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O Que é Política

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Por:   •  1/8/2013  •  5.800 Palavras (24 Páginas)  •  398 Visualizações

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O que é Política

Wolfgang Leo Maar no seu livro "O que é Política", aborda temas e questões do universo político de forma didática, a leitura do livro é facilidade por ter uma linguagem clara, não há dificuldade de compreensão do livro. Dividido em quatro capítulos, o autor de início nos faz uma breve apresentação, depois faz um panorama histórico do mundo da política do no Ocidental, para enfim discutir conceitos e instituições políticas.

Algumas questões discutidas pelo autor na obra merecem ser destacadas, como das relações políticas que são estabelecidas dentro da sociedade. O autor coloca que as relações com a política não se dar apenas com a política institucional, estatal. Nos seres humanos, somos seres políticos, praticamos no nosso cotidiano política, pois seja dentro do âmbito institucional ou nas relações sociais do nosso dia-a-dia estamos desenvolvendo relações de poder, atividade política fundamental. Para o autor o que existe na verdade são "políticas", diferentes e variadas propostas de política dentro da sociedade, que almejam alcançar o poder, o seu objetivo.

O autor também trata dos agentes políticos presentes nas sociedades modernas, que são os partidos políticos. A política partidária apresenta-se de lado uma relação com a sociedade e suas interesses; outra como política de disputa pelo governo, de seu controle na ocupação a frente do aparelho do estado. Outra questão levanta é o papel dos intelectuais, pensando a partir do trabalho do filósofo e cientista político italiano Antonio Gramsci, que reflete a respeito da função dois intelectuais na atividade política, para ele o papel do intelectual é elaborar uma proposta cultural e política, para transformação da consciência dos sujeitos visando uma transformação do mundo objetivo.

A política é vista por Leo Maar como resultado de um processo histórico. Assim este considera a atividade política, como uma atividade aberta ao movimento e a transformação constante. Trazendo uma visão histórica da política desde a Grécia e Roma Antiga, comenta atividade política destes homens precursores da democracia no caso dos gregos. O termo política foi cunha a partir da atividade social dos homens que viviam nas polis (cidades-estado) grega. Faz referência a Platão e Aristóteles filósofos gregos, que deram grande contribuição para o mundo ocidental com as suas idéias sobre a política.

Apresenta também o pensamente de Nicolau Maquiavel sobre o Estado e o governo. Este faz uma distinção entre política de Estado e de governo. Para Maquiavel o governo é agente da atividade política do Estado. Assim o dirigente deste governo – o príncipe - deve ter virtude, ou seja, capacidade política para poder se sobressair diante os acontecimentos políticos, para se permanecer no poder. Além disso, o príncipe deve possuir força e astúcia para se governar e ter sorte. O autor considera que estas idéias de Maquiavel podem ser acessíveis a todos, sejam os que lutam para alcançar o poder ou os que estão no poder e nele querem permanecer. Citando novamente Gramsci, lembra que para ele o príncipe moderno é o partido político, e sua meta é ser governo, assumir o poder do estado.

Outro pensador apresentado por Leo Maar é o alemão Karl Marx, que no século XIX elaborou a sua teoria os modos de produção. Segundo Marx a política – é uma disputa entre as classes sociais, aqui para ele o Estado representa uma classe, que o submete aos interesses dessa. Nesse sentido a atividade política deixa de ser espaço exclusivamente do Estado, para passar a ser luta de classe. Para Marx, a "política" é atividade que resulta da luta entre as classes sociais, dominados e dominantes, exploradores e explorados, assim cabe a classe explorada, o proletariado desenvolver uma atividade política que vise superação da sociedade de classe, o capitalismo, na busca do socialismo.

Depois de feita está retrospectiva histórica da política e dos teóricos mais conhecidos o autor, passa a discutir a atividade política o Estado e o cotidiano. Questionando qual o significado da política na sociedade brasileira atual, qual o seu papel na vida das pessoas. Utilizando como exemplos vários momentos da história do nosso país, demonstra como a política é um terreno sujeito a imprevisibilidade, a mudança, a transformação. Destacando que a atividade política deve ser entendida como ação prática, transformadora da realidade, da história, deste modo Leo Maar nos mostra que existe diversas orientações possíveis na política, que almejam ao poder.

Comentando sobre o Estado, a atividade política institucional em torno deste – mostra que este foi desenvolvida pelos homens ao longo da história – como forma de organizar a vida coletiva e o atendimento dos interesses comuns. Destaca funcionamento do Estado para com a sociedade, a forma que este pode atuar sendo poder agente de coerção, dominação e imposição ou pode ser agente a persuasão, do consenso, ou seja, pode agir através da coerção ou da hegemonia.

Assim o Estado pode agir de forma coercitiva impedindo uma passeata de protesto de estudantes, como por exemplo, a situação que ocorreu no Estado da Bahia em 2001, que foi retrata pelo documentário "Choque", gravado mesmo no calor dos acontecimentos, em que a polícia militar, instituição de repressão do Estado, invadiu a campus universitário da Escola de Direito da Universidade Federal da Bahia, que protestavam contra a corrupção e mandonismo político do governo do Estado e pedia a cassação do senador Antonio Carlos Magalhães acusado de fraude no painel eletrônico do senado federal.

Nestes momentos que devemos nos questionar sobre o poder e a legitimidade do poder do Estado, dito democrático, mas que em nome da ordem, se impõe com o uso da força do seu aparelho repressivo. Situação como está nos lembra dos anos da ditadura militar no Brasil, que vivíamos em Estado de extremamente autoritário, repressivo, não admitia a oposição popular, mas está situação na Bahia em 2001, passados 16 do fim da ditadura, nos provoca pensar se vivemos em um Estado de fato democrático, em que a liberdade de expressão e manifestação é respeita. O vídeo ecoa as explosões das bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, e os manifestantes exprimem o seu grito de ordem "Polícia é pra ladrão, pra estudante não", são cenas de horror na ação da polícia e desrespeito a própria constituição federal que prever que em área federal no caso o Campus Universitário da Universidade Federal a força policial dos Estados não pode adentrar.

Leo Maar demonstrando a sua influência marxista da sua formação define de forma clara qual é o objetivo

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