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O ENSINO DA SOCIOLOGIA NA ESCOLA SECUNDÁRIA BRASILEIRA - FLORESTAN FERNANDES

Por:   •  28/6/2019  •  Resenha  •  592 Palavras (3 Páginas)  •  663 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA/CCH

SÃO LUÍS, 03 DE JUNHO DE 2019

DISCIPLINA: LECS III            PERÍODO: 2019.1              CÓDIGO: DSOC0319

PROFESSOR: JOHN KENNEDY FERREIRA 

O ENSINO DA SOCIOLOGIA NA ESCOLA SECUNDÁRIA BRASILEIRA[1]

Thayná Cristina Rosa[2]

Na discussão sobre sociologia no ensino médio brasileiro, é importante destacar o papel fundamental de Florestan Fernandes, em sua primeira fase, na qual traz a disciplina como arma de mudança social, inserida dentro da educação secundária; autor este influenciado pelas concepções sociológicas de Émile Durkheim. O texto produzido por Florestan aborda, inicialmente, o contexto de crise econômica em que o Brasil está inserido e a utilidade do conhecimento sociológico para inserção dos jovens na vida moderna, como forma de contribuir para a organização da sociedade, buscando o ajustamento (p. 90).

As influências do positivismo aparecem no texto, quando o autor discute o Brasil como uma civilização em mudança, portanto sendo urgente a inclusão de um ensino que possibilite um adestramento educativo, como forma de uniformizar a sociedade brasileira em suas esferas culturais, assemelhando-se a teoria de Durkheim: busca pela coesão e integração social. A sociologia, segundo ele, desenvolve a criticidade dos alunos, o que é positivo para momentos de crise social, no qual os indivíduos devem pensar racionalmente, diminuindo conflitos, buscando compreender a natureza humana (p. 93).

Florestan critica posicionamentos ideológicos que fazem com que a sociologia não seja encarada seriamente como uma disciplina útil, por isso ele defende a necessidade de usar a própria análise sociológica, com argumentos, para introdução da ciência - um tipo de meta linguagem das ciências sociais. Inicialmente, o ensino secundário é caracterizado como muito enciclopédico, quando, na verdade, para o autor, deveria romper com essas tendências acadêmicas, pois o presente “moderno” impõe outras necessidades na educação, afastadas do que ele chama de “ultraconservadorismo” (p. 97) - que impede a mudança das técnicas pedagógicas.

Propõe-se, então, uma “educação dinâmica” (p. 98) - nota-se aqui um termo comtiano – que se desvencilhe da influência tradicional das instituições formais (família e igreja), pois estas impedem a mudança da ordem social. Os argumentos vigentes, segundo Florestan não conseguem subsidiar a permanência da ciência - visto que se discute a necessidade apenas por conta do ensino universitário - o autor quer ir além, a sociologia pode e deve ser inserida com uma função muito mais útil: um futuro do secundarismo que não seja academicista e enciclopédico demasiadamente.

Outro fator pode ser encontrado no texto, que também funciona como impedimento para a instalação da disciplina: o ensino superior ainda é uma instituição que representa atraso e demora cultural (p. 100), pois dedicam lugar de ascensão social e não de democracia, nas quais forma-se um “homem culto”, e não cientistas, profissionais para o estado moderno, etc. Nesse sentido, defende-se, no texto, a sociologia como necessária para os conhecimentos requeridos por uma sociedade moderna, e não para a tradição escravocrata, o homem deve ter acesso a disciplinas que o tornem um cidadão. As ciências sociais –inclusive a psicologia – promove a interpretação e socialização do brasileiro, que vive em um país diferenciado em esferas políticas, culturais e econômicas e que se apresenta em um futuro no qual haverá necessidade de manipulação racional dos problemas sociais.

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