Dois êxitos na criogenia extrema aplicada à investigação científica

Dois êxitos na criogenia extrema aplicada à investigação científica

2013-02-18

Estes equipamentos criogénicos são indispensáveis para manter frio extremo do Tokamak

Os trabalhos de investigação sobre a fusão, no âmbito do projecto ITER e do seu projecto anexo JT-60SA, visam desenvolver o domínio desta nova fonte de energia para responder ao desafio do aumento das necessidades energéticas. Os dois projectos são fornecidos pela Air Liquide.

Baseado em França, perto de Marselha, o projecto ITER, prevê la realização de um reactor experimental destinado a demonstrar a exequibilidade científica e técnica da fusão. Este procedimento gera poucos resíduos e afasta qualquer risco de reacção nuclear descontrolada. Para obter campos electromagnéticos muito potentes e necessários para o confinamento da fusão, devem ser utilizados ímanes super-conductores que apenas funcionam a uma temperatura extremamente baixa.

Será construído o maior sistema de refrigeração centralizado até a data. Estes equipamentos criogénicos são indispensáveis à manutenção de uma temperatura de frio extremo nas 10 mil toneladas de ímanes superconductores do Tokamak. Este instrumento científico confina o plasma, permitindo alcançar as condições necessárias para uma fusão controlada.

O sistema de refrigeração em circuito fechado baseia-se nas propriedades do hélio liquefeito cuja temperatura aproxima-se da mais baixa temperatura possível: «o zero absoluto», 0 K ou seja - 273°C. Entre o final de 2015 e o início de 2017, serão instalados três arrefecedores com uma potência global de frio de 75kW a 4,5 K ou seja de menos 269 graus.

O projecto JT-60SA, uma infra-estrutura tipo Tokamak baseada em Naka no Japão, tem como objectivo acompanhar as actividades de investigação sobre a fusão do projecto ITER, trabalhando sobre a capacidade de controlar e manter o plasma durante muitas horas. O JT-60SA é monitorizado pela Agência japonesa da energia atómica (JAEA) em colaboração com o organismo francês CEA. Para este projecto, em 2015 será colocado em funcionamento um sistema de arrefecimento a hélio destinado a arrefecer o Tokamak.

A ideia do ITER como uma experiência internacional foi proposta pela primeira vez em 1985 e começou como colaboração entre a antiga União soviética, os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão sob os auspícios da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA).