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FICHAMENTO SOBRE O CAPITALISMO

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Por:   •  30/4/2014  •  1.862 Palavras (8 Páginas)  •  1.404 Visualizações

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Dos SANTOS, Tania Steren. “Globalização e exclusão: a dialética da mundialização do capital”. Sociologias, Porto Alegre, ano 3, nº. 6, jul/dez 2001, p. 170-198.

“Globalização e exclusão são dois conceitos que definem duas realidades interligadas. O primeiro designa as características atuais do processo de desenvolvimento do capitalismo em nível mundial e o segundo, sua consequência mais visível e imediata.” (pag. 170)

A sociedade ocidental industrializada serve como um modelo ideal a ser seguido pelos países da periferia.

“Atualizando a teoria da modernização para os dias atuais, encontram-se os mesmos argumentos funcionalistas para explicar a exclusão social: os ‘integrados’ no mundo globalizado são aqueles que conseguem incorporar atitudes, valores e novos padrões de comportamentos...” (pag. 170 e 171)

“No discurso das classes dominantes, os próprios indivíduos são culpabilizados pela sua exclusão do sistema, e as sociedades periféricas são consideradas as principais responsáveis pela sua situação de ‘atraso’. A ‘incompetência e corrupção das elites’ são consideradas, pelos novos teóricos da modernização, como a principal explicação para a situação de dependência dos países periféricos.” (pag.171)

“O cenário mundial, neste início de século, apresenta-se como um universo múltiplo e complexo, caracterizado por uma crescente internacionalização da produção, do mercado, do trabalho e da cultura.” (pag. 172)

“A globalização primeiramente se refere à rede de produção e troca de mercadorias que se estabelece em nível mundial. Também designa o fenômeno do intercâmbio político, social e cultural entre as diversas nações, atualmente intensificado pelas profundas transformações decorrentes da aplicação das inovações cientificas e tecnológicas na área da comunicação. [...] Representaria também uma nova forma de organização das sociedades, capaz de superar as identidades nacionais e os particularismos religiosos, étnicos e regionais.” (pag. 172 e 173)

Alguns autores, como Paul N. Batista e Aldo Ferrer, defendem o ponto de vista de que a globalização não é um processo novo e sim um fenômeno com precedentes históricos.

“É evidente que seus mecanismos de atuação são conhecidos de longa data, mas é possível identificar alguns aspectos novos do fenômeno. Uma diferença importante entre o imperialismo e a globalização, é que enquanto a expansão imperialista do início do século XX era comandada pelas potências estatais, atualmente são os conglomerados privados internacionais os detentores reais do poder econômico, político e militar. Outra ‘novidade’ é que a modernização tecnológica trouxe impactos consideráveis sobre os sistemas produtivos, os serviços e os meios de comunicação, tornando-os mais eficientes e dinâmicos.” (pag. 174)

“Também surgem novas conceituações para definir organizações mundiais emergentes, organizadas em formas de redes: instituições supranacionais, tribunais de justiça internacionais, movimentos sociais e Organizações Não Governamentais (ONGS) de dimensões internacionais, entre outras. Por sua vez, surgem diversos sistemas de comunicação global: Net, Internet, etc.” (pag. 175)

“A tendência do sistema capitalista à expansão contínua das forças produtivas é algo inato à sua constituição. No entanto,... os obstáculos decorrentes das relações de produção..., explicam as constantes crises do sistema...” (pag.175)

“Merece especial atenção a análise do impacto das mudanças que a globalização, liderada fundamentalmente pela revolução científica e tecnológica, está provocando na estrutura interna das sociedades contemporâneas e nas relações internacionais.” (pag. 176)

“O processo de globalização, embora se consolide nas últimas décadas, já estava contido no capitalismo desde sua origem. Este modo de produção já nasceu com vocação internacional, pois a dinâmica da acumulação, concentração, centralização e internacionalização do capital faz parte da sua própria constituição e forma de expansão.” (pag. 176)

Dinâmica do capitalismo: Polarização e exclusão

“Quais são as forças propulsoras que estão por trás das estruturas da sociedade capitalista? A produção e reprodução do capital e a dicotomia acumulação-exclusão. A polarização social se explica pela dinâmica interna do próprio desenvolvimento do capitalismo.” (pag. 177)

“... Os dados estatísticos mostram... que a crise do sistema capitalista se aprofunda, e isso pode ser observado através de diversos indicadores: estagnação econômica, instabilidade dos mercados financeiros, intensa especulação, descontrole monetário, recessão e aumento constante das taxas de desemprego.” (pag. 177)

“É bastante significativo, nos últimos anos, o aprofundamento da crise internacional e da exclusão social. [...] Os dados indicam também que o mundo se tornou mais desigual e que a marginalidade é crescente para a maioria da população...” (pag. 177)

“Os estudos de Marx sobre a economia capitalista continuam em grande parte, válidos ainda para explicar todos estes fenômenos.” (pag. 177)

“A teoria marxista ensina, por exemplo, que o sistema capitalista se desenvolve através da cumulação de capital e que a reprodução do sistema exige a busca permanente de mais-valia e lucro. As relações de exploração foram caracterizadas como a mola propulsora da crescente desigualdade e exclusão.” (pag. 178)

“A globalização pode ser caracterizada, então, como um novo patamar do capitalismo no qual é eliminado gradativamente todo tipo de restrições à mobilidade de capitais e no qual se manifesta o crescente predomínio do capital financeiro internacional sobre o capital produtivo.” (pag. 180)

“Através da conquista do mercado mundial e da exploração da força de trabalho, os grupos hegemônicos vão impondo seu domínio. O processo de acumulação, concentração, centralização e internacionalização do capital, que se constitui na própria essência do sistema capitalista, leva a uma crescente polarização. Os contrastes sociais são cada vez maiores:de um lado emergem enormes contingentes de desamparados, sem moradia e condições mínimas de sobrevivência e, de outro, os guetos da opulência e o luxo supérfluo dos condomínios fechados e mansões. Formam-se dois extremos: polos de riqueza, concentrados em poucas mãos e, ao mesmo tempo, imensos polos de pobreza.” (pag. 180 e 181)

“... A desigualdade social e a existência de enormes contingentes, populacionais que estão

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