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Fichamento Da Razão Tupiniquim

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Por:   •  24/11/2014  •  5.093 Palavras (21 Páginas)  •  1.711 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A obra de Roberto Gomes a critica da razão tupiniquim é dividida em onze capítulos que irá tratar da realidade que se encontra a filosofia no Brasil. No primeiro capitulo que se chama “um titulo”, vai buscar o motivo e a interpretação do nome da obra critica da razão tupiniquim; no segundo capitulo “A sério: A seriedade” vai explicitar os vários sentidos para a seriedade; no terceiro capitulo “Uma razão que se expressa” vai trabalhar a razão que se descobre em sua originalidade; no quarto capitulo “Filosofia e negação” afirma que a filosofia é dizer o contrario; no quinto capitulo “O mito da imparcialidade: O ecletismo” que vai retratar o pluralismo cultural do Brasil; no sexto capitulo “O mito da concórdia: O jeito” vai retratar o jeitinho brasileiro; no sétimo capitulo trata da “Originalidade e o jeito”; no oitavo capitulo “A filosofia entre nós”, envolve uma revisão critica de nossas importâncias e urgências; o nono capitulo “A razão ornamental” conduz a fuga nos modismos e o esquecimento de quem somos; no décimo capitulo “A razão afirmativa” sacralizar o passado e destruir a positividade do dado; no décimo primeiro capitulo e ultimo “Razão independente e negação” vai explanar a colonização cultural de imposição que era feita no Brasil.

CAPÍTULO I. UM TÍTULO

Mal sabemos o que seja uma Razão Tupiniquim. O brasileiro aliena-se de dois modos: rindo de sua sem-importância ou delirando em torno do “país do futuro”, em variados “anauês”.

Uma Razão não se faz com um livro. Provisoriamente, permaneçamos em nossos limites. Não se trata de “inventar” uma Razão Tupiniquim, mas de propor um projeto, um certo tipo de pretensão certamente quixotesca e evidentemente absurda : pensar o que se é, como se é.

CAPÍTULO II. A SÉRIO: A SERIEDADE

Cabe agora perguntar: trata-se de um tema “sério”? Pelo que ficou dito, propõe-se ser sério, não uma piada. É tema que deverá ser “seriamente” considerado.

Prestando atenção, vemos que há vários empregos possíveis para a palavra “sério” e, consequentemente, vários sentidos para a “seriedade”.

Entre os dois empregos não há apenas o acréscimo de uma letra, mas uma mudança de perspectiva e de acentuação.

Se levo a sério, isto é algo que sai de mim em direção ao objeto da seriedade. Se sou sério, me coisifico como objeto de seriedade. Aí está a diferença entre o que é dinâmico – eternamente em questão -, encontrado no a sério, e o caráter de coisa acabada e estéril da seriedade do sujeito objetificado. A sério revigoro o mundo com uma quantidade imensa de significações. Sério, reduzo-me a objeto morto, caricato, de existir centrado no externo.

Quero com isto dizer que o tema providenciado para este título exigiria sair do sério. Parece evidente que a Filosofia brasileira só existirá a partir do momento que vier a ser, como a piada, uma investigação do avesso da seriedade vigente.

Se diz que qualquer personalidade mundial, com dois dias de Brasil, já não seria mais levada a sério. Entretanto, é no Brasil onde o falar, o escrever e o pensar vieram a ser as coisas mais formalizadas e rígidas que se conhece.

Eis o que desejaria mostrar: nossa aversão à pompa acaba convertendo-se em seu oposto – o triunfo da cultura formalística. É, pois, urgente que assumamos a capacidade a sério do humor como forma de conhecimento. E o que é Filosofia? É a tentativa, penso, de enxergar um palmo diante do nariz – o que não é tão fácil em tão inútil quanto muitos pensam.

Afinal, o peixe é quem menos sabe da água.

Creio ser isso suficiente para denunciar nossa inautenticidade intelectual.

CAPÍTULO III. UMA RAZÃO QUE SE EXPRESSA

Sempre que uma Razão se expressa, inventa Filosofia. É deste ato – o mais simples do que gostariam de supor os pensadores tupiniquins -, no qual uma Razão se descobre em sua originalidade e conhece seus mais íntimos projetos, que emerge a possibilidade de Filosofia.

Se parto do suposto que descobrir-se é, de algum modo, descobrir alguma coisa, desde logo me coloco em oposição a isto que deverei descobrir. No momento em que encontrasse tal objeto, teria concluído minha tarefa. Mas não existe de fato nada com o que, ou com quem, eu deva me encontrar para descobrir-me.

De fato descobrir-se, é encontrar-se em, pelo simples fato de não haver um “outro” que eu deva descobrir. A descoberta é, pois, fenômeno primário: um reconhecimento.

Os esforços históricos para o estabelecimento de um tipo de sociedade racional haviam sido transpostos, na Alemanha, para o plano filosófico e transpareciam nos esforços para elaborar o conceito de Razão. Tal conceito está no cerne da Filosofia de Hegel. Este sustenta que o pensamento filosófico nada pressupõe além da Razão, que a historia trata da Razão, e somente da Razão, e que o estado é a realização da Razão. Estas afirmações não são compreensíveis, porém, se a Razão for tomada como um puro conceito metafísico, pois a ideia que Hegel fazia da Razão preservava, ainda que sob forma idealística, os esforços materiais no sentido de uma vida livre e racional.

O pensamento é superior não a despeito de ser situado, mas justamente por situar-se.

E o pensamento, antes da pretensão de ser atemporal, dever ter a pretensão primária de não ser jamais estranho, o saber de um outro. Se exigirmos da Filosofia não ser apenas algo entre nós, mas Filosofia brasileira é claro que estamos supondo uma originalidade, a nossa.

Ver é, ou envolve um ato de seletividade. Qualquer verdade é minha verdade. Ocorre que a verdade não se encontra onde muitos julgam que esteja. Se quisermos ser fiéis à verdade, devemos supor que resida não em nossos juízos, mas no limite projetivo destes juízos. A originalidade da Filosofia consiste em descobrir-se em determinada posição, assumindo-a reflexivamente.

Mesmo a verdade de um outro só poderá ser verdade para mim se dela me apropriar, antropofagicamente.

Eis por que uma Filosofia brasileira só terá condições de originalidade e existência quando se descobrir no Brasil. Desde sempre nosso pensar tem sido estranho, providenciado

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