo o desenvolvimento inclusivo.

REFERÊNCIAS

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