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MOVIMENTOS SOCIAIS DE TRABALHADORES RURAIS

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Por:   •  25/11/2014  •  1.373 Palavras (6 Páginas)  •  443 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A partir dos anos de 1990 ocorreu um crescimento da organização popular no campo dos movimento sociais rurais. Pesquisas apontam que existam cerca de 80 movimentos rurais no Brasil no início deste novo milênio. Nos dias atuais os Movimentos Sociais do campo que se destacam são: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, a Via Campesina, o Movimento dos Atingidos pelas Barragens, o Movimento das Mulheres Camponeses, O Movimento dos Pequenos Agricultores, Confederação dos Trabalhadores da Agricultura, Movimento Mulheres Trabalhadores Rurais, Rede de Educação do Semiárido Brasileiro, Comissão Pastoral da Terra, além disso os sindicatos dos trabalhadores rurais.

Dentre os movimentos sociais rurais, o que mais se destaca é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- Terra – MST, tendo como o principal objetivo promover a reforma agrária.

O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM-TERRA – MST

O PROJETO

O MST busca construir uma identidade cultural nova aos sem-terra, baseado no modelo cooperativo/coletivo. O MST vai além da luta pelo acesso à terra, luta também pela democracia, pela igualdade e contra a exclusão. Existe entretanto, um ponto fundamental no MST, trata-se do fato de que ele tem mudado a pauta de reivindicações dos trabalhadores brasileiros. As reivindicações clássicas dos trabalhadores desde o século XIX diziam respeito a salários e jornadas de trabalho. O MST introduziu uma nova agenda a pauta já tradicional dos trabalhadores rurais (de acesso à terra para nela morar e produzir) composta de três novas reivindicações, acesso ao crédito numa política de democratização da propriedade, apoio técnico aos assentamentos, e organização do trabalho em cooperativas de produção. Mais as três últimas (crédito, suporte tecnológico e trabalho cooperado) são atuais, modernas, pois buscam saídas para o emprego no meio rural.

A proposta de Reforma Agrária do MST assenta-se em quatro pilares: a democratização do acesso à terra, combatendo-se a concentração existente; o desenvolvimento e a ampliação da agroindústria local; a educação, em todos os níveis e não só a alfabetização; e a mudança do modelo tecnológico agrícola existente no Brasil, baseado em oligopólios e nas multinacionais, para um modelo que considere além do problema da fome e do desemprego, as especificidades da natureza, um modelo não predatório e que tenha compromisso com as gerações futuras.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem – Terra também inclui a educação na sua agenda de trabalho e possui um modelo de educação próprio, para ser desenvolvido nas escolas nos assentamentos, e na formação de suas lideranças.

A IDEOLOGIA

O MST se destaca no território nacional como plano internacional via um eficiente trabalho de mídia e marketing político de suas demandas pela Reforma Agrária, bandeiras e místicas. A mística consiste em um momento de reflexão, de inspiração para se obter “forças para a transformação”.

Os símbolos no MST têm uma importância muito grande para a manutenção do Movimento. Ultrapassam a linguagem do visível porque congregam elementos que misturam vontades, paixões, crenças, melodias e dão sentido dinâmico à luta. Refletem a realidade formada na imaginação e, por isso, precisam de profunda compreensão e respeito por parte dos integrantes da organização. A bandeira, por exemplo, não é somente um signo ideológico, tão somente um símbolo de luta contra o latifúndio. Significa mais do que isso, é símbolo da luta, da esperança, do renascimento. O vermelho, numa descrição superficial, significa o sangue que corre nas veias e a disposição de lutar pela Reforma Agrária e pela transformação da sociedade. No entanto, o vermelho na bandeira representa ainda muitas outras coisas: é a representação do sol que cede humildemente o lugar para a lua, imagem feminina, que tem o mesmo tempo e direito que ele para brilhar. A lua coordena a noite e o sol coordena o dia. A lua faz germinar a semente e o sol as faz crescer. O MST, inspira-se no ideal de Ernest Che Guevara, pois para ele “a luta não tinha fronteiras.”

Diante dos símbolos de religiosos, deve-se dobrar o joelho e prostrar-se em sinal de respeito e devoção. Diante da bandeira, o militante deve ficar em pé, em posição de sentido, com os calcanhares colados e os pés entreabertos no solo: à espera do passo que leva ao futuro. O hino deve ser cantado com os punhos fechados, sinal de desobediência à ordem imposta pelo latifúndio. Assim que terminar de cantar o hino, bater palmas e gritar palavras de ordem, para confirmar o que foi cantado

O projeto sócio-político do Movimento está explicitado em suas práticas e ações. O MST parte da carência material que é a terra, para a ideologia que é a sociedade socialista. Ele objetiva a conquista da terra, a conquista de uma nova educação e a transformação da sociedade. Transformação das condições materiais para poder transformar as condições de vida; acabar com a exploração da força de trabalho; acabar com o latifúndio da terra; acabar com o latifúndio do saber, onde poucos conseguem passar na malha fina do ensino superior de qualidade. Em síntese, o socialismo seria o alcance de todos os objetivos do Movimento: a divisão da terra e a divisão do conhecimento. Divisão no sentido de para todos igualmente.

A IDEOLOGIA DO MST DISSEMINADA PELA MÍDIA

A relação do MST com a mídia tem sido confusa e contraditória. Num primeiro momento, nos anos de 1990, ela foi estratégica. Por isso as grandes ocupações de

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