TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Favelados E Punks Invadem Shopping Centers

Trabalho Universitário: Favelados E Punks Invadem Shopping Centers. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/6/2014  •  531 Palavras (3 Páginas)  •  678 Visualizações

Página 1 de 3

Um grupo de 130 sem-teto, favelados, estudantes e punks inaugurou uma forma inédita de protesto ontem no Rio, ao promover uma invasão pacífica do shopping Rio Sul, em Botafogo, na zona sul.

O objetivo, segundo os organizadores, era protestar "contra o sistema capitalista, mostrando o contraste entre o consumo supérfluo e a fome".

A manifestação dividiu a opinião de compradores, comerciantes e turistas, surpreendidos pela presença dos manifestantes de aparência simples entre as vitrines e os corredores de mármore.

"Estão nos coagindo utilizando como arma o fator surpresa, fatal para nós que vivemos na tensão da cidade grande", disse Eliomar Marques Lins, 25, que fazia compras com a mulher.

"Não fiquei com medo. O movimento é bom porque a desigualdade aqui é imensa", disse o turista inglês Peter Cook.

Mesmo diante do olhar desconfiado dos lojistas, os sem-teto não se intimidaram: experimentaram roupões de seda e puseram os filhos para brincar com brinquedos importados.

Os manifestantes se disseram integrantes da Frente de Luta Popular, um "fórum de entidades" surgido há dois meses para "criar novas alternativas de luta".

A idéia de invadir um shopping foi anunciada há duas semanas, mas a escolha do estabelecimento foi mantida em sigilo até alguns minutos antes da invasão, às 11h.

Apesar do segredo, a Polícia Militar descobriu os planos, avisou a administração do shopping e mobilizou 45 homens para fazer o isolamento do local.

A reportagem da Folha apurou que a Polícia Federal vinha monitorando os acampamentos do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), uma das entidades participantes da Frente de Luta Popular. Mas não pôde impedir o deslocamento do grupo porque os militantes não estavam em ônibus clandestinos, mas em coletivos alugados.

A entrada no shopping foi negociada entre o chefe do Comando de Policiamento da Capital, coronel Fernando Belo, e o líder do MTST, que se identificou como Eric Vermelho.

"Não estamos invadindo. Queremos dar um passeio como qualquer família. Se nós construímos os shoppings, por que não podemos entrar?", disse Eric.

A administração do shopping reuniu seus seguranças para acompanhar o "passeio" dos manifestantes, que encenaram performances com leitura de poesias, rodas de capoeira e representações teatrais.

Alguns comerciantes fecharam as portas, como foi o caso da loja de moda masculina Richard's e da butique Rudge. Na joalheria Marina, os vendedores também pararam o trabalho. Os manifestantes sentaram no chão em frente à loja, declamando poesias de Ferreira Gullar e Pablo Neruda.

Na loja de moda de praia Redley, o gerente, Eduardo Pinho, adotou a diplomacia. "Procurei deixá-los bem à vontade. Sabia que eles não iam comprar nada, mas não concordo com a discriminação", disse Pinho.

Na hora do almoço, os manifestantes ocuparam a praça de alimentação. Comeram pão com mortadela e tomaram refrigerantes. Militantes sentaram à mesa do industriário Márcio Castro, 32, que interrompeu a refeição para ouvi-los. "É constrangedor, mas não é assustador. Acho que o caminho deles é esse. Não existe outra opção", disse Castro.

Às 16h, os manifestantes deixaram o shopping e seguiram em passeata, sob a

...

Baixar como (para membros premium)  txt (3.5 Kb)  
Continuar por mais 2 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com