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MEMORIAL DO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

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Por:   •  1/10/2014  •  1.563 Palavras (7 Páginas)  •  559 Visualizações

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A trajetória do Serviço Social no Brasil e no mundo está relacionada com as expressões da questão social e pela luta por direitos e igualdade de classes.

O contexto histórico da profissão tem como fator principal a criação de leis e políticas que possibilitassem a transformação da caridade e filantropia em um trabalho de atendimento que levasse o sujeito a ter independência, consciência de seus direitos e liberdade para escolher o seu modo de vida.

[...] a história da profissão só pode ser entendida no contexto das relações de classe, onde se expressa seu compromisso social. Historicamente, o

Serviço Social tem evidenciado seu compromisso com os interesses das classes do bloco hegemônico do poder, confrontando-se, contraditoriamente, com a clientela que tem se constituído no sujeito de sua ação cotidiana (IAMAMOTO & RAUL apud SILVA & SILVA, 1995, p. 36).

A Igreja Católica teve um papel importantíssimo e assumiu a função de atendimento para que às famílias dos trabalhadores pudesse ter acesso aos serviços básicos como educação e saúde.

O Serviço Social teve seu início nos países europeus e na América do Norte na forma de caridade os menos favorecidos.

Já no Brasil, a profissão surgiu na década de 1930, em plena implantação da indústria.

Devido ao êxodo rural, as famílias necessitavam de apoio para a nova realidade e assistência para o novo modo de vida que estavam vivenciando.

Atualmente, a assistência é realizada através da garantia de direitos com as políticas públicas ofertadas pelo Estado.

2 DESENVOLVIMENTO

Foi durante a Revolução Industrial na Europa e através das conseqüências geradas por ela que se começaram as primeiras práticas assistenciais com a intervenção da Igreja Católica.

Em seguida, com o capitalismo avançando, iniciou-se divisão da sociedade em classes: os burgueses e os proletários. A luta por direitos tomou a forma de greves dos trabalhadores devido às más condições de trabalha, ao uso da mão de obra infantil e feminina e à falta de uma carga horária que não prejudicasse tanto o trabalhador.

Com todos esses eventos acontecendo, a prática filantrópica começou a exigir atendimentos especializados e assim surgiram as primeiras escolas de Serviço Social.

O pioneirismo de Mary Richmond foi relevante para que a qualificação dos técnicos em assistência tivesse um caráter científico e apto para as funções por eles desempenhadas.

Porém foi com Florence Nightingale que o trabalho social adquiriu nova forma de atendimento através das visitas domiciliares, prática adaptada para os cursos das escolas de Mary Richmond como preparação profissional dos visitadores domiciliares.

O início do Serviço Social no Brasil remonta aos anos de 1930, com influência total da Igreja Católica e apoio da burguesia como forma de controle das famílias e dos trabalhadores. Os atendimentos seguiam a linha européia e era exercido por senhoras da sociedade e moças de família.

Martinelli (2010) destaca que: ...ao chegar ao Brasil, o Serviço Social encontrou já a esperá-lo uma missão e uma causa, as quais demandavam um imediato engajamento, até mesmo no sentido de somar esforços com aqueles que por elas estavam lutando. (p. 127)

A industrialização no Brasil iniciou-se tardiamente em relação aos países europeus. Na década de 1930, começaram a surgir as primeiras expressões da questão social tais como: o inchaço das capitais da região sudeste devido ao êxodo rural, a falta de moradia e o surgimento de favelas, a falta de infra-estrutura que suportasse um número cada vez maior de migrantes, o alcoolismo, a ausência do estado como responsável pelas demandas entre tantas outras.

Neste cenário, vamos encontrar uma sociedade dividida com os empresários explorando os trabalhadores de todas as formas. Não existiam direitos trabalhistas e os operários exigiam do governo melhores condições de trabalho, direito ao descanso, leis que garantissem salário digno, escolas e um sistema de saúde que atendesse à população mais carente. Apesar desses anseios, muito pouco foi conquistado.

A Igreja Católica inicia nesse período as práticas do assistencialismo com o objetivo de controlar e apaziguar quaisquer tipos de insatisfações por parte dos trabalhadores e suas famílias.

Como essas intervenções não surtiram o efeito desejado, em 1965 os assistentes sociais lançaram o Movimento de Reconceituação do Serviço Social com o objetivo de romper com as práticas filantrópicas que vigoravam. A busca por um novo rumo para a profissão tornou-se uma exigência da época que passava por transformações significativas nas áreas econômicas e sociais. Os profissionais deram uma visão revolucionária a esta causa gerando uma profunda análise da situação que o Serviço Social estava atravessando no Brasil e na América latina como um todo. Esta avaliação tinha como base ma relação entre os fundamentos teóricos e a prática profissional.

Esse movimento foi de grande importância para o rompimento com os conceitos ao qual a profissão se encontrava ligada.

Esses movimentos de elaboração crítica articulam-se com as lutas estudantis e lutas políticas pela transformação das relações de dependência entre países e das relações de exploração e dominação entre classes. A chamada geração de 65 [...] marcadamente latino-americano, questionando o importado, enquanto outros, já influenciados pela Revolução Cubana e pela luta antiimperialista e anti-stalinista dos anos 60, passaram a crítica do processo de dominação de classe presente no Serviço Social implicando também a crítica à burocratização do Serviço Social. Buscavam outra inserção do Serviço Social junto às classes trabalhadoras, na realidade a elas articulada (FALEIROS, 2005, p. 17).

Durante a década de 1980 essa ruptura ficou conhecida através do Novo Currículo do Serviço Social e a publicação do Código de Ética. Com intensa influência de Karl Marx, o pensamento revolucionário se intensifica e adota como valor central a defesa da liberdade, da equidade, da justiça social tendo seus fundamentos na democracia recém instalada e na cidadania.

Já na década de 1990, a revisão do Código de Ética vem mostrar que o Serviço Social abandona a defesa apenas dos trabalhadores e se volta para o atendimento a todas as classes populares e menos favorecidas.

A Política Nacional

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