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O ROLEZINHO NA PERSPECTIVA DE ÉMILE DURKHEIN E GILLES LIPOVESTKY

Trabalho Universitário: O ROLEZINHO NA PERSPECTIVA DE ÉMILE DURKHEIN E GILLES LIPOVESTKY. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  19/6/2014  •  1.222 Palavras (5 Páginas)  •  325 Visualizações

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ATIVIDADE MODULAR "GLOBALIZAÇÃO, DEMOCRACIA E PRODUÇÕES SIMBÓLICAS"

O ROLEZINHO NA PERSPECTIVA DE ÉMILE DURKHEIN E GILLES LIPOVESTKY

Introdução

"Rolezinho" é o termo utilizado para designar uma saída, uma circulada. Dar um rolê, geralmente, refere-se ao lazer, a cultura ou até mesmo não fazer nada, apenas dar uma volta no bairro.

Entretanto, no Brasil, o "rolezinho" é o nome do fenômeno social que escancara a luta de classes no Brasil. Rolezinho é uma espécie de encontro, ou melhor dizendo de movimento social, que reivindica a circulação no shopping assumindo sua identidade da periferia. Os jovens marcam esses encontros através das redes sociais e no espaço do shopping produzem uma nova prática cultural que não faz parte do sistema consumista e elitizado do shopping.

Assim, o rolezinho se destaca como a contradição e desordem, dentro de um sistema que funciona através da ordem social institucionalizada. Ainda, o rolezinho contradiz o consumismo do shopping e o reivindica como um espaço próprio de produção cultural e socialização, como na rua.

O rolezinho é um fenômeno social que vem quebrar as barreiras de nossa sociedade. Ou seja, vem contradizer os fatos sociais, as instituições sociais e convenções sociais impostas, de maneira coercitiva e condenatória de nossa sociedade. Isso porque tenta levar para o shopping a realidade e a identidade da periferia, que não enxerga o shopping apenas como um lugar de compra, mas como um lugar próprio, de produção social e cultural, como na ruas da periferia.

O shopping, ao contrário do que se pensa, não é um espaço de liberdade, mas um espaço institucionalizado que impede a realização do rolezinho em suas dependências. Não é que o pobre não pode frequentar o shopping, os pobres podem circular pelo shopping, contanto que finjam pertencer a outra classe social. Mesmo que não tenham recursos para consumir, eles devem desejar consumir.

Portanto, o rolezinho é um fenômeno social ou um problema social? Longe de ser um problema social, o rolezinho é uma forma de auto afirmação da periferia que vem quebrar o estigma da nossa sociedade institucionalizada, e, demonstra a luta de classes e do preconceito instituído no impedimento do rolezinho.

Desenvolvimento

Segundo Émile Durkheim, o objeto da sociologia são os fatos sociais. Os fatos sociais compõem uma ordem de realidade própria, específica e irredutível: a ordem social. Eles possuem uma lógica que não pode ser reduzida ou submetida a qualquer outra ordem de fenômenos.

Assim, para Durkheim, a sociedade sempre irá prevalecer sobre o indivíduo, dispondo de certas leis e costumes que asseguram sua perpetuação. Essas leis e costumes são independentes do indivíduo e ficam acima de todos como uma forma de consciência coletiva que integra os membros da sociedade.

Fato social é todo fenômeno social que exerce coerção sobre os indivíduos, estimulando-os e constrangendo-os a ser, pensar e agir de determinada maneira. Os fatos sociais sintetizam comportamentos institucionalizados pela coletividade, são concebidos como exteriores ao indivíduo e existem de maneira generalizada na vida social.

Instituição social é uma forma de se relacionar, de agir, de pensar ou de sentir que é estável ou obrigatória em uma sociedade. A família, o sistema, o governo, a igreja, a escola são tipos de instituições sociais.

Partindo dessas premissas, o rolezinho vem contradizer as instituições sociais que se impõe sobre a sociedade, quebrando a ordem social. O shopping desmascara-se e impõe que o seu espaço não é um local de liberdade e, muito menos público, que possui regras, dos quais, todos devem utilizá-los para o consumo e agir de acordo com iguais e de classe social mais abastada. O indivíduo da periferia pode frequentá-lo mas deve se parecer com uma classe social diferente da sua, pois, assumir-se negro e pobre dentro do shopping gera confusão e medo.

Se citássemos Marx, que vê a contradição e o conflito como elementos essenciais da sociedade, o rolezinho seria uma forma da sociedade auto afirmar-se, entretanto, Durkheim fala de coesão social, integração e manutenção da sociedade, e, o rolezinho aparece como uma forma subversiva de certa classe social, e deve ser reprimida, pois foge da coesão social.

Outro autor que ficaria comovido com o rolezinho é Lipovetsky, pois, mesmo ocorrendo dentro de um espaço voltado para o consumo, não se rende ao consumismo, mas a ideia de socialização. O "sonho" que espera-se realizar é a liberdade do indivíduo ir e vir, sendo garantido à ele sua afirmação identidária, ser pobre. O consumismo não é afastado totalmente, mas a afirmação de classe é maior e o principal foco do movimento.

Para Gilles Lipovetsky o consumo tornou-se parte da autonomia de um indivíduo,

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