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O Racismo e Preconceito Implícito

Por:   •  21/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  659 Palavras (3 Páginas)  •  243 Visualizações

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Racismo e preconceito implícito

INTRODUÇÃO

A revolução científica e o desencantamento do mundo fizeram com que conceitos antigos de raça necessitassem de uma nova linguagem para se expressar. Com este pensamento Duun (1972), Azevedo (1987) e Costa Júnior (2003) definem: “Raça é o conjunto de indivíduos com origem étnica, linguística ou social comum”. Para Soares (1998), “Racismo é a teoria que estabelece que certos povos e nações são dotados de qualidades psíquicas e biológicas que os tornam superiores a outros seres humanos”. Para Pinho (2001), Aranha (2000) e Costa Júnior (2003) o conceito de cor usado para a tipificação do crime de racismo é, em linhas gerais, o seguinte: “Cor, empregada no texto legal, refere-se à cútis”, também sendo a cor, apenas o elemento tátil, concreto a que se pode recorrer para configurar o crime.

Segundo Allport (1979), o preconceito pode ser definido como uma atitude negativa contra um indivíduo, somente pelo fato de ele pertencer a um grupo que não é valorizado socialmente. Em geral, o ponto de partida para o preconceito é uma generalização superficial denominada estereótipo. O estereótipo trata-se de um mecanismo que simplifica informações complexas para facilitar nossa adaptação, e apesar de sua ativação ocorrer de maneira automática, sua aplicação é controlada, ou seja, a pessoa é capaz de controlar suas emoções e comportamentos em relação ao outro. E é nessas atitudes controladas que se encontra o preconceito. Já de acordo com Sheriff, ele pode ser entendido como uma norma social de conduta compartilhada com membros de outro grupo, podendo ser mais aceita por uns do que por outros e mais internalizada por alguns que por outros. Já a discriminação se refere a manifestação comportamental do preconceito.

No Brasil, parece haver uma incongruência entre o discurso e a prática. Os indivíduos, em sua maioria, argumentam não serem preconceituosos, mas sabe-se que a prática de discriminação racial, mesmo que velada em algum aspecto, ainda perdura em sociedade. A diferença de média salarial entre brancos e negros, o baixo índice destes no ensino superior, a falta de representatividade dos mesmos em cargos eletivos e postos de trabalho de visibilidade social são representativos do fenômeno, diga-se de passagem. O mito da democracia social, segundo o qual todas as raças convivem pacificamente no Brasil, é prejudicial à população negra, porque cria uma barreira intransponível à identificação dos atos discriminatórios e a consequente aplicação de políticas afirmativas pelos órgãos governamentais.

Além disso, esses resultados põem em questão a origem do preconceito, buscando compreender se ela está relacionada à alguma característica pessoal do indivíduo ou se ocorre devido a situações sociais que produzem discriminação (CECÍLIO et al, 2005). Isso pode ser explicado, principalmente, por meio da desigualdade, pois esta vem como uma precursora do preconceito, e esse, por sua vez, intensifica a justificativa de superioridade social e econômica de grupos que estão no topo da hierarquia social (MYERS, 2014). E a partir dessa perspectiva, entende-se o preconceito como consequência das relações de poder entre grupos, e não como resultante de características psicológicas

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