Diferenças Entre O Código De ética De 1947 E 1964

Códigos de Ética do Serviço Social de 1947 e 1965.

Trajetória, identidade e concepção.

Considerando a trajetória da profissão e da sociedade brasileira, identifique os principais aspectos ressaltados nos códigos de 1947 e 1965 quanto à identidade da categoria profissional, (tal como ela se reconhecia) assim como acerca da concepção da relação entre ela e suas entidades organizativas, mostrando seus reflexos nos códigos em foco.

Aspectos do Código de Ética de 1947:

Princípios éticos centrados nas protoformas da profissão. Fundamentação teórica e posicionamento político baseado em princípios éticos-religiosos (forte influência da Igreja Católica).

Não foi propriamente um código, mas sim um documento fundador da ética profissional (profissão só foi regulamentada dez anos depois: em 1957).

Traços principais que evidenciam a influência da Igreja: “Respeito às leis de Deus”; “Bem maior”; “Dignidade da pessoa humana”; “Caridade cristã”; e referência aos usuários como “pessoas humanas desajustadas”.

Identidade da categoria profissional:

Os assistentes sociais eram em sua maioria mulheres, pois acreditavam que a mulher era um ser dócil, obediente, com virtudes morais que sustentavam a constituição da família, representavam os padrões morais necessários para manter a conservação da ordem social, no enfrentamento da questão social por "[...] via da naturalização, moralização e psicologização dos problemas sociais."

A caridade cristã era a imagem da intervenção profissional. Práticas totalmente ligadas às ações sociais da Igreja.

Neste período notava-se conflito entre as ações caritativas afirmadas pela Igreja e a militância profissional.

A categoria profissional apresenta traços humanistas-neotomistas, influência positivista em sua interpretação e posicionamento interventivo. Sua atuação era pautada na tríade: neotomismo, pensamento conservador e positivismo.

Caráter psicologizante (influência do Serviço social europeu).

A categoria profissional era nitidamente funcional ao capitalismo. Das 5 seções do código, 1 trata das disposições gerais e todas as outras sobre os deveres do assistente social sem citar qualquer direito.

A profissão só é regulamentada dez anos depois, em 1957, e oito anos depois, surge o segundo código de ética da profissão. O código de ética dos assistentes sociais de 1965.

Código de Ética de 1965 - Aspectos do código:

O segundo código de ética dos Assistentes Sociais (1965), apesar de preservar o elemento religioso do anterior, soma à ele a influência Norte Americana - o funcionalismo. Essas duas tendências verificadas no código de 1965 convergem do ponto de vista da posição acrítica, por isso não se fala em ruptura nos fundamentos do serviço social. Ou seja, além de reafirmar o apelo moral ligado à religião do primeiro código, esse apresentará a ideia de “integração social” e “correção dos desníveis sociais”, deixando claro a lógica seguida, vinculada à ideia de sociedade