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Elias

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Por:   •  26/3/2015  •  3.484 Palavras (14 Páginas)  •  260 Visualizações

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A MODIFICAÇÃO COMPORTAMENTAL DA ANSIEDADE DE UNIVERSITÁRIOS EM SITUAÇÕES DE EXPOSIÇÕES ORAIS

Mônia Camilla da Cunha Arruda

É muito comum as pessoas experimentarem o sentimento de desconforto e medo, em algumas situações de se expressar em público ou interagir socialmente. Observa-se que no meio acadêmico isso é bastante comum, alunos não se sentem à vontade para expor suas ideias, apresentar seminários e até mesmo interagir em sala de aula com professores e colegas. Sentir ansiedade é natural na vida humana, é uma experiência do cotidiano da vida, a qual, em grau menor, é útil para o ser humano, mas em intensidade maior é destrutiva.

Segundo Brandão (2002), a ansiedade “é um estado subjetivo de apreensão ou tensão, difuso ou vago, frequentemente, acompanhado por uma ou mais sensações físicas, induzindo pela expectativa de perigo, dor ou necessidade de esforço especial”, sendo assim caracterizado por sinais e sintomas inespecíficos, que juntos trazem uma sensação desagradável de expectativas, e medo quanto ao futuro.

Skinner (2000) define a ansiedade como uma condição emocional complexa e aversiva que é condicionada como resultado de um emparelhamento de estímulos. Um único evento aversivo pode levar uma condição de ansiedade a ficar sob o controle de estímulos incidentais. Quando uma pessoa é submetida a uma situação a qual foi desagradável, provocando um enorme grau de ansiedade, então quando submetido a situações parecidas irá associar o sentimento de ansiedade com o evento ocorrido. Os estímulos fortes quase sempre são precedidos de estímulos característicos que podem tornar-se geradores de ansiedade (Oliveira & Duarte, 2004).

A situação de ansiedade pode ser definida também, por uma operação respondente, diferentemente da fuga, da evitação e da punição que são processos operantes. Quando um estímulo neutro é seguido diversas vezes por um estímulo aversivo, ele se torna um estímulo aversivo condicionado (Rangé, 1998).

A exposição a estímulos aversivos produz uma resposta de ansiedade, juntamente com sintomas somáticos, gerados no sistema autônomo, essas situações desencadeadoras de ansiedade acabam sendo evitadas ou toleradas, gerando um padrão de comportamento evitativo de situações sociais, impedimentos na vida profissional, acadêmico, social ou sexual de uma pessoa, assim considerado uma fobia social. O DSM IV define a fobia social como um medo marcante e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho, em que a pessoa está exporta a desconhecidos ou teme demonstrar ansiedade ou ainda agir de modo humilhante ou embaraçante (Rangé, 1998). Mas o medo se difere da ansiedade, na medida em que, uma resposta a ameaça conhecida, externa, é definida. Pode se resumir então, que a ansiedade é um medo não resolvido (Brandão, 2002).

Análise Funcional da Ansiedade Social

Um dos pontos mais importantes no modelo comportamental é a análise funcional. Skinner (1974, citado em Santos, 2000), afirma que “as variáveis externas das quais o comportamento é função, dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou funcional. Tentamos prever e controlar o comportamento de um organismo individual”. Portanto, a ansiedade social é analisada a partir das variáveis externas que o comportamento de um indivíduo apresenta no contexto de exposição oral de universitários.

Sabe-se que de acordo com Skinner (2000) “uma formulação adequada da interação entre um organismo e seu ambiente deve sempre especificar três coisas: a ocasião em que a resposta ocorre; a própria resposta e as consequências reforçadoras”. A inter-relação entre elas estão as contingências de reforço.

Os comportamentos ansiosos têm sua origem no ambiente em que o individuo está inserido que podem incluir tanto reforçadores positivos como negativos que mantêm o comportamento inadaptado.

Uma pessoa com fobia social não apresenta alguns comportamentos esperados de contato social, muitas vezes possui poucas habilidades sociais e dificuldades de assertividade; apresenta, por outro lado, hipersensibilidade a críticas e avaliações, assim como comportamentos de fuga e esquiva de situações sociais de forma muito mais frequente que o esperado (Silvares e Meyer, 2000).

Os sentimentos que a pessoa experiência durante um episódio de fobia social é entendida como comportamentos e não como causas de comportamentos. Assim, o sentimento de ansiedade, o medo, o nervosismo, a sensação de timidez, pensamentos são considerados comportamentos, que também devem ser explicados. Assim, os pensamentos negativos, tão comuns aos fóbicos sociais, não causam a fobia, fazem parte da fobia. Ocorre o mesmo com o "saber" que a ansiedade é irracional.

Ser apresentado a outras pessoas, ser provocado ou criticado, ser o centro de atenções, ser observado enquanto faz alguma coisa, ter que dizer algo na situação formal pública, encontrar figuras de autoridade/pessoas importantes, encontrar o olhar de outra pessoa, a maioria dos encontros sociais, especialmente com estranhos, são algumas das circunstâncias usuais para o aparecimento de um ou mais dos comportamentos indicados acima.

Fuga ou esquiva da situação social ou de desempenho é a principal consequência do comportamento fóbico. Essas situações se tornaram muito aversivas durante a vida da pessoa, e qualquer comportamento que elimine ou diminua a ansiedade sentida é reforçado por essa retirada de estimulação aversiva, sendo assim o consequente do comportamento ansioso social (Silvares e Meyer, 2000).

Em alguns casos, o fato de outra pessoa assumir as responsabilidades nas inúmeras situações de contato social pode ter se tornado uma consequência reforçadora adicional, que ajuda a manter os comportamentos de esquiva social (Silvares e Meyer, 2000).

A história de vida é responsável pelo desenvolvimento do comportamento e pela função de antecedente e consequente dos estímulos indicados. Um conjunto de comportamentos deveria suspeitar de uma história de punição. Experiências dolorosas, perturbadoras, embaraçosas ou intensamente desconfortáveis ocorridas em situações sociais, podem ter tornado a presença de pessoas uma ocasião para fuga e medo. O sofredor, sem conhecimento das experiências particulares que levaram as ações fóbicas, sente apenas o desconforto interno e a perturbação que as pessoas evocam (Sidman, 1995, citado em Silvares e Meyer, 2000).

Início do transtorno

O histórico de vida das pessoas pode verificar algumas situações que possam ser fatores que predispõem o desenvolvimento a ansiedade social.

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