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O Sentido da Colonização do Brasil

Por:   •  16/5/2023  •  Artigo  •  5.489 Palavras (22 Páginas)  •  37 Visualizações

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

JOSÉ MARTES VIEIRA DA SILVA

Atividade apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Regional do Cariri, como pré-requisito parcial para obtenção de nota da disciplina: Formação Social e Política do Brasil Contemporâneo – Professora: Vanda Maria Martins Souto.

CRATO - CEARÁ

MAIO - 2023

O Feudalismo foi um modo de organização social, político e econômico baseado no regime de servidão, onde o trabalhador rural era o servo do grande proprietário de terras, o senhor feudal. Ele, predominou na Europa Ocidental - (entre os séculos V e XV), durante toda a Idade Média, e marcou profundamente tal sociedade.

Por muitas razões, esse sistema não poderia se sustentar, e com o seu fim, as classes dos trabalhadores rurais – servos, tiveram que abandonar o trabalho servil e as terras – viviam em regime de escravidão, sendo assim, tiveram que migrar dos seus rincões de origens para as cidades cosmopolitas. Esse êxodo rural, foi um fenômeno social que trouxe grandes mudanças estruturais naquelas sociedades, como também sérias consequências políticas, econômicas, e principalmente sociais ao novo mundo que dali emergia.

Demograficamente, esses países da Europa são pequenos, e suas faixas de terras agriculturáveis são diminutas, portanto, absorver esse contingente de pessoas, e as demandas suscitadas de tal população, era uma tarefa hercúlea para se administrar. Como resolver tal problemática, uma vez que não estavam preparados para mitigar tantos anseios dessas indivíduos? A infraestrutura dessas cidades eram precárias e insuficientes, para que se pudesse atender a esse montante de pessoas, bem como suas necessidades materiais.

Como tais populações viviam até então uma vida mais simples e desprovidas de anseios materiais modernos morando no interior, nas cidades, tais necessidades foram surgindo, e com isso, tornava-se praticamente impossível demandá-las. Uma solução mais urgente precisava ser encontrada para a resolução de tal problemática, uma vez que os problemas sociais, políticos e econômicos se exacerbavam.

As poucas terras férteis desses países, foram logo dando lugar à extensas plantações de algodão, principalmente na Inglaterra, a mesma precisava resolver essa questão, e com isso expandir seu comércio internamente, bem como suas fronteiras comerciais. Naquela época, os produtos manufaturados se concentravam nas indústrias têxteis, sendo assim, essa mercadoria precisava ser escoada para algum lugar. Grandes glebas de terras onde pastavam os animais, e de onde vinham os alimentos, como leite, frutas, verduras, e outros gêneros alimentícios, foram dando lugar à grandes criações de ovelhas, das quais se obtinham a lã, que era a matéria prima da indústria emergente – têxtil.

Essa massa de trabalhadores servis, oriundos do interior dos países europeus, foram absorvidos por tais industrias, sendo por elas explorados da mesma forma de quando viviam sob o julgo dos senhores feudais. Mudou-se o lugar e o patrão, mas a vida que viviam, era pior do que antes, pois tiveram que enfrentar uma nova realidade social e econômica. Debaixo de tal senhorio, foram submetidos a todo tipo de exploração, pois sequer tinham aonde morar, e quando tinham, viviam uma vida precária e insalubre.

A exploração era tão desumana para com essas pessoas, que crianças, mulheres e idosos foram submetidos a longas exaustivas jornadas laborais, sem falar da falta de segurança no trabalho, tendo também seus direitos trabalhistas usurpados – que sequer existiam. Dentro dessas industrias, aconteceram muitas mortes e acidentes, sequelando muitos trabalhadores, que poucas habilidades tinham para tais ofícios - vale ressaltar que a Revolução Industrial dava seus primeiros passos na Europa, e com ela toda sorte de mazelas as esses operários.

Mas a grande questão não terminava ali, pois tais fatos pouco importava aos senhores burgueses, que eram os donos dos meios de produção – para eles, o lucro representava o seu maior objetivo. Sendo assim, eles precisavam encontrar mercados novos para absorverem seus produtos manufaturados, pois o consumo interno dos mesmos, eram incipientes para aumentarem os seus lucros. Acredita-se que eles pensavam: Como vou vender, a quem vender, como aumentar meus lucros, como reinvestir e conquistar mais dividendos? Eles sabiam que se dependessem do mercado interno, seus investimentos não teriam retorno nem decolariam. As estratégias teriam que ser de grande monta, mas as mesmas pareciam ser complicadas e arriscadas, mas nada que não pudessem ser implementada.

Eles precisavam desbravar novos horizontes, e assim difundir suas ideias e seus produtos, encontrando assim pretensos mercados compradores. Como já dominavam as técnicas em navegações, e eram hábeis nesse oficio, o que os impediam de se aventurarem em mares bravios em busca de consumidores de seus artigos?

Países como Inglaterra, França, Espanha, Holanda e Portugal, se aventuraram a desbravar esses continentes desconhecidos. Cada um deles, rumaram em busca de seus ideais, tendo como alvo “colonizar” e cristianizar os povos tidos como bárbaros. A Inglaterra teve como objetivo em suas empreitadas o continente Africano e a Índia. Quando lá chegaram – na África, encontraram um povo mais ou menos pacifico, ignorantes, e que viviam de uma maneira simples e tribal. Tais povos tinham suas leis, suas crenças, tradições e costumes ancestrais.

Os ingleses em nome de “Deus”, incutiram naqueles povos, uma maneira diferente de se viver e pensar, aliás, foram forçados a isso. Comparativamente falando, e em proporção à população daquele continente, poucos se rebelaram ou esboçaram resistências diante de um agressor desconhecidos. Mas o que sabe, nada pôde evitar que muitos fossem mortos, explorados, e uma grande parcela escravizados.

Os europeus, mesmo àqueles que viviam um vida de exploração nas grandes cidades, não queriam se submeter a trabalhos em outros lugares sem nenhum tipo de remuneração. Como resolver tal problema de mão de obra junto as colônias conquistadas? Simples, escravizar os negros africanos, afinal de contas, eles não tinham alma, eram bárbaros, selvagens, coisas.

Coube aos missionários, à tarefa de evangeliza-los e tentar converte-los a uma nova religião, pois os mesmos precisavam alcançar o reino dos céus, e que tinham que entender que eram raças inferiores, e por isso, sendo escravizados, cumpririam sua missão e seu papel de cristão. Eles foram arrancados de suas terras, de uma maneira brutal e desumana, deixando para trás, suas famílias, suas terras, tudo ou pouco o que tinham. Em grandes embarcações e abarrotadas de pessoas, eles foram repatriados para as colônias recém conquistadas, e lá trabalhariam até a exaustão. A expectativa de vida dessas pessoas no Brasil escravocrata, era de no máximo de 19 anos, daí se pode compreender o tamanho do genocídio.

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