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Florestan Fernandes E A Idéia De Revolução Burguesa No Pensamento Marxista Brasileiro

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Por:   •  29/6/2014  •  927 Palavras (4 Páginas)  •  713 Visualizações

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Florestan Fernandes e a idéia de revolução burguesa no

pensamento marxista brasileiro

1. Itinerário teórico-prático da revolução burguesa no Brasil

A idéia de revolução burguesa é consubstancial ao próprio desenvolvimento do marxismo no Brasil, conhecendo seus momentos de ascensão teórica ou de declínio prático, de projeção exclusiva no establishment intelectual ou de concorrência com outros modelos analíticos típicos da academia, pari-passu aos progressos teóricos ou percalços práticos da ideologia marxista no País.

Antes mesmo do “final da História” e da erosão prática do socialismo real, a concepção da revolução burguesa como noção explicativa do desenvolvimento capitalista no Brasil vinha sendo substituída por novos modelos teóricos, alguns baseados na idéia gramsciana de “revolução passiva”, outros na abordagem “pismarckiana” da revolution Von Oben e da modernização conservadora, outros ainda, de forma mais incisiva e original, pela afirmação de uma vertente reacionária e mesmo autocrática da revolução burguesa no Brasil, típica do capitalismo dependente da periferia latino-americana.

O movimento dessa parábola “teórica” no Brasil apresenta-se desprovido de sinuosas interpretativas ou de surpreendentes, senão oportunas, correções de rota, algumas explicáveis pela própria história mundial do comunismo, outras impostas pelas conhecidas desventuras da democracia no Brasil. No Brasil, o timing histórico de outras experiências interpretativas e exegéticas conhecidas nas histórias do marxismo: certa defasagem cronológica na importação de conceitos e doutrinas pela elite intelectual, fora de seu lugar ou deslocadas em seu tempo de realização efetiva.

A trajetória pratica de uma hipotética “revolução burguesa”, não só fugiu aos padrões explicativos desse mesmo marxismo como inovou em termos dos modelos historicamente conhecidos de modernização social e econômica e de transformação política. A Revolução de 1930, por exemplo, a melhor candidata a figurar no panteão ideal de uma revolução burguesa “concreta” no Brasil, não foi um movimento exclusivo da classe burguesa contra uma suposta aristocracia “feudal”. “Modernização varguista”, não poderia, para sermos estritos em termos de comparabilidade histórica, ser equiparado a uma revolução burguesa. Os contrastes com os “modelos ideais” de revolução burguesa, tal como enunciado na literatura marxista tradicional ou mesmo inovadora são aparentemente enormes.

Capitalismo tardio, de ausência, enfim, de uma verdadeira revolução burguesa suscetível de romper as alianças espúrias do ancien regime e inaugurar uma nova era de progresso social.

Nos países do capitalismo avançado, no quais, finalmente, a “revolução burguesa” era decididamente um assunto do passado e a “revolução proletária” um projeto sem futuro. Nos países do capitalismo periférico, colonial, atrasado ou dependente, nos quais nem a burguesia nem o proletariado estavam preparados para cumprir suas expectativas “missões históricas”.

Na periferia geográfica do capitalismo ela permaneceu o terreno de eleição por excelência. O marxismo da periferia, mais do que uma proposta original de socialismo, sempre foi basicamente um anti-capitalismo, tanto mais poderoso quanto o país em causa era mais atrasado do ponto de vista capitalista. Marx e Engels trataram muito pouco da problemática da transição nos países atrasados. Não tendo sido capazes de jamais imaginar que a sociedades pré ou semi-capitalistas pudessem um dia encarnar os ideais elevados e progressistas de um socialismo moral, política e materialmente superior ao sistema que ele estava destinado a substituir.

A idéia de “revolução burguesa”, como em todas as outras experiências de capitalismo tardio e de democracia retardatária, encontra-se obviamente no centro da discussão. Revolução nacional capitalista no Brasil, pensada enquanto resultado de uma aliança de classes. Florestan, pensamento socialista original e criador, que tenta desvendar os segredos e descobrir os caminhos pelos quais se estabelece num pais periférico do ponto de vista da economia central uma modalidade particular de

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