Educação

Netto (2010) analisa ainda que as ideias trabalhadas no Serviço Social tradicional são

um dos vetores que respondem pela continuidade de práticas e (auto)representações

profissionais, que, apesar de prolongarem-se até os dias atuais, mostram-se inteiramente

defasadas em face das novas solicitações socioprofissionais apresentadas pela dinâmica

brasileira. Segundo Netto (2010, p. 118),

se, realmente, a autocracia burguesa investiu na reiteração de formas

tradicionais da profissão, seu movimento imanente apontou, como tendência e

factualidade, para uma ponderável reformulação do cenário do Serviço Social.

Considera-se, ainda, que no contexto de desenvolvimento e expansão da própria profissão

do assistente social, é importante compreender que a autocracia burguesa interfere em

dois pontos principais: na prática do assistente social e na formação destes mesmos

profissionais. É importante lembrar que o regime manteve o País financiado e organizado

por intermédio de estatais e de variados órgãos públicos que exigiam a presença e atuação

dessas pessoas.

Netto (2010) salienta que na prática profissional o processo de “modernização conservadora”

acontece aquecendo a ampliação de um mercado nacional para os assistentes sociais.

A “questão social e suas refrações” ganham importância e relevância no interior das

instituições públicas ou privadas que estavam profundamente ligadas ao desenvolvimento

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promovido no País, que vinha se desenrolando desde os anos de 1940. Neste caminho,

as instituições de formação desse profissional veem-se necessitadas de adequação no

processo, não só nas empresas privadas, mas também nas instituições públicas, que até a

atualidade são um dos maiores empregadores dos profissionais em Serviço Social. Assim,

acontece a consolidação de um mercado nacional e privado de trabalho para o assistente

social.

A consolidação do mercado nacional de trabalho para os assistentes sociais,

como variável das modificações ocorridas durante o ciclo autocrático burguês,

não derivou apenas da reorganização do estado – que, ao que tudo indica,

permaneceu e matem-se ainda hoje o principal empregador desses profissionais

(NETTO, 2010, p. 121).

O crescimento considerável de algumas grandes empresas faz com que estas organizem

um