TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Por:   •  11/11/2018  •  Resenha  •  2.499 Palavras (10 Páginas)  •  206 Visualizações

Página 1 de 10

FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

1 DEFINA E EXPLIQUE O CONCEITO DE CLASSE PARA MARX

O conceito de classe social em Karl Marx se baseia nas relações de produção, então a classe social é definida, não pela renda, mas pela posição que a pessoa ocupada na estrutura de produção; ou ela não possui os meios de produção e pertence à classe operária, os produtores diretos da riqueza social, ou possui e pertence à classe capitalista, os apropriadores do excedente econômico. Sua análise do modo de produção capitalista articula-se com o estudo das classes sociais, dividindo-as como “os proprietários de simples força de trabalho, os proprietários de capital e os proprietários de terras, cujas respectivas fontes de receitas são o salário, o lucro e a renda do solo, ou seja, os operários assalariados, os capitalistas e os latifundiários, formam as três grandes classes da sociedade moderna, baseada no regime capitalista de produção” (MARX, K. O Capital). No entanto, ele entende que em todas as sociedades, capitalistas ou anteriores ao capitalismo, sempre há uma classe dominante, que controla ou influencia o controle do Estado, e uma classe dominada, que reproduz a estrutura social ordenada pela classe dominante e assim perpetua a exploração.

2 POR QUE E COMO EM DURKHEIM SE DESENVOLVE UMA SOCIOLOGIA DA MORAL

Comte é considerado o pai da sociologia, porém ela tem em Émile Durkheim uma de suas grandes expressões. Seguindo a linha positivista de Comte, Durkheim aspirava consolidar a sociologia como saber científico. Para isso, interessava a esse grande teórico definir o objeto, métodos e aplicações dessa nova ciência.

Assim, Durkheim definiu como objeto de estudo da sociologia os fatos sociais, que consistiam na experimentação do individuo de uma realidade preexistente, exterior e independente a ele. Desse modo, podem ser consideradas três características dos fatos sociais: seu caráter coercitivo, sua exterioridade ao indivíduo e sua generalidade.

A primeira das características, a ‘coerção social’, remete a força que os fatos sociais exercem sobre os indivíduos, induzindo-os a agir e conformar-se as regras da sociedade na qual vivem. Essa força mostra-se mais ativa quando algum membro da sociedade tenta se rebelar contra suas regras, quando são impostas algumas sanções, que podem ser legais (definidas por lei) ou espontâneas (reação da sociedade a transgressão). Durkheim dizia que um desvio deveria ser regulado através de punições, sanções e não julgado. E para isso há uma variação das penas que se alteram de acordo com o impacto moral.

A exterioridade, a segunda característica do objeto de estudo da sociologia, diz respeito à existência e atuação dos fatos sociais sobre os indivíduos, independente de sua vontade ou consciente adesão. Diferentemente do conceito de fenômeno social que em alguma medida as pessoas acreditam ser o justo, o correto, tornando-o natural.

E por fim, a generalidade dos fatos sociais, que versam sobre o seu caráter repetitivo. Sendo social todo fato que é geral, ele se repete na maioria dos indivíduos, em diferentes sociedades e em diferentes momentos.

Para Durkheim, a educação –formal ou informal- exerce papel muito importante na adequação dos indivíduos à sociedade da qual fazem parte. Por meio dela, as regras são internalizadas transformando-se em hábitos, que passam a ser considerados como pessoais. Durkheim também falava dos efeitos causados pelas instituições sociais que através de leis, normas, regras simbólicas e dogmas religiosos mantêm a sociedade coesa e produzem uma forma de pensar e agir, uma consciência coletiva. O indivíduo é agregado à sociedade por essa consciência. Durkheim está preocupado com a moral educacional (adesão à consciência coletiva), pois esse comportamento também mantem a sociedade coesa e assegura a ordem, não importando a índole individual. Durkheim compara a sociedade ao corpo humano e por isso ele é considerado um funcionalista.

Essas instituições são ideais, morais, pois instituem formas de pensamento, entretanto nas sociedades modernas essa consciência coletiva emanada das instituições é mais rarefeita, embora as instituições jurídica e estatal regulem a sociedade de modo mais concreto.

A Sociologia de Durkheim não é baseada no conflito, mas no consenso, uma sociedade equilibrada. O conflito não é um motor da sociedade como afirma Marx, é apenas algo que acontece na sociedade e dependendo do caso ele é anômico ou não. É oportuno dizer que mesmo crimes não são anômicos, eles contribuem de certa forma para a integração da sociedade, pois eles pressupõem sanções, fazendo funcionar a legislação, o direito.

Na divisão do trabalho social, ele fala como a sociedade organiza seu trabalho, no qual ele deriva conceitos de solidariedade orgânica e mecânica. A sociedade é um todo que tende a ser integrada através do trabalho, pois ele divide as riqueza e as tarefas. A solidariedade mecânica é presente nas sociedades simples, primitivas nas quais a diferenciação social é baixa, com poucas classes, a solidariedade é linear, de ponto a ponto. Já a Solidariedade orgânica é presente nas sociedades modernas e complexas e é típica das cidades industriais. Como o trabalho é dividido e existe uma alta diferenciação social, a necessidade de integração e solidariedade entre as partes é maior, pois todos dependem de todos. Isso se liga ao conceito de fato social na medida em que ambos se referem à sociedade como um todo harmônico.

A consciência coletiva também é um fato social. Durkheim faz uma relação entre a consciência individual e a consciência da sociedade (consciência coletiva) que diz no que as pessoas devem acreditar, o que devem fazer. E necessariamente é mais forte nas sociedades de solidariedade mecânica, pois nesta não há grande diferenciação social, mas isso não a exclui das sociedades cuja solidariedade é orgânica, ela apenas é mais fraca devido à individualização trazida pela industrialização.

Nessa concepção, as mulheres, por exemplo, deveriam controlar o ambiente doméstico, pois naquela época tinham mais aptidão para a vida afetiva e os homens para a vida intelectual. Desde cedo, a própria família introduz crenças e valores na vida das crianças e isso é a reprodução da divisão sexual do trabalho, não é aleatório que as mulheres se inclinem as áreas do cuidar, que é uma função moral da mulher. Os indivíduos se vinculam através das funções morais.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (16.2 Kb)   pdf (116.4 Kb)   docx (17.1 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com