Perspectivas Sociologicas

Baseando nossos conhecimentos na leitura do capítulo anterior, fica subjetivo que a sociedade e o indivíduo são duas entidades opostas, onde a sociedade pressiona e coage o indivíduo. Porém não é bem assim. Esse poder da sociedade não é tão intenso quanto parece, porque no final das contas, nós queremos exatamente aquilo que a sociedade determina para nós. A localização social afeta não só nosso comportamento, como também nosso ser. E isso podemos entender através de três teorias da área de investigação e interpretação.

A primeira teoria é a do papel, uma criação intelectual quase inteiramente americana. Podemos entender melhor essa teoria usando uma linguagem teatral. Dessa forma entendemos então que a sociedade proporciona o script para todos os indivíduos e esses desempenham o “papel” que lhes foi atribuído. Esse papel traz as respostas as diversas expectativas de vida. O papel mostra ao indivíduo como ele deve agir em cada situação, e trazem consigo todas as emoções e ações relacionadas a cada uma dessas atitudes que ele irá tomar. Muitas vezes os papéis das pessoas vão evoluindo e elas não tem nem tempo para parar de refletir no que está acontecendo. As pessoas se envolvem ainda mais com esses papéis, ao invés de irem pensar no que está acontecendo de novo.

Na nossa sociedade cada pessoa incorpora o papel que lhe foi dado, sendo praticamente impossível fingir ter outro papel. O papel que cada um tem, forma e constrói a ação e o ator. Existem papeis que são fáceis e outros totalmente difíceis de serem modificados, mas cada papel que desempenhamos, na verdade, não foi a gente que construiu, nossa personalidade foi atribuída pela sociedade. Pode-se dizer que, na teoria do papel, a identidade é atribuída, sustentada e transformada socialmente. Desde crianças aprendemos nosso papel na sociedade e entendemos o significado de cada um desses papeis, e depois percebemos que esse papel que desempenhamos influencia não apenas nosso círculo íntimo, mas toda sociedade.

Entendemos então que nossa identidade é atribuída em atos de reconhecimento social, somos aquilo que ou outros acham que somos. Só que além da sociedade atribuir nossa identidade, ela também tem que sustentar esse papel. O papel só iria significar alguma coisa se mantido num contexto social em que as pessoas estejam dispostas a reconhecer. A identidade vem com a conduta, em resposta a uma situação que foi imposta a pessoa. Podemos dizer que cada ato de ligação social resulta numa escolha de identidade, assim como cada identidade exige ligações sociais para sua sobrevivência na sociedade.

Como vimos antes, o indivíduo se encontra dentro de círculos sociais, onde cada círculo é um controle social que define os comportamentos das pessoas. Cada um desses controles sociais geram uma identidade. Dessa forma surge o preconceito. Esse pré-conceito afeta o destino da vítima, afetando a própria consciência da vítima. Podendo muitas vezes fazer com que a vítima se veja justamente como seus opressores dizem que eles são. Assim, entendemos que a dignidade humana é questão de permissão social. Ou seja, a formação/transformação da identidade constitui de um processo social.

Outra teoria importante é a sociologia do conhecimento, de origem europeia. Segunda ela, assim como os indivíduos, as ideias também tem localização social. Essa teoria acredita