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Etnocentrismo

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Por:   •  13/12/2013  •  1.523 Palavras (7 Páginas)  •  615 Visualizações

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Resumo do livro:

O QUE É ETNOCENTRISMO?

Everardo P. Guimarães Rocha

Editora Brasiliense – 5ª edição – 1988.

Etnocentrismo é uma visão do mundo de duas perspectivas, analisando o grupo ao qual se pertence e os demais grupos ; onde os demais grupos – os outros – são pensados e sentidos através dos nossos modelos e definições pois o grupo a que se pertence é sempre o correto, perfeito e excelente. O etnocentrismo faz um julgamento da cultura do outro, com uma visão única do grupo a que se pertence faz com que se sintam superiores, a constatação da suposta diferenças fere sua identidade, causando um choque cultural e estabelecendo a figura do outro distorcida e manipulada como atrasada, selvagem, anormal e inteligível; distorcida pela ótica etnocêntrica e segundo as dinâmicas ideológicas de determinados momentos. O etnocentrismo tira do outro o direito de falar de si mesmo.

Relativização, ideias que se contrapõem ao etnocentrismo, dando novas perspectivas ao contexto em que acontece e tenta compreender levando em consideração os valores do outro.

Antropologia Social nasceu marcada pelo etnocentrismo, construindo um conhecimento, uma ciência sobre a diferença entre os seres humanos e tenta superar o etnocentrismo com o humanismo.

Antropologia nasceu no mundo ocidental, e seu primeiro pensamento é conhecido como evolucionismo, que procura explicar as diferenças.

No final do século XV e início do século XVI, em Portugal, analisava-se a possibilidade de dilatação do império e a conseqüente alteração das fronteiras do mundo conhecido, o que se concretizado acarretaria em um encontro com outros grupos, e outras culturas. Os questionamentos sobre o outro feitos tiveram impulso nos séculos XVIII e XIX, com a explicação de que o outro é diferente porque possui um diferente grau de evolução e sua potencialidade. Evolução, desenvolvimento e transformação progressiva ao nível biológico, e a esta noção orgânica e biológica de evolução se juntavam os pensamentos e discussões filosóficas dos iluministas do século XVIII. Em um campo intelectual o evolucionismo biológico e o evolucionismo social se encontram, e o evolucionismo social passa ser o novo modelo explicador da diferença entre o meio que se vive e o meio em que vive o outro. As etapas de evolução das sociedades espalhadas pelo mundo foram escalonadas pelos antropólogos em meados do século XIX. Tinha como critério a aceitação, lógica e possibilidade para o estudo comparativo. Uma serie de itens unitários, que formam um “todo complexo”, que são relativos, para os evolucionistas, no entanto estas idéias eram nítidas e claras, extraídas dos seus contextos eles a absolutizavam e assumiam como se as idéias de sua própria sociedade fossem no apenas universais como melhores e mais bem acabadas, o que é uma atitude etnocêntrica. Esta teoria dispensava qualquer contato com o outro qualquer trabalho de campo o outro era dispensável como elemento de transformação da teoria. Lewis Morgan calculou a sociedade segundo seu grau de evolução, ele procurou ordenar os estádios evolutivos em períodos que caracterizam as fazes passadas pelas culturas humanas, a “acumulação do saber” e o progresso das “faculdades mentais e morais dos homens” vão marcando as mudanças no caminho da evolução. Avaliando itens culturais, ele dividiu os cem mil anos de historia humana em três períodos básicos: selvageria, barbárie e civilização.

Durante o século XX, o alemão Franz Boas criou o difusionismo, e influenciou um importante grupo de alunos que desenvolveram um trabalho inspirado em seus pensamentos e toda uma geração de antropólogos desenvolveriam em direções distintas pistas toques e intuições que de alguma maneira se ancoravam nos escritos e nos projetos de Boas. Num contexto onde o evolucionismo tomava conta da cultura ocidental, Franz Boas criou a sua revolução, foi o primeiro a perceber a importância de estudar as culturas humanas nos seus particulares por serem únicas e especificas. As diversas culturas do outro passaram a ser percebidas, estudadas, relacionadas ora como ambiente que envolve o grupo ora com as línguas por eles faladas e ora com o indivíduos que criam esta cultura. A antropologia se transforma substancialmente, as idéias de cultura e historia também se modificam. A descentralização quebra sua auto-referencia abrindo espaço a multiplicidade de pontos de vista. As culturas humanas emergem da classificação evolucionista e tornam-se mais difíceis refratarias, passam a apresentar aspectos e características ate então insuspeitáveis. O Difusionismo volta-se definitivamente para o mundo do outro e enfatiza os processos de mudança de troca e empréstimo cultural como capazes de repercutir nos caminhos trilhados por cada cultura humana. Entretanto, o conceito de cultura não fica nítido e definido no trabalho de Franz Boas, ele foi apenas o responsável por inserir uma nova perspectiva.

Radeliffe-Brown discordou da vinculação que existia entre a compreensão do presente de uma cultura e o estudo de seu passado. O presente não precisava ser necessariamente explicado pelo passado e a ele não estava submetido. São duas abordagens com pontos de vista diferentes, difusionista e evolucionista, o presente se conhece pelo passado e estudar a historia das culturas significa conhecer a verdadeira dimensão da cultura. Chegou a escrever que o verdadeiro conflito teórico na antropologia não acontecia entre os diferentes tipos difusionismo, nem entre o evolucionismo. O verdadeiro ponto de ruptura, situava-se no plano das escolhas, ou de uma abordagem historicista ou de uma abordagem funcional. O funcionalismo que genericamente pode ser visto como um movimento que recobre uma parte muito significativa da produção antropológica, caminhava inexoravelmente no sentido de empurrar o estudo do outro da diferença para fora do etnocentrismo.

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