Extensão Rural

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DISCIPLINA: EXTENSÃO RURAL

Extensão Rural e Inserção Social: As Atividades Agropecuárias no Tratamento de Dependentes Químicos

RECIFE

2014

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

TRABALHO DE EXTENSÃO

Extensão Rural e Inserção Social: As atividades agropecuárias no tratamento de dependentes químicos

Trabalho entregue para obtenção de créditos na 2ª Verificação de Aprendizagem da disciplina de Extensão Rural.

Turma: SV1 – Manhã.

Orientadora: Maria Luiza Lins e Silva Pires

Discentes: Brena Pessoa Rocha,

Cristiane de Melo Vasconcelos,

Naiara Carolline Ferreira do Nascimento

Victor Fernandes Filho

RECIFE

2014

1. Introdução

O crescimento do interesse público e entidades governamentais e não governamentais em relação ao uso e abuso de substâncias psicoativas representa um problema complexo, do âmbito da saúde pública, pois traz graves consequências à saúde física, psíquica e social do ser humano com reflexos na família e a sociedade. O processo educacional que objetiva ao povo interpretar e responder de maneira apropriada às mensagens de mudanças que interessam à promoção do desenvolvimento sócio econômico do meio rural, através das forças vivas das comunidades, conceitua a metodologia de extensão rural, importante base para a construção de evolução da prática de reabilitação em conjunto. O município de Caruaru, situado no Agreste de Pernambuco, também enfrenta essa problemática, possuindo assim uma entidade filantrópica, o Centro de Reabilitação Rosa de Saron, que trabalha no tratamento e ressocialização de mulheres com idade entre 18 a 60 anos, oriundas de diferentes regiões do Brasil, dependentes químicas, através da implantação de ações organizadas pela equipe responsável da ONG e universitários. O presente trabalho visa abordar novos métodos de tratamento, utilizando atividades agropecuárias, através de plantações e criações de aves, subsidiando também sua própria alimentação e dando destaque à necessidade de buscar estilos de desenvolvimento rural e de agricultura que assegurem maior sustentabilidade ecológica e melhor desenvolvimento social. O crescimento do interesse público e governamental com relação ao uso e abuso de substâncias psicoativas se dá devido à relação entre o consumo dessas substâncias e a criminalidade, violência, morbimortalidades e, consequentemente, os elevados custos para os serviços públicos de saúde e previdência social (FURTADO, 2000).

A Organização Mundial de Saúde (1993) define substâncias psicoativas como:

"Substâncias que ao entrarem em contato com o organismo, sob diversas vias de administração, atuam no sistema nervoso central, produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora sendo, portanto, passíveis de autoadministração."

Considerando esse um problema complexo, o Ministério da Saúde brasileiro reforça que o uso e/ou abuso de drogas representam problema que é do âmbito da saúde pública, pressupondo uma interface entre os programas do Ministério da Saúde e de outros ministérios (Justiça, Educação, Secretaria de Direitos Humanos), organizações governamentais e não-governamentais e demais representantes da sociedade civil organizada, garantindo, intersetorialidade na construção de uma política de prevenção, tratamento e educação para o uso/consumo de drogas (SILVEIRA et al., 2003).

Sendo assim, essa dependência de substâncias psicoativas, ou seja, conhecida popularmente como dependência de droga, é uma doença e com o uso contínuo dia após dia, é chamada de Dependência Química, assim reconhecida pela OMS (1993).

O município de Caruaru, situado no Agreste de Pernambuco, também enfrenta a problemática da dependência química, resultado de uso e abuso de substâncias psicoativas, ou seja, drogas, lícitas e ilícitas, que vem a ter um aumento progressivo, trazendo graves consequências à saúde física, psíquica e social do ser humano com reflexos na família e a sociedade (SANTOS, 2008).

Atualmente os modelos terapêuticos mais utilizados para o tratamento de indivíduos dependentes contam com abordagem educacional e integrada, focalizando intervenções específicas de terapia de estimulação motivacional e prevenção de recaídas (CASTRO, 2000).

O centro Rosa de Saron auxilia no tratamento de mulheres dependentes químicas (de diferentes classes sociais) através de atividades de ressocialização, sob orientação de responsáveis pelo local e de ajuda oferecida por universitários. O intuito é buscar a reinserção e reabilitação social destas mulheres, aliadas a uma melhor qualidade de vida.

Segundo a Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural, Extensão Rural trata-se de um processo cooperativo, baseado em princípios educacionais, que tem por finalidade levar, diretamente, aos adultos e jovens, ensinamentos sobre agricultura, pecuária e economia doméstica, visando modificar hábitos e atitudes, nos aspectos técnico, econômico e social, possibilitando-lhe maior produção e melhorar produtividade, elevando-lhe a renda e melhorando seu nível de vida.

A extensão rural promove benefícios de natureza social, comunitária e econômico-financeira. Os de natureza social procuram aumentar o complexo de necessidade da família, ou o “querer”, incentivando a busca de um melhor padrão de vida. A aspiração por um padrão de vida melhor constitui-se num forte estímulo à obtenção de maior produção. Já os objetivos de natureza comunitária são aqueles que visam desenvolver, na população, o sentimento de grupo, como fator indispensável à organização