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O TESTOR ACADÊMICO CARACTERES

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Por:   •  2/11/2014  •  Resenha  •  1.764 Palavras (8 Páginas)  •  206 Visualizações

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ENSAIO ACADÊMICO O AUTO DA BARCA DO INFERNO

OS PERSONAGENS:

O fidalgo- representa todos os nobres ociosos de Portugal. Prepotente, veste- se com apuro e vem acompanhado de um pajé que lhe carrega uma cadeira de encosto alto. Os personagens, em sua maioria, trazem consigo referências do que foram quando vivos. Nos caso do fidalgo, a cadeira de encosto, o pajem, e a noção de hierarquia social dilui- se. Ali, o julgamento é moral. O Diabo, que é sempre o primeiro a receber as almas, convida Dom Anrique, o fidalgo, a embarcar. Porém, ao saber do destino do batel, o nobre zomba do convite. Mesmo depois da morte , o fidalgo demonstra a arrogância prepotente típica da classe a que pertence . Além do mais, julga-se merecedor da recompensa divina, pois deixou na vida quem reze por ele.

Onzeneiro ambicioso- Representa os infiéis, que são alheios a fé cristã; é o agiota que traz consigo uma enorme bolsa vazia, em que guardava o dinheiro que roubava das pessoas quando vivo. O Diabo o cumprimenta esfuziante e o trata por "meu parente". O onzeneiro queixa-se por estar sem dinheiro. O Diabo indica - lhe a barca infernal, mas o agiota , ao saber do destino da embarcação, recusa -se a entrar, indo em direção ao batel da glória . O Anjo o despede, acusando-o pelo exercício da onzena :"Ó onzena, como és feia/ e filha da maldição".

O ingênuo joane- representa o povo português, rude e ignorante, porém bom de coração e temente a Deus. Quando chega ao cais, o Parvo é Poe instantes iludido pelo Diabo, que o quer embarcar. Porém, quando é informado do rumo do batel, joane desata um grosso e engraçado xingamento ao Diabo, recheado de pragas e palavrões.

O sapateiro ladrão - Representa os mestres de seu oficio. O sapateiro entra carregado de pesadas formas, instrumentos de trabalho que o identificam. Ao saber do destino do batel infernal, pergunta ao Diabo onde esta a barca dos que morreram confessados e comungados. Porém, o arraias do inferno lembra - o de que por 30 anos , roubara o povo com seu oficio. O remendão ainda recorre ao anjo mais sem sucesso.

O frade namorador - representa os maus sacerdotes. Esta personagem traz consigo a namorada Florença. Suas roupas são ambíguas. Além das vestes sacerdotais, o frade apresenta-se com instrumentos próprios para a prática da esgrima. Além de mostrar - se hábil nesse esporte, ainda se revela conhecedor da arte da dança e do canto populares. O Diabo, muito alegre, recebe o casal com graça e convida- o a embarcar. O frade espanta- se . como ele , um religioso, poderá ser condenado? Sempre ao lado de sua namorada, o padre recorre ao anjo. Mas este, num silêncio reprovador, nem sequer lhe esboça uma palavra. muito apegado aos prazeres do mundo , o frade demonstra em cena uma preocupação verdadeira com a namorada Florença. Essa postura mais humana o aproxima, como personagem, do fidalgo.

A alcoviteira Brísida Vaz -alcoviteira (cafetina), simboliza a degradação moral e a feitiçaria popular. Ela chega ao cais e recusa- se a entrar na barca do Diabo. Declara possuir joiás e apretechos usados em feitiçaria. Contudo, seu maior bem são "seiscentos vigos postiços". O correspondente atuais mais próximos do arcaico "virgo" é hímen. Com isso, a fala da alcoviteira revela que ela prostituíra 600 meninas virgens. Misto de cafetina e feiticeira, Brísiada vaz aproxima - se do Anjo e procura convencê-lo a embarca-la com um discurso sedutor, próprio da arte amatória que tão bem conhecida na prática da prostituição . Mas é o Diabo quem a recebe com gentileza, pois lhe encanta muito a sordidez deste personagem.

O judeu rejeitado- representa os infiéis, que são alheios a fé cristã. Aproxima- se do batel infernal carregando um bode ás costas. O bode é a insígnia do judaísmo. O Diabo, que até então estava sedento de almas, atende com má vontade o judeu. Este, por sua,ao conhecer o rumo da barca, quer embarcar. Mas é rejeitado pelo Diabo sob´pretexto de não aceitar o bode em sua barca. O judeu tenta suborná- lo, por não pode se separar do animal. Pede, sem resultado, a intervenção do fidalgo, com quem tinha negócios. O comandante infernal sugere ao judeu a outra barca, mas Joane o impede de aproximá-lo do Anjo, recriminando -o por haver desrespeitado a religião católica . Por instantes, o personagem é condenado a vagar sem destino pelo cais das almas.No final, o Diabo permite que o judeu e o seu bode sigam numa embarcação a reboque da sua.

O corregedor guloso - representa a burocracia jurídica da época. Equivalentes aos juízes atuais, o corregedor entra carregado de autos (processos), que o carecterizam. Convocado pelo Diabo para fazer parte da barca dos danados, surpreende-se e, para argumentar em defesa própria, utiliza-se de um precário latim forense que se mistura ao português. Ao detonar o latim , língua dos clérigos e dos advogados, na boca do corregedor , Gil Vicente consegue, alem efeito de humor, demonstrar a inconsistência da formação dos homens de lei de seu tempo. Em a conversação, chega ao porto o procurador (advogado do estado), reconhecido pelo corregedor, já que no mundo trabalharam juntos.

O procurador corrupto - Carregado de livros (símbolos), o procurador é convidado pelo comandante infernal a entrar na barca dos perdidos. Tal como o corregedor, o procurador nega-se a embarcar. Os dois doutores conversam sobre os crimes que cometeram e juntos dirige- se ao batel do paraíso. O Anjo não os recebe e maldiz a ação dos burocratas. O parvo Joane também intervém, em latim atrapalhado, para acusar os bacharéis. Os dois homens de lei vão fazer companhia a Brísida Vaz , que em vida estivera constantemente respondendo a processos judiciais.

O enforcado testa de ferro - É o símbolo da falta de fé e da perdição. O escrivão Pero de Lisboa aproxima-se do batel dos mal aventurados. Traz ainda no pescoço a corda com que se enforcou, acreditam do que assim teria a redenção de todos os crimes que cometera. O Diabo o desilude. Ao que tudo indica, o escrivão era uma espécie de "testa de ferro", pois praticara crimes, no exercício do pŕofissão, sob o comando de seu chefe Garcia Moniz, poupando-lhe -o nome e repassando-lhe os lucros.

Os quatro cavaleiros de cristo- representa as cruzadas contra os mouros e a força da fé católica. Trazem armas e uma cruz, símbolo do cristianismo. São cavaleiros que morreram nas cruzadas. Ao passar pelo batel

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