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O Instituto de Humanidades, Artes e Ciências

Por:   •  15/1/2022  •  Trabalho acadêmico  •  998 Palavras (4 Páginas)  •  63 Visualizações

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Universidade Federal do Sul da Bahia

Campus Sosígenes Costa

Instituto de Humanidades, Artes e Ciências.

  • Apresente a análise e as teorias envolvidas na “interpretação do Brasil” construída pela obra de Gilberto Freyre, em especial “Casa Grande e Senzala”, e, em seguida, aponte as possíveis influências sobre o pensamento do autor que podem ser atribuídas ao contexto histórico, político, partidário, social e pessoal em que tiveram desenvolvimento seus textos e ideias.

Segunda Avaliação

        Logo no inicio Gilberto Freyre fala sobre as semelhanças entre algumas regiões dos Estados Unidos com as do Brasil. Essas semelhanças vão desde o clima até a monocultura escravocrata em que as regiões se concentraram. Logo após, ele começar a falar sobre a miscigenação. Este assunto vem com a lembrança dele avistando marinheiros brasileiros em Brooklyn, brasileiros esses que são chamados de “mulatos e cafuzos”, pois o resultado da miscigenação. Porém, ele percebe que o que representa o Brasil não são apenas cafuzos e mulatos: “(...)Faltou-me quem me dissesse então, como em 1929 Roquette-Pinto aos arianistas do Congresso Brasileiro de eugenia, que não eram simplesmente mulatos ou cafuzos os indivíduos que eu julgava representarem o Brasil, mas cafuzos e mulatos doentes.” (FREYRE, 2003, p. 31).

Ao estudar antropologia sob a orientação do professor Franz Boas, Freyre aprendeu a separar a raça da cultura, a qual ele diferencia os efeitos das relações genéticas e as de influencias sociais e assim por diante. Ele também explica sobre como a monocultura latifundiária e a falta de mulheres brancas facilitou as relações genéticas e sociais entre os homens brancos e pessoas indígenas/negras. Ou seja, para Freyre, a miscigenação foi o motivo da diminuição do distanciamento entre o senhor e o escravo durante a época colonial. É também citado sobre como a miscigenação foi responsável na democratização do Brasil, pois, os filhos (legítimos ou não) nascidos dessas relações obtiveram partes das terras, que acabou partindo o latifundiário.

Freyre fala sobre como os problemas de saúde instável que eram relacionados a miscigenação, na verdade são originados pela monocultura latifundiária. Isso acontecia, pois, havia o problema da hiponutrição. A maior parte da população se alimentava de peixe seco, farinha de mandioca e charque, esses alimentos muitas das vezes eram consumidos em péssimas condições. Freyre fala que justamente por essas condições em que eles viviam, são a causa de suas doenças: “(...) Salientam-se entre as consequências da hiponutrição a diminuição da estatura, do peso e do perímetro torácico; deformações esqueléticas; descalcificação dos dentes; insuficiências tiróidea; hipofisária e gonadial provocadoras da velhice prematura, fertilidade em geral pobre, apatia, não raro infecundidade. (...).” (FREYRE, 2003, p. 34).

Ele fala sobre como a casa grande é de certa forma, a representação do sistema patriarcal da colonização. As casas grandes construídas no Brasil não são nada parecidas com os modelos de casas portuguesas, isso se torna um exemplo de como o português do Brasil não é o mesmo do português do reino (Portugal), ou seja, segundo Freyre a família de portugueses que já residem no Brasil ao menos há um século já se configuram como outra raça. A casa grande junto com a senzala, representava todo um sistema econômico, social e político. Seja na produção, na religião, na vida sexual e da família, praticamente tudo era construído e resolvido no território dos “senhores”, inclusive lá haviam “bancos”, que no caso esses senhores guardavam dinheiro e joias tanto nas capelas, como dentro de casas ou enterrados.

A arquitetura das igrejas jesuítas, teve uma grande influência na casa grande, assim como a casa grande também influenciou nas arquiteturas das igrejas. Com o tempo, a casa grande acabou se tornando “maior” que a igreja, com isso, o senhor do engenho acabou dominando o país e se tornando dono de tudo. Freyre acaba fazendo uma comparação da força dos senhores de engenho com as de suas casas. E com isso, foi perceptível que em torno dos engenhos foi possível criar uma civilização estável, em que a hierarquia era tanta que se estendia aos animais.

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