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HISTÓRICO NACIONAL DAS DESCENDÊNCIAS DO POVO BRASILEIRO E CONCENTRAÇÃO REGIONAL

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Por:   •  13/4/2014  •  1.729 Palavras (7 Páginas)  •  475 Visualizações

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- HISTÓRICO NACIONAL DAS DESCENDÊNCIAS DO POVO BRASILEIRO E CONCENTRAÇÃO REGIONAL

A Trajetória nacional das descendências nos faz pensar em Darci Ribeiro (1985) quando o autor afirma que sociedade e cultura ainda estão se plasmando no Brasil. A conjunção de três elementos, indígena, africano e europeu possibilitou um novo tecido cultural, que foi e vem sendo diferenciado pelas influências do meio, pelas diversas atividades econômicas, pela criatividade nativa e pela incorporação de outros contextos culturais estrangeiros.

No Brasil Colônia verifica-se o inicio dessa homogeneidade devido às instituições socioculturais, Negros, Indígenas e Brancos forma a Etnia Nacional, produto de uma civilização agrária, urbana e rural. E como nos diz Ribeiro (1985, p. 90) o Brasil nasceu e cresceu “como um proletariado externo das sociedades europeias”, a classe dominante brasileira nada mais fazia se não gerenciá-lo, do nível econômico produtivo ao ideológico.

Desse modo, foram se distinguindo dois planos culturais no Brasil: o erudito, marcado pela raça branca europeia dominante e o vulgar das camadas submissas, mas criativos, mais aberto à convivência humana e ao atendimento imediato das necessidades espirituais. (VANNUCCHI, 1999).

Foi por meio desta cultura vulgar, recheada de elementos indígenas e africanos que o povo brasileiro solidificou a cultura nacional no que tinha assentado na terra e de significativo para toda a população.

Mas com essa miscigenação configuram-se as ideologias de domínio racismo e poder de influência tanto sobre as etnias como a noção de cultura nacional brasileira.

A classe dominante branca ou branca-por-autodefiniççao desta população majoritariamente mestiça, tendo como preocupação maior, no plano racial, salientar sua branquidade e, no plano cultural, sua europeidade, só aspirava ser lusitana, depois inglesa e francesa, como agora só quer ser norte-americana. E conseguia simular, razoavelmente, estas identificações nos modos de morar, de vestir, de comer, de educar-se, de rezar, de casar, de morrer, etc. Só a ação diferenciadora dos fatores ecológicos e do contexto humano em que vivia é que, a seu pesar, a tornavam irremediavelmente brasileira nestas mesmas coisas. (VANNUCCHI, 1999, p.14).

A imitação do estrangeiro que era inevitável não seria um mal em si, mesmo porque as transplantações culturais vêm associadas frequentemente, a fatores de progresso. O mal residia e ainda reside na rejeição de tudo que era nacional e principalmente popular, com sendo ruim, porque impregnado da subalternidade da terra tropical e da inferioridade dos povos de cor. Gerações de brasileiros foram alienados por esta inautenticidade essencial de sua postura, que os tornava infelizes por serem tal qual eram e vexados pelos ancestrais que tiveram.

Nessas circunstâncias, a alienação passou a ser a condição mesma da classe dominante, inconformada com seu mundo atrasado, que só mediocremente conseguia imitar os estrangeiros, e cega para os valores de sua terra e de sua gente.

Só se pode falar de cultura brasileira na acepção de uma entidade complexa e fluida que não corresponde uma foram dada, senão a uma tendência em busca de uma autenticidade jamais lograda. Embora se possa dizer que a cultura de qualquer civilização do passado ou do presente é também esta busca de autenticidade, a reconstituição dos modos pelos quais ela é buscada e das vicissitudes em que incorremos em busca-la é indispensável para compreender nossa criatividade cultural. (RIBEIRO, 1985, p. 97).

Verificamos que só nos últimos 50 anos é que temos alcançado valorização na autenticidade nacional e um alto grau de autonomia cultural, começamos os brasileiros, a criar nossa própria visão do mundo e a exercer uma criatividade cultural autêntica. E o fazemos na medida em que nos reconhecemos como singulares dentro do conjunto das sociedades que integramos, em que compreendemos e apreciamos as nossas vivências que nos fazem diferentes, em que, expressando nossa forma de ser, conseguimos emprestar um conteúdo particular às nossas criações.

A PRESENÇA NEGRA NO BRASIL

A escravidão dos povos africanos no território brasileiro iniciou-se praticamente com a colonização portuguesa, a partir de 1500 e prolongou-se até 1888. Não há números exatos sobre a quantidade de pessoas escravizadas, mas os pesquisadores estimam que foram trazidos para cá entre 5 e 10 milhões de africanos.

Figura 1: Barbeiros ambulantes – Pintura de Jean Baptiste Debret, artista francês que viveu no Rio de Janeiro, entre 1808 e 1831.

A mão de obra escrava e negra foi responsável geração das principais riquezas que o Brasil produziu em sua história, desde a produção agrícola de cana-de-açúcar e de café, até a extração de ouro e diamantes. Mas também foi utilizada nas atividades mais comuns do dia a dia, sendo ocupada na maioria dos serviços domésticos e urbanos durante mais de três séculos da nossa história.

A importância da escravidão para o desenvolvimento econômico da nossa história tem sido muito divulgada em livros didáticos e na televisão. Ninguém hoje é capaz de negar que o braço escravo construiu o país até o final do século XIX, quando a escravidão foi abolida, em 1888.

O negro trazido a ferros, para ser usado como mão-de-obra nas fazendas de açúcar, no plantio do café, na mineração e no trabalho doméstico, não decidiu migrar da África para a América. Ele foi capturado por traficantes de escravos e vendido como “peça” (denominação dada ao negro pelos traficantes de escravos) nas terras do novo Mundo.

Para que os portugueses pudessem realizar seus sonhos de expansão colonialista, uma subpopulação seria necessária ao trabalho nas colônias. Assim,

“(...) a presença da mão-de-obra escrava permitiria uma intensificação da migração para ultramar. Numa população de um milhão e meio de habitantes para o século XVI, os estudiosos estimam a emigração em quase 300.000 mil pessoas. Assim, o escravo seria uma recompensa, ao menos parcial, dessa perda populacional, uma condição para viabilizar as chamadas conquistas ultramarinas”. (PINSKY, 1981, p.15).

Como os negros escravizados hospedeiros de seus opressores, participaria de práticas que os libertariam? Eles foram, ao mesmo tempo, oprimidos e opressores em um único corpo. Se os senhores eram “a sua realidade”, eles viviam na contradição, porque querendo negar a sua condição de “coisa”, os únicos homens, que lhe serviam de modelo, eram os seus opressores;

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