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A Diversidade Religiosa Na Perspectiva Do Ensino Religioso Em Marabá - Pará

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Por:   •  6/5/2013  •  3.187 Palavras (13 Páginas)  •  1.193 Visualizações

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AS FRONTEIRAS DO ESPAÇO PÚBLICO ESCOLAR E A DIVERSIDADE RELIGIOSA.

Rayssa Matayoshi da Cruz , UFPA

Resumo:

Neste artigo serão apresentados alguns pontos que tratam da discussão do ensino religioso nas escolas públicas, considerando uma perspectiva de diversidade no campo religioso dentro do âmbito escolar, visando uma apreciação do tema para que sua fomentação seja no sentido de promover o reconhecimento de diversas praticas religiosas na transformação de comportamentos de preconceito e intolerância religiosa. A disciplina de religião no currículo escolar pode ser considerada uma formar de minimizar o preconceito, pois colaborar para a disseminação do conhecimento. O ensino religioso no Brasil atualmente tem sido discutido e gerado bastante polêmica, pois há alguns questionamentos acerca da inserção do tema religião como disciplina nas escolas públicas, das atividades pedagógicas aplicadas na sala de aula, e no próprio tratamento da questão no cotidiano escolar, de acordo com algumas afirmações, o ensino religioso nas escolas públicas está em desencontro com princípios emancipatórios tal como o direito a liberdade de expressão não observada ou sequer debatida nos redutos educacionais. Desse modo veremos como a constituição do ensino religioso criou barreiras de compreensão do outro e para tanto tomaremos de forma elucidativa o conceito de fronteira, como um espaço de conflito, de confrontação e isso significa dizer que a realidade apresentada tem uma singularidade e o conflito faz com que a fronteira seja um ponto de reconhecimento do outro.

Palavras chaves: religião, espaço público, fronteira.

A introdução da religião no ensino público parte de uma preocupação em preservar alguns valores morais enraizados no cristianismo que assegura a transmissão de uma ideologia através do discurso religioso que brota da classe dominante. A necessidade de levantar esta problemática leva a reflexão de alguns pontos chaves da constituição do Estado brasileiro, um deles a laicização do Estado, ou seja, o espaço público deve estar isento de qualquer denominação religiosa, pois se entende que esta questão é pessoal e individual, e deve ser buscada nas instituições religiosas no qual tem por direito propagar, expor, defender seus princípios, portanto para a preservação da liberdade, a priori deve se excluir o ensino religioso dos parâmetros curriculares nacionais (PCN’s), porém este debate encontra-se em aberto, pois entende-se também que a escola é um espaço de socialização do conhecimento e que a reconfiguração da disciplina poderia atender ao primordial direito a liberdade de expressão, pois esclareceria muitos mitos ao redor de algumas religiões principalmente de matiz africana e indígena em que as interpretações de suas cosmologias quase sempre se encontram equivocadas apontando para uma postura de negação e preconceito em relação a elas.

Para muitos a separação entre Igreja e Estado não é irrelevante, pois a experiência histórica mostra que ao priorizar uma religião e institucionalizá- la como oficial perverteu a compreensão da alteridade e do respeito ao outro.Nesse ponto é necessário introduzir o conceito de religião deve ser apresentado a discussão em que sua básica definição se centra nas práticas e crenças comuns de determinadas sociedades ou povos que se constituem em determinados universos históricos no qual estão passiveis de influencias externas e são dotadas de sentido próprio. Portanto a compreensão da religião ocorre através de símbolos e do reconhecimento das questões de religiosidade que estão presentes no cotidiano fornecendo elementos que constroem a subjetividade.

Desse modo o ensino de religiões nas escolas públicas deve voltar-se para uma postura que não priorize uma religião em detrimento de outras, mas que seja capaz de levantar questões direcionadas a valorização das diferentes crenças que circundam a sociedade, pois a religião como memória cultural de determinado grupo social em relação a outros, estão acima de qualquer julgamento que as caracterize como boas ou más, tendo em vista que não existem religiões melhores ou piores dada sua contribuição para a formação de um pensamento religioso como também expressa a carga cultural de seu grupo e por esse motivo é que se tornam específicas pela grandiosidade que carrega a diferença.

Para que de fato a possibilidade do reconhecimento do outro seja possível, é preciso romper com a resistência firmada nas crenças da qual os indivíduos se comprometem, provocando uma tensão ao tratar do assunto, porém o ensino de religiões permite o acesso ao conhecimento e motiva uma abordagem critica e reflexiva no qual a sala de aula torna se um espaço de experimentação do diferente. Devemos considerar o fator da diversidade, a composição social proporcionou uma infinidade de expressões culturais que devem ser valorizadas do ponto de vista da sua contribuição para a constituição de um corpo social altamente diversificado etnicamente, historicamente, lingüisticamente por último religiosamente no qual essa variedade deve compreender não só as diversas formar de crer como também posturas de não-crença ou da mera indiferença diante de valores religiosos.

Portanto, a ampliação das discussões acerca do tema parece caminhar rumo à tolerância e a compreensão da diversidade e que questões ligadas à religiosidade estão alem de juízos valorativos. Nesse sentido busca-se identificar a fronteira histórica que se criou em torno da religião e da hegemonia ideológica que perpassa a condução de tratamento dado a religião no decorrer do tempo. A identificação dessa fronteira é o ponto de partida para ultrapassar o preconceito e conceber os saberes das diversas religiões como construções de visão de mundo que são intrínsecas a qualquer cultura.

A religião no espaço público

A religião é um dos elementos que compõem a sociedade e de maneira geral está indissociável dela, qualquer grupo social tem em sua constituição fundamentos religiosos capazes de dar explicações acerca do mundo, a existência da vida humana e tudo que a envolve. A reflexão que será promovida remete a dinâmica religiosa que na modernidade apresenta novos significados.

Primeiramente é preciso caracterizar a modernidade, ou seja, mostra quais os aspectos que permitem visibilizar o seu desenvolvimento e como ela se relaciona com a religião. Um ponto a ser considerado é o nível de racionalidade marcadamente pelo cientificismo, porém, ao mesmo tempo em que se espera a ciência dissipe comportamentos “irracionais” ela gera novos

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