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Incendiaram o Brasil

Por:   •  29/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.480 Palavras (6 Páginas)  •  163 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Na era da informação, as notícias voam na velocidade da luz, são espalhadas não apenas pelos jornalistas, mas por qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Os poderes constituídos demonstram que não tem conhecimento disso e acham que têm o controlo sobre as massas e sem saber resolveram encharcar os brasileiros de combustível sem notar que eles já estavam tomados por sentimentos contrários às instituições públicas e partidos. Os partidos estavam confortáveis, afinal eram eles que articulavam grandes protestos e sempre com cunho político, não esperavam que através das redes sociais fosse capaz de se organizar uma manifestação que chegasse a reunir muitas pessoas, menos ainda que essas pessoas reivindicassem a ética política, pessoas que não aceitassem a liderança política em suas fileiras, que estivessem insatisfeitas com a corrupção, qualidade dos serviços públicos, falta de justiça social, saúde precária, péssima educação etc. e tal. E como todos sabem, quando se tem combustível e comburente juntos, basta uma pequena fagulha para se iniciar o fogo, uma pequena demonstração de revolta popular capaz de instigar milhares a tomarem de volta o que é seu por direito: o poder que emana do povo.

2 INCENDIANDO UM PAÍS

Chamamos de fogo o resultado de um processo termoquímico muito exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto químico orgânico como o papel, a madeira, os plásticos, os gases de hidrocarbonetos, gasolina e outros, susceptíveis a oxidação, em contato com uma substância comburente (oxigênio da atmosfera, por exemplo) necessitam de uma energia de ativação, também conhecida como temperatura de ignição. Esta energia para inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de uma chama. Iniciada a reação de oxidação, também denominada de combustão ou queima, o calor desprendido pela reação mantém o processo em marcha. (Wikipédia, 2014)

2.1 OS PODERES JOGANDO COMBUSTÍVEL

Numa sequência de manifestações como nunca vistas antes na história do Brasil, não há como eleger um único motivo, mas uma série de interesses que levaram milhares de pessoas às ruas de todo o país e que se tornaram o combustível que alimentou a chama que ardia no peito dos cidadãos brasileiros. Mas em todos esses diferentes combustíveis podemos listar uma substância que estava presente em todos eles: a corrupção. Esta, desde sua forma mais vil, como a manipulação de processos licitatórios, à sua forma mais complexa e poderosa, na tentativa de manipulação do Supremo Tribunal Federal (STF) com a indicação de ministros que já prestaram serviços a partidos políticos, assim como a possibilidade de diminuir o poder de investigação do Ministério Público (MP), foi componente quase que obrigatório em todos estes combustíveis.

A obrigatoriedade dos processos licitatórios decorre de lei e tem como princípio justamente combater a corrupção, mas acaba por acontecer o contrário, acaba por favorecer um sistema que se aperfeiçoa com o tempo e consegue burlar as leis. Segundo Alexandre Aragão (2013, p. 86), “atualmente, há investigações sobre fraudes que envolvem empresas de ônibus em pelo menos 60 cidades, incluindo nove capitais. O tipo mais comum de logro é a contratação em processos de licitação com cartas marcadas”. O resultado desse tipo de fraude já é bem conhecido dos brasileiros, são as péssimas condições dos transportes públicos com altas tarifas e empresários cada vez mais ricos que financiam não só políticos, mas partidos inteiros.

Outro combustível foi a chamada PEC 37, a proposta de emenda à constituição que limitaria o poder de investigação do Ministério Público, algo muito desejado pelos políticos brasileiros que não teriam mais o Órgão Investigador no encalço dos corruptos. Esse assunto já pairava pelo Congresso há muito tempo, mas com a condenação dos mensaleiros, a base governista se apressou em votá-lo. Se aprovada, seria um grande golpe contra a justiça e a certeza da impunidade para os corruptos.

Em ano de Copa, é claro que esta não poderia ficar de fora e acabou tornando-se mais um combustível. Quando o Brasil ganhou a eleição para sediar a Copa do Mundo, a promessa era a de que não seriam usados recursos públicos para construção dos estádios, o Mundial seria financiado principalmente pela iniciativa privada. Hoje já se sabe que 80% do financiamento têm saído dos cofres públicos destinados para a Copa mais cara da história.

Junto a isso podemos citar ainda os crimes bárbaros que vêm acontecendo, o caos aéreo que tomou conta do país, o trânsito horrível, inflação, escândalos no ENEM e outras coisas mais que daria uma lista enorme.

O país estava encharcado de combustível altamente inflamável.

2.2 O COMBURENTE: UM SENTIMENTO COMUM AOS BRASILEIROS

Assim como o oxigênio presente em abundância na atmosfera e necessário ao processo de combustão, milhares de cidadão encontravam-se insatisfeitos, contrariados, revoltados com tudo o que vinha acontecendo e até então apenas assistido pela maioria. Todas as mazelas que afetavam os brasileiros foram aumentando e inflamando um sentimento de revolta que tirou o brasileiro de casa, geralmente intitulado como pacífico, e o levou a mostrar todo o seu descontentamento e seu poder. A corrupção das licitações nos transportes leva ao pagamento de passagens caras para viagens sem condições mínimas de conforto e o sentimento que se está sendo roubado. Esse é apenas um dos muitos sentimentos presentes no ar. O desejo por um serviço público eficiente e barato, saúde e educação públicas de qualidade, segurança eficiente, um sistema político menos corrupto e um governo que governe para o povo e não em prol de si mesmo e de seus favorecidos. Valkyria Anondottir (2013, apud Megale e Rangel,

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