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Fichamento Do Texto: Marxismo, Globalização E Classes Sociais No Capitalismo Contemporâneo.

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Por:   •  3/11/2013  •  2.530 Palavras (11 Páginas)  •  1.327 Visualizações

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O movimento marxista apresentou inúmeros defeitos, mas acreditamos que o maior deles foi acreditar que, sob o sistema capitalista, o desenvolvimento das forças produtivas materiais entraria em contradição com as relações de produção vigente. Em outras palavras, o movimento socialista não percebeu o quão elásticas são as relações de produção capitalistas, o quão adaptável é o sistema, de modo que a dialética entre as relações sociais capitalistas e as forças produtivas da sociedade moderna desdobra-se de uma forma completamente diferente daquela do pré-capitalismo. ( Pag. 01 )

O desenvolvimento econômico, antes de ameaçar o sistema capitalista, o legitima, ampliando o grau de liberdade de seus gestores na costura de acordos, alguns sólidos, outros mais frágeis, entre os diferentes agentes sociais. A luta de classes aguça, afrouxa, recrudesce e se volatiliza numa arena que é tão maior, e portanto, permite movimentos menos circunscritos, quanto mais intenso é o grau de desenvolvimento da produção. Os limites do sistema são alargados constantemente. A liberdade de ação sofre constrangimento do ciclo econômico, mas as crises recorrentes, pelo menos até agora, não tem sido capazes de romper o que parece ser o mau infinito da acumulação capitalista. ( Pag. 02 )

Marx corretamente previu que o capitalismo destruiria até as muralhas da China, obrigando todos os povos periféricos ao sistema a adotarem, sob pena de perecimento, o modo burguês de produção. O sistema de produção capitalista ia mostrando sua força avassaladora, sua capacidade de submeter toda sociedade a seus ditames.( Pag. 03 )

Poucas áreas do conhecimento alimentaram tanta discussão conceitual quanto às teorias de classes, desenvolvidas ao longo do século XX. Os burocratas, estatais e privados, foram acusados de compor uma nova classe dominante. Assim se passou também com os gerentes, os trabalhadores qualificados e os intelectuais. Criaram-se novos conceitos: White collar, trabalhador em escritório, nova classe média, tecnocracia, etc... Velhos conceitos ressurgiram: casta, oligarquia, etc... A um só tempo anunciaram a qualificação e a desqualificação de todo trabalho. Falou-se – às vezes, os mesmo teóricos, em momentos diferentes de sua trajetória – de uma nova classe operária, composta por técnicos e engenheiros, assim como uma não-classe dos não-trabalhadores, composta por aqueles que ocupavam posição precária no mercado de trabalho. Uniram o lúmpen-proletariado ao exército industrial de reserva e apartaram-nos dos trabalhadores com emprego. Uniram, fundiram, liquidificaram, reclassificaram, tudo à maneira positivista, ou seja, ao bel prazer do pesquisador. ( Pag. 04 )

Tudo teve uma razão de ser, pois a realidade parecia desautorizar a afirmação de que a época burguesa teria simplificado os antagonismos de classe. Como constatou Marx, no pré-capitalismo havia uma escala graduada de condições sociais. Em Roma, patrícios, cavaleiros, plebeus e escravos. Na Idade Média, senhores, vassalos, mestres e companheiros. Já no sistema capitalista, Marx via a divisão em apenas duas classes diametralmente opostas – a burguesia e o proletariado -; previsão que aparentemente não se verificou. Contudo, desenvolver uma teoria mais complexa não permite declara-la per se mais fiel a uma realidade mais complexa; ela pode muito bem ser mais confusa, se lhe falta o método adequado. ( Pag. 04 )

Marx faz ainda uma delimitação de cada classe, superior e inferior, onde o critério usado não pode ser outro senão o materialista. No limite superior, indaga até que ponto um trabalhador com alta patente e alta remuneração pode ser considerado membro do proletariado. Já no plano inferior, Marx indaga até que ponto o desempregado pode ser considerado membro do proletariado. A resposta para estas duas perguntas é: até o limite em que a diferença entre essas camadas e o trabalhador simples empregado, determinada ou anulada pelo processo real de produção, é de tal ordem que ela se transforma em contradição. ( Pag 05 )

Depois da Segunda Guerra Mundial, com as transformações do sistema capitalista, a ciência se transforma em um fator de produção. Marx foi o primeiro intelectual a falar da importância da ciência e da tecnologia no processo de acumulação capitalista, que dizia “...a burguesia só poderia existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção”. ( Pag. 06 )

Em 1850, Marx afirmou que à medida que a grande indústria se desenvolvesse, ainda que a posição do trabalho permanecesse o último desenvolvimento da relação valor, a criação da riqueza efetiva não guardaria mais relação com o tempo de trabalho imediato que custa a sua produção, mas dependeria cada vez mais da situação geral da ciência, do progresso da tecnologia e da utilização da ciência na produção. ( Pag. 07 )

Marx citou alguns progressos científicos, tais como o aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho, os constantes progressos dos meios de comunicação e transporte, o surgimento dos grandes centros urbanos e o esvaziamento do campo, a supressão da dispersão dos meios de produção, concentrados e centralizados em grandes corporações, tudo foi visto e, de certa forma, antevisto por Marx, que poderia ser considerado um visionário, não fosse o rigor do método que lhe permitiu tais descobertas. ( Pag. 07 )

A ciência e a tecnologia passaram a fazer parte das empresas capitalistas, que criaram seus próprios Departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Essa modificação, que pode ser enfocada a partir de uma perspectiva interna à lógica do capital, contou, para seu pleno desenvolvimento, com fatores externos a ela, mas dela derivados. ( Pag. 07 )

A adoção de políticas keynesianas anticíclicas, que, contra o senso comum, permitiram o desentrave completo do processo de concentração e centralização do capital, o acirramento das disputas interestatais por matérias-primas e pelo capital financeiro que engordou os orçamentos de pesquisa científica dos programas militares e depois espacial, beneficiados ainda mais pelo posterior advento da Guerra Fria, a universalização do ensino básico e, em seguida, nos países centrais, do ensino superior, público ou não, tudo isso preparou e adubou o terreno dessa transformação radical do processo de produção. ( Pag. 08 )

A transformação do processo produtivo não poderia deixar de trazer profundas conseqüências para a teoria das classes, pois com as mudanças surge uma classe associada à ciência, a classe dos cientistas, engenheiros, técnicos e consultores contratados pelo capital para promover um processo de inovação tecnológica e administrativa interno às empresas. ( Pag. 08 )

Essa classe se difere da categoria dos trabalhadores

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