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INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Por:   •  14/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  7.036 Palavras (29 Páginas)  •  225 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Faculdade de ciências sociais

ANTROPOLOGIA DAS EMOÇÕES

ALEX SANDRO PEREIRA DA SILVA

LEIDYANNE ANDRADE DO NASCIMENTO

marcos pedro rodrigues greccO

TÁSSIA ANDREANI TOLEDO

THIAGO KALAHY NASCIMENTO SILVA

CUIABÁ/MT

2017


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

Instituto de ciências humanas e sociais

Faculdade de ciências sociais

ANTROPOLOGIA DAS EMOÇÕES

ALEX SANDRO PEREIRA DA SILVA

LEIDYANNE ANDRADE DO NASCIMENTO

marcos pedro rodrigues greccO

TÁSSIA ANDREANI TOLEDO

THIAGO KALAHY NASCIMENTO

Trabalho entregue à Prof. Dra. Marina França, como método de avaliação na disciplina de Introdução à Antropologia.

CUIABÁ/MT

2017 

INTRODUÇÃO

Este seminário pretende discutir a relação entre indivíduo e sociedade sob a perspectiva da antropologia das emoções, tendo como influencia tanto pelo senso comum (como objeto de comparação) e principalmente o livro de Claudia Barcellos Rezende e de Maria Cláudia Coelho, Antropologia das Emoções.

As emoções durante muito tempo foram tratadas como experiências naturalistas e muito atreladas ao campo biológico e psicossocial. Autores clássicos da sociologia como Durkheim e Simmel foram os primeiros a compreender as emoções (ainda que de maneira subjetiva) como objetos não imunes da sociedade, e como indicam as autoras, foram os primeiros pensadores a mostrar que alguns sentimentos são frutos de produção social com efeitos diretos nas relações sociais.

“Eles mostram como há sentimentos que são produzidos socialmente e que tem efeitos significativos para as interações e a coletividade de modo geral". (REZENDE; COELHO, 2010, p. 13.)

A partir do século XX que o estudo das emoções passa a figurar na área da antropologia com Radcliffe-Brown, Ruth Benedict e Marcel Mauss procurando compreender as formas coletivas de expressão dos sentimentos e sua função social, ainda que de maneira ambígua tratando as emoções ora como estado interno ora como estado social. Contudo, é na segunda metade do século XX que o estudo das emoções ganha força na antropologia, graças, segundo as autoras, à evolução da percepção da cultura e com isso uma redefinição de conceitos sobre costumes habituais e tradicionais, auxiliando a produção de estudos sobre construção cultural, social e bem como o estudo das emoções.                

Fundamentaremos a discussão de acordo com os temas sobre o livro abordado, argumentando nos dois primeiros momentos sobre a dualidade das emoções e fomentando debates, sendo eles: emoções são biológicas ou culturais, de estado individual ou social?                

A terceira parte tratará sobre micropolítica das emoções acerca da capacidade que as emoções têm de atualizar, alterar ou reforçar os aspectos de nível macro da organização social. E por fim abordaremos a relação das emoções nas sociedades ocidentais modernas e as questões que marcam esse tema.

A convicção de que os sentimentos têm uma natureza universal faz parte do senso comum ocidental (...). Fazer uma 'antropologia das emoções' é colocar em xeque essas convicções, tratando-as como 'representações de uma dada sociedade. (REZENDE; COELHO, 2010, p. 12)

 Diante do contraste envolvendo as diferentes capacidades dos indivíduos de sentirem e se relacionarem entre si, Antropologia e Sociologia debruçam-se sobre a síntese dessas interações, desenvolvendo um quadro geral da constituição do sujeito. No capítulo 05, examinaremos a jornada histórica da relação do indivíduo consigo mesmo, rumo à definição do Eu.

CAPÍTULO I - EMOÇÕES: BIOLÓGICAS OU CULTURAIS                                                                                                                                                                                

O início da compreensão sobre a antropologia das emoções tem em seu cerne a dualidade de sua criação dos sentimentos perante o indivíduo. Seriam as emoções produtos da psicobiologia[1] ou seriam frutos de influência de processos socias, como também influenciadoras de tais processos?

A abordagem das autoras sobre a origem das emoções concentra-se na desconstrução da perspectiva etnopsicológica[2], apresentada por Lutz (1988) de que as emoções estão ancoradas ao psicobiológico do indivíduo e de que são constantes e universais. É a partir da visão de Lutz (1988), que se tem o compreendimento de que o indivíduo é constituído por um dualismo entre corpo/mente e razão/emoção. Essas dicotomias estariam relacionadas à medida que a emoção está associada ao corpo enquanto a razão estaria associada a mente. "Nessa visão de mundo, as emoções são pensadas como tendo, muitas vezes, origem no funcionamento do corpo". (REZENDE; COELHO, 2010, p. 21)

A partir dessa concepção dá-se a entender, por exemplo, que os hormônios são causadores e/ou reguladores de certos sentimentos, tendo como objeto de comparação a agressividade nos homens por conta da maior concentração de testosterona em seu organismo e uma maior sensibilidade nas mulheres por conta do estrogênio e da progesterona. Contudo, por mais que essa etnopsicologia abordada tenha influência na psicobiologia, admite-se que as relações sociais influenciam a maneira de se expressar os sentimentos.

(...) o modo como entendemos e vivenciamos o corpo é sempre mediado pelas formas de pensar cultural e historicamente construídas. Assim, torna-se difícil separar o que seria um fato biológico de um fato cultural. (REZENDE; COELHO, 2010, p. 29)

1.1. O olhar das ciências sociais

As ciências sociais, a partir da antropologia das emoções, têm o intuito de desnaturalizar a questão dos sentimentos, mas sem a finalidade de dizer que eles não tenham origem interna e/ou biológica no indivíduo. As autoras recorrem a alguns pensadores como, Abu-Lughod, Lutz e Fajans, para argumentar que as emoções são fenômenos incorporados, presentes desde a infância, aprendidos com o convívio no ambiente social e cultural. Atravessando técnicas corporais como expressões faciais, gestos e fala. Partindo desse princípio, é sensato dizer que o papel das ciências sociais nesse tema é fazer o questionamento sobre a origem psicobiológica das emoções em busca de um melhor entendimento de como os sentimentos são aprendidos a partir das práticas sociais.

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